20-03-2022Uma galopante criação deliberada da ruína na EuropaVeladimir Romano* Estão sendo dados vários tiros no mesmo pé da Europa, que mostra o seu lado mais podre quando lideranças políticas não conseguem entender que tais jogadas de brincar com o fogo podem queimar todo o mundo para valer, numa louca expansão premeditada da Aliança Atlântica, entrando no velho “olho por olho, dente por dente”, metaforicamente falhando cálculos, com muitas vítimas, perturbando a vida de milhões, com vítimas fatais. Tudo falha quando a ignorância impera, com bravia crueldade das suas teimosias, servindo a interesses sempre escondidos na sombra, apenas esperando a boa hora de colher louros para mais enriquecimento das elites sentadas no bom solarengo das Caraíbas, onde bancos esperam pelo dinheiro aos lucros conseguidos nem que seja matando ou destruindo vidas e bens, alhures. No Conselho de Segurança da ONU, cada vez menos capaz de impor sua importância, em 197 países, 81 votaram contra o conflito entre a Ucrânia e Rússia. O ambiente ficou ainda mais constrangido quando foi apresentada queixa e denúncia contra os norte-americanos pela descoberta de laboratórios ucranianos financiados com dólares perto a capital. desenvolvendo químicos venenosos: dos 30 acusados, se entendeu através do embaixador russo Vassily Nebenzia, quando afirmou conter informação da existência de mais 39 desses laboratórios espargidos pelo mundo. Nada de novo para quem ao longo do tempo acompanhou, em outras ocasiões, a grave crise da peste suína [em março de 2021], Cuba viveu esse derivado de uma estranha invasão viral quando foi descoberta, se entendeu ser trabalho dos vizinhos ianques que também queriam exterminar a produção tabaqueira da ilha, queimando o sofrível da economia cubana. É assim jogada no lixo a imparcialidade democrática. Entra então a informação e a contrainformação, outra praga por onde vicejam de mãos dadas o ódio, vingança, fobias gratuitamente adquiridas, circulando em paralelo e disseminando mais ignorância do que elucidação. A justiça, liberdade, independência e autoridade moral morrem no areal lamacento. Em 2008, John Beyrle, embaixador dos Estados Unidos na capital russa, avisou a Casa Branca das preocupações deste governo sobre divisões internas ocorrendo na Ucrânia e mudanças nada saudáveis desrespeitando a declaração da independência ucraniana (1991), onde se decifra neutralidade militar e um bem claro alerta sobre armas nucleares ou qualquer entrada nas forças da Otan/Nato. Entretanto, influências nacionalistas dos eslavos ocidentais da região da Galícia [de tradição extremista e pró-nazi], encheram fileiras e derrubaram o legítimo governo do presidente Viktor Yanukovych [2013-14]. Na Ucrânia, partidos conservam muita influência regional dada a complexidade das suas 34 nacionalidades; daí as 13 mil vítimas mortais de que fala a Rússia na região dos chamados “Independentistas” do Leste e de origem russa: Lugansk e Donetsk na província de Donbass [duas vezes o Estado do Rio de Janeiro]. Como descoberta foi a colocação de armamento nuclear que norte-americanos já haviam introduzido desde 2016 [segundo a imprensa búlgara, 17 toneladas ]e agora no verão seria a entrada de tropas norte-americanas mesmo sem qualquer adesão da Ucrânia ao pacto militar de Bruxelas e assim pressionar a soberania da Rússia… ficamos deste modo sabendo como se confirma uma galopante criação da ruína. *Veladimir Romano é jornalista e escritor luso-cabo-verdiano. Uma galopante criação deliberada da ruína na Europa - Vila de Utopia
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