13-05-2007 Ser ou não ser?
do Brasil - Francisco G. de Amorim
Já é uma questão. Não se trata de saber mais ou menos, mas de ser ou não ser hábil e capaz de liderar e promover o bem estar, a evolução do seu povo. O mundo, em geral, atravessa hoje em dia uma fase economicamente tranqüila. Não se anteveem* sustos, o preço do petróleo parece ter tendência a estabilizar ou até baixar (para azar das companhias exploradoras e distribuidoras e, por acréscimo, dos fabricantes de armamentos), as commodities continuam com grande procura, e isso nos deixa ao abrigo de incertezas, oscilações e especulações que há poucos anos afetaram a economia mundial e a nossa, frágil. Assim o Brasil vai singrando, mas... o despontar de vizinhos caciques fundamentalistas e populistas, começa a atrapalhar a nossa (deles, dos eleitos governantes) perspectiva de tranquila e suave evolução. O Chavez grita e blasfema contra os EUA, que designa como inimigo número 1 da humanidade, mas que lhes compram 90% do petróleo, inflama os ânimos dos colegas caciquistas e convence o Morales que o Brasil seria o inimigo número 2. Morales desafia o Brasil e privatiza a produção de hidrocarburetos. O Brasil, imprevidente, depende do gás boliviano para sua existência, quando já poderia ser auto suficiente! 40% do consumo atual vem da Bolívia. Morales aumenta os preços. Brasil paga. Depois de privatizar os yacimientos privatiza as refinarias. Há que indenizar o investimento. O Brasil pede 200 milhões de dólares. A Bolívia oferece 60. Comércio de rua no Egito. O que vende e o que compra vão pedindo e oferecendo valores, por vezes absurdamente dispares! Brasil baixa para 150. Bolívia sobe para 112. Fechado. Ou o Brasil quis especular ou a Bolívia nos roubou 88 milhões de dólares. Numa disputa de ciganagem ganha o mais hábil. E neste caso todo o mundo sabe que se a Bolívia fecha a torneira do gás... também não teria a quem o vender. 90% da sua produção vem para aqui. Uns sabem negociar, defender os interesses do seu povo. Outros... dormem com a consciência ausente e os pijamas de seda arrumados pelos criados. Agora só nos falta receber a visita de Chavez, muy amigo, a oferecer-se para ajudar a construir o gasoduto Venezuela / São Paulo, com uns 8.000 kms, para depois ser ele a nos apertar a goela quando quiser. O Brasil, maior que toda a América de língua hermana, que tem petróleo, gás, ouro e diamantes, álcool (que até parece uma novidade), tecnologia e gente, ainda continua dependente (e subserviente) de vizinhos instáveis e imprevisíveis. Até quando? N.- Por aqui se diz que o Morales ficou com os gases... e nós é que nos borramos!
* - Ortografia hodierna!
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