Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


27-01-2022

SOLIDARIEDADE ECONÓMICA ALEMÃ - UM MODELO PARA A UNIÃO EUROPEIA E PARA O MUNDO + 47,3% DOS ELEITORES ALEMÃES VOTARAM ATRAVÉS DO CORREIO


SOLIDARIEDADE ECONÓMICA ALEMÃ - UM MODELO PARA A UNIÃO EUROPEIA E PARA O MUNDO

 

Compensação financeira entre os Estados

 

A Constituição alemã estipula que na Alemanha, as condições de vida das pessoas devem ser tão semelhantes quanto possível em todo o lado, obrigando assim ao princípio da solidariedade dos Estados federados! Daí os estados federais ricos terem de dar dinheiro das suas receitas fiscais aos estados federais mais pobres para, deste modo, criarem um equilíbrio entre doadores e receptores, no sentido de promover o desenvolvimento dos estados deficitários (com menos receitas fiscais).

Na Alemanha os seis estados financeiramente fortes compensaram os estados (Länder) financeiramente fracos (os dez estados mais pobres) com 17,1 mil milhões de euros em 2021!

Os três estados federais Baviera, Baden-Wuerttemberg e Hesse continuam a suportar a equalização financeira na qualidade de maiores pagadores: o estado federal da Baviera foi o maior doador com 7,77 mil milhões de euros, seguiu-se Baden-Wuerttemberg com 4 mil milhões e Hessen com 3,5 mil milhões… Os restantes estados doadores foram Hamburgo e Renânia do Norte-Vestefália e a Renânia-Palatinado (A Renânia-Palatinado passou agora a ser dador devido aos lucros da Biontech sediada em Mainz).

 

Dos 10 estados mais pobres, Berlim continuou a ser o Estado mais beneficiado recebendo 3,6 mil milhões, ao lado da Saxónia com 3,2 mil milhões e da Saxónia-Anhalt com cerca de dois mil milhões de euros. Per capita, contudo, Bremen (1233 euros) recebeu o maior apoio, seguido de Berlim (983 euros) e Saxónia-Anhalt (911 euros); fazem também parte dos estados deficitários recebedores: Brandeburgo, Meclemburgo-Pomerânia Ocidental, Baixa Saxónia, Sarre, Schleswig-Holstein e Turíngia (1).

 

A Handelsblatt refere que uma questão que se põe à prática da equalização financeira é que não vale a pena que estados financeiramente fracos se tornem economicamente mais fortes ou que tornem a sua administração fiscal mais eficaz porque perderiam direito a obter os fundos adicionais do esquema de equalização fiscal dos Länder e isto com menos esforço e sem reformas (2); neste sentido nota-se uma certa negligência fomentada pelo sistema.

 

A fim de se criar um verdadeiro equilíbrio entre os estados e também no mundo, seria necessário ter-se a iniciativa e a coragem de se iniciar uma economia alternativa em que fossem possíveis corporações de base conjuntas e sindicatos alternativos onde a produção industrial e a agricultura  se baseassem na solidariedade fraterna (no sentido da doutrina social da Igreja).  Tudo isto para se possibilitar uma democratização da economia. O sistema e o processo de desenvolvimento actuais baseiam-se fundamentalmente na exploração de alguém e não num princípio de humanismo solidário!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7035

 

47,3% DOS ELEITORES ALEMÃES VOTARAM ATRAVÉS DO CORREIO

 

 

Nas últimas "eleições federais (26.09.2021), 47,3% de todos os eleitores votaram por correio", explicou o Comissário Federal de Eleições (Georg Thiel).

 

A taxa de participação foi de 76,6%; em 2017 tinha sido de 76,2%.

 

Mais mulheres do que homens fizeram uso do direito de voto!

 

O grupo etário dos 50-59 anos teve uma taxa de participação de 80,2%.

39% dos eleitores tinham 60 ou mais anos de idade.

Dos 37 aos 59 anos de idade votaram 47%.

 

Quando chegará o dia em que este direito democrático (voto por correio) também será válido em Portugal para todos os que querem votar (1)?

 

O problema e a dificuldade estão na legislação portuguesa e não nos votantes. Doutro modo reduzimo-nos a explicadores das deficiências dos legisladores (políticos!)

António da Cunha Duarte Justo

Notas em Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7038