09-03-2022O DIA DA MULHER + SINTONIA António da Cunha Duarte JustoNO DIA DA MULHER Falta da Face feminina na Matriz cultural A matriz cultural (talvez mais adequado dizer “patriz” cultural!) em que vivemos, é masculina e, como tal, discrimina de maneira sistemática a mulher ao não evidenciar o rosto da feminilidade nela! Nesta matriz ainda se aceita como natural ver os homens a explicar o mundo, partindo do princípio que eles é que sabem como o mundo funciona. A não integração da feminidade de maneira sistémica na matriz provoca discriminação e lutas correspondentes à forma de estar desse modelo cultural… O que se mantém em silêncio é que esta atitude é a consequência da matriz masculina que nos orienta e por isso estamos a lidar principalmente com um problema sistemático que se expressa em papéis e evita o talento feminino na qualidade de perito. Seria trágico para a sociedade se homens e mulheres entrassem numa luta de uns contra os outros na sequência sistémica orientada para o poder e para a dominação… O importante será ter um espaço em que se questione tudo para que os estereótipos sejam quebrados e se possibilite o surgir de uma nova cultura de relações a um nível básico interior e exterior…. As mulheres não são melhores nem piores que os homens; umas e outros são diferentes, mas ambos portadores dos princípios da masculinidade e da feminilidade com diferentes predominâncias… A injustiça feita às mulheres assenta no paradigma masculino que dá forma a todas as culturas e sociedades mundiais, obstruindo, basicamente, o surgir de uma igualdade dos dois rostos na sociedade… … Como a estrutura masculina se afirma pela luta, também elas usam como estratégia essa forma de afirmação, ainda condicionada mais ao ter e adquirir do que ao ser! É demasiado evidente a falta da face feminina na matriz cultural: uma nova matriz em que masculinidade e feminilidade fluem poderia ser simbolizada e expressa numa mesma moeda composta da face feminina e masculina!... O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski pretende concretizar a obrigatoriedade do alistamento de mulheres no serviço militar (1). Tal intento, já antes legalizado, é, no meu entender, uma medida contra a feminilidade!... Salvaguardada a liberdade de decisão da mulher, não é justo o argumento de que a mulher, para assumir responsabilidade pelo seu Estado, tenha de fazer o serviço militar e tenha de participar diretamente na guerra (mesmo com o argumento da igualdade!), dado ela, também nesse esquema, poder assumir diferentes formas de serviço. Além disso é um facto que grande parte das mulheres já contribuem significativamente para a sociedade ao terem e criarem filhos (facto que numa sociedade de modelo não tão masculino deveria recompensar a mãe, monetariamente, como se fosse, durante um certo período, um soldado militar em serviço) … Urge apostar no poder renovador que a mulher tem (3). António da Cunha Duarte Justo Texto completo e notas em ©Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7166
SINTONIA Pus-me a olhar para a vida e, ao entrar dentro de mim, sinto, com tristeza, que como nos „microcosmos” de cada pessoa e de cada família, assim é no macrocosmos da política! Se olhamos para o ano 2021 e para o que corre, notamos os reflexos do "mundo louco" em que vivemos. Nele, somos levados à reflexão e, por vezes, ao desalento a que nos conduzem os eventos que, mesmo sem querermos, determinam os nossos pensamentos e sentimentos. Resta-nos contribuir junto com os outros para que a “paz de Deus” (liberdade, justiça, reconciliação e paz ) molde as nossas vidas num mundo sem conquistadores nem vencidos! Fica-nos a confiança de que da morte nasce a nova vida! Não estamos sós, somos muitos! Apesar da tristeza que se encontra a caminho, desejo a todos uma semana feliz e com muito momentos de gozo para que o brilho da alegria não se ausente. António da Cunha Duarte Justo Pegadas doTempo, https://antonio-justo.eu/?p=7163 |