11-06-2021Atinados nas reflexões dos outros....PORTUGAL: DE PEDRA E CAL... OU POR UM FIO?Existe toda uma corrente ideológica que proclama a existência de Portugal como "necessária", providencial, desde sempre prevista. É um delírio nacionalista da pior espécie. Neste Mundo, nenhum país existiu necessariamente, e Portugal menos ainda que bastantes outros. O nosso país formou-se por um fio, mas acabou, sim, de pedra e cal. O que pseudo-historiadores fazem é projectar sobre um passado longínquo esta nossa realidade fortuita. Linda, grata, mas fortuita. Lembrou-me sublinhar isto, lendo este excerto duma crónica de Rui Tavares! Aquilo duma "realidade fortuita" provém daí. . «Portugal não é a Lusitânia, até porque uma boa parte dele, acima do Douro, pertencia à Gallaecia, e é de lá que vem a nossa língua e o nome do país. Desse ponto de vista podemos ver o nosso país como uma realidade mais fortuita, um artefacto das cruzadas que se cristalizou? É certo que esse país que se veio a fazer com uma língua “emprestada” dos primos galegos e uma capital “estrangeira” de mouros e moçárabes, num território sem fronteiras naturais, esteve várias vezes para se diluir no todo peninsular e algumas para se separar entre Norte e Sul. Mas a verdade é que isso nunca veio a acontecer de forma duradoura.» Público, 23 de Abril de 2021
Segundo o historiador galego Henrique Monteagudo, essa "descoberta" dum Portugal lusitano seguiu-se ao esquecimento dum passado galego, esse sim real. E é verdade. Antes de 1500 ninguém se lembrou de chamar-nos "lusos", ou "filhos de Luso", menos ainda "lusíadas". A malta não consegue viver sem mitologias.
_______ E segundo meu primo Antonio C Dias Figueiredo ,em Coimbra
"Também convirá não esquecer o longo passado árabe de Portugal, que o fundamentalismo cristão pós “reconquista” fez questão de apagar da História. Sem essa dimensão cultural e linguística, a História de Portugal fica muito mal contada" |