13-03-2021 Agostinho da Silva in Ensaios sobre cultura e Literatura Portuguesa e Brasileira
QUINZE PRINCÍPIOS PORTUGUESES
"Creio, entre todas as verdades, na verdade eterna do Evangelho e estou seguro que nem a exortação nem a promessa foram vãs: um dia poderá o homem, já nem escravo de si mesmo, adorar Deus em espírito e em verdade, sem separação, sem trabalho e sem morte (...) A Igreja Ecuménica, nós a poderíamos pregar melhor que ninguém, pois soubemos conviver, nos tempos que verdadeiramente foram nossos, com judeus e mouriscos, propusemos que budismo e cristianismo se fundissem, sonhámos templos shinto de ritual cristão; fomos do Espírito Santo muito mais do que um Deus regendo ou de um Deus morrendo. A República Universal, nós a poderíamos propugnar melhor que ninguém porque soubemos unir, também nos tempos nossos, de concelho a concelho, as diversidades do mundo. O Tudo para Todos nós o poderíamos organizar melhor que ninguém, que essa foi nossa vida, quando a tínhamos em plaino ou serra."
- «Quinze Princípios Portugueses», Espiral, nº8-9 (Inverno de 1965); - In, Ensaios sobre Cultura Portuguesa e Brasileira, Lisboa: Âncora Editores, vol.I, pp. 275-292.
[Biblioteca Virtual
Luis Santos
Pensar com Agostinho da Silva
|