13-12-2007O Filólogo de Plantão rculo Fluminense Estudos Filológicos Dez 07(Segunda Fase) Um jornal que teima em buscar a verdade na doce ilusão de encontrá-la.
Publicação do CiFEFiL - Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Lingüísticos. Ano 12 – No 55. Rio de Janeiro, Jan-Fev-Mar de 2008. Desejamos a todos os leitores Feliz e Próspero 2008. Boas Férias! Esperamos que sigam recebendo a nossa publicação e que sigam se interessando pelos estudos da linguagem. Para estar sempre atualizados sobre os eventos do CiFEFiL, queiram acessar www.filologia.org.br. Nessa plataforma encontrarão tudo o que lhes interessa sobre Ciência da Linguagem. Ali também estão disponíveis todos os números de O Filólogo de Plantão. Para informar-se da publicação também podem dirigir-se a www.alfredo.ntg@terra.br ou ao telefone (21) 2593-1960 e receberão o(s) número(s) solicitado(s). vvvvmmmm6666pouuuuttttrqttttuuuupo6666mmmmvvvv gte vml 1]> ********************************************** E-mails pessoais que respondem sem demora Filologia; língua portuguesa; CiFEFiL: José Pereira: pereira@filologia.org.br Língua latina: Amós Coelho: amosc@oi.com.br Língua alemã: Álvaro Bragança: alvabrag@uol.com.br Língua inglesa. João Bittencourt: joão.bittencourt@bol.com.br Língua espanhola; língua galega: Alfredo Maceira: alfredo.ntg@terra.com.br Lusofonia; acordo ortográfico: Margarida Castro: margaridsc@yahoo.com Provérbios em várias línguas: Henerik Kocher: kocher@infolink.com.br Línguas internacionais; esperanto: Aloísio Sartorato: ludoviko44@ibest.com.br Internet ajuda a reviver idiomas moribundos
Por Amie Ferris-Rothman - REUTERS – 12.06.2007 HOLYHEAD, País de Gales (Reuters) - Idiomas ameaçados como galês, navajo e bretão reconquistaram adeptos e popularidade em suas comunidades, e hoje em dia são até moda entre as crianças, graças à Internet. David Crystal, especialista no idioma galês, disse em entrevista à Reuters que a Internet pode evitar o destino lamentável que parecia reservado a cerca de metade dos 6,5 mil idiomas em todo o mundo. As projeções indicam que metade deles está condenada a desaparecer antes do final do século 21, em ritmo de cerca de duas linguagens extintas a cada mês. "A Internet oferece aos idiomas ameaçados uma chance de conquistar voz pública da forma que não teria sido possível no passado", disse Crystal, autor de mais de 50 livros sobre idiomas, entre os quais a “Cambridge Encyclopedia of Language”. Os idiomas em risco de extinção estão aparecendo em blogs, serviços de mensagens instantâneas, salas de bate-papo, no site YouTube (www.youtube.com) e na página online de redes sociais (www.myspace.com), e sua presença no mundo virtual atrai o apoio dos jovens que os falam. "Não importa o quanto você se dedique a defender um idioma; se você não atrair os adolescentes e pais da próxima geração de crianças, o resultado será nulo”, afirmou Crystal, que foi criado falando inglês e galês. E o que interessa mais aos adolescentes do que a Internet, hoje em dia? Se uma linguagem conquista espaço na rede, é muito mais provável que os jovens considerem que ela é interessante." A enciclopédia online Wikipédia (www.wikipedia.org) -escrita e mantida por voluntários- tem verbetes em dezenas de idiomas ameaçados, do cherokee dos indígenas norte-americanos ao tetum, uma linguagem da Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Lingüísticos Rua São Francisco Xavier, 512/97. Mangueira 20943-000 – Rio de Janeiro – RJ pereira@uerj.br - (21) 2569-0276 Diretor-Presidente: José Pereira da Silva Vice-Diretora: Cristina Alves de Brito Primeira Secretária: Délia Cambeiro Praça Segundo Secretário: Sérgio Arruda de Moura Diretor Cultural: José Mário Botelho Vice-Diretor Cultural: Antônio Elias Lima Freitas Diretor de Publicações: Amós Coêlho da Silva Vice-Diretor de Publicações: Alfredo Maceira Rodríguez Diretora de Relações Públicas: Valdênia Teixeira de Oliveira Pinto Vice-Diretora de Relações Públicas: Maria Lúcia Mexias-Simon Diretora Financeira: Ilma Nogueira Motta Diretora Financeira: Ilma Nogueira Motta Vice-Diretora Financeira: Carmem Lúcia Pereira Praxedes O FILÓLOGO DE PLANTÃO
Redator: Alfredo Maceira Rodríguez Rua Brasilina, 34/204 21350-060 – Cascadura – Rio de Janeiro – RJ Tel.: (21) 2593-1960 e-mail: alfredo.ntg@terra.com.br home page: www.filologia.org.br/alfredo =================================== Explicadinho (Mas não muito bem) Virou moda na mídia explicar o significado de palavras que alguém acha que o leitor ou ouvinte não compreende. Assim vimos e ouvimos até a exaustão que crime culposo que resulta em morte é (sem intenção de matar), ao contrário de crime doloso. Não opinamos sobre a utilidade ou não deste procedimento explicativo, mas ele deve ser simples e correto. No caso de latrocínio não concordamos com a explicação, que é invariavelmente: (roubo seguido de morte). A pergunta que se impõe é: “E quando o roubo é precedido de morte?”. 1.Roubo ou extorsão violenta, à mão armada. 2.Crime contra o patrimônio que consiste em apossar-se de coisa alheia mediante violência que resulta na morte da vítima. (Aurélio, 2007) (Ver Houaiss e outros). austronésia falada por menos de um milhão de pessoas no Timor Leste, passando pelo idioma maori, da Nova Zelândia. Existem dezenas de chat em galês para os 600 mil usuários do idioma -pouco mais de 20 por cento da população galesa-, e os jovens usam essas salas de bate-papo para procurar os melhores bares na cidade ou para paquerar. Crystal disse que existem cerca de 50 ou 60 idiomas no mundo que estão reduzidos a um único usuário, e que cerca de duas mil línguas jamais foram registradas em forma escrita. "Se esses idiomas morrerem, eles se foram para sempre. Há uma grande perda intelectual para a humanidade. A Internet é muito importante para evitar isso", disse ele. Empréstimos vocabulares ameríndios ao espanhol O espanhol recebeu os empréstimos ameríndios das línguas faladas na América, destacando-se o sul da América do Norte, as ilhas do Caribe, a América Central e grande parte da América do Sul, enquanto o português recebeu mais empréstimos de línguas da América do Sul, particularmente de nações indígenas do atual território brasileiro e de nações vizinhas. Registramos os principais empréstimos vocabulares de palavras primitivas de línguas ameríndias, cuja origem é tida como certa nas fontes consultadas. Principais línguas-fonte
Aruaque
Estes elementos lexicais provêm do grupo aruaque, em sua maior parte do taino. Entre eles encontram-se os seguintes: Fauna: Caimán (caimão), iguana (iguana), manatí (manatim, peixe-boi). Flora: Cacao (cacau), maíz (maís, milhete), caoba (caoba), maní (amendoim), bejuco (bejuco, nome de plantas semelhantes a cipós), tuna (tuna, espécie de figueira e seu figo), guanábano (árvore das Antilhas), guayaba (goiaba). Cultura: Caníbal (canibal), baquiano (condutor, guia), canoa (canoa), hamaca (maca, padiola), enagua (enágua). Natureza: Huracán (furacão). Caribe
Fauna: Colibrí (colibri, beija-flor), agamí (agami, ave da América do Sul do tamanho de uma galinha e que pode ser usada para tomar conta de outras aves), loro (louro, papagaio), macagua (ave de rapina; serpente venenosa). Flora: Curí (árvore das coníferas da América do Sul), papaya (papaia, mamão), yuca (iúca, certo tipo de mandioca), yaiti (árvore das euforbiáceas), yaimaje (árvore das sapindáceas), macagua (árvore silvestre de Cuba). Cultura: Cacique (cacique), piragua (pirágua, piroga), curare (curare, certo veneno usado por algumas tribos indígenas), maca na (arma com cabo de madeira e fio de pedra, espécie de machadinha). Natureza: Sabana (savana, planície semidesértica própria dos pampas). Náuatle
Fauna: Guacamayo (espécie de papagaio), guajolote (pavão, adj. bobo), mapache (mamífero carnívoro da América do Norte), nahui (cobra grande e venenosa com quatro fossas nasais). Flora: Aguacate (abacate), tomate (tomate), acahual (espécie de girassol comum no México), guácima, guácimo (árvore silvestre de vários países da América Central e do Sul), milpa (milharal), olote (caroço de milho), nanacate (cogumelo comestível e alucinógeno, México). Cultura: Chocolate (chocolate), petate (esteira de folhas de palmeira para dormir), jícara (xícara), guacal (espécie de padiola), ahuacamol, ahuacamole (salada de abacate moído, com cebola, etc. na América Central, Cuba e México), chicle (chicle, secreção de uma planta), hule (goma, caucho, tela pintada e envernizada), petaca (cigarreira), tiza (giz), guadringo (adj. astuto, gozador; subs. certo peixe), guachinango (adj. astuto, gozador, em Cuba e Porto Rico), guaje (menino, jovem, em Honduras e México; cabaça para vinho), mástil (espécie de sunga que usavam os astecas), mecate (barbante, cordel de pita), piocha (buço, barba do queixo, México). Quíchua
Fauna: Vicuña (vicunha), puma (puma), llama (lhama), guanaco (guanaco), bagual (potro ou cavalo selvagem), cóndor (condor), guacho (filhote), quinquincho (espécie de tatu da América do Sul), puchú (cervo pequeno dos Andes, em Argentina e Chile), etc. Flora: Papa (batata, no esp. americano), batata (batata-doce), mate (mate), hevea (hévea, caucho), cancha (milho torrado), poroto (espécie de feijão), quino (certa árvore americana), quinua (certa planta anual na Argentina, Bolívia e Peru), paico (planta herbácea usada na medicina popular), pacay (árvore da família das mimosáceas), mulli (árvore das anacardiáceas). Natureza: Cancha (recinto fechado, campo de esporte), guano (guano, excremento de certas aves para adubo), chacra (chácara), puna (terra alta próxima dos Andes. Na América do Sul, grande extensão de terra plana e erma), paraca (vento forte do Pacífico). Cultura: Guacho (adj. pobre, carente, órfão), guagua (menino que mama), yanacona (índio que estava ao serviço dos espanhóis), carpa (toldo), quincha (tecido de juncos para construção, América do Sul; parede de bambu ou material semelhante na Argentina, Chile e Peru), minga (aluguel, especialmente de jornaleiros, mutirão), huacho (rego feito com o arado), llicta (certa massa feita de batatas fervidas, etc.), yapa (gorjeta), yaraví (espécie de canto doce e melancólico de algumas regiões da América do Sul), achura (assado de uma rês, vísceras de reses) ¡achalay! (interj. Que lindo!, que bom! Norte da Argentina, Equador e Peru), quipu (cada uma das ramificações dos nós nas cordas que serviam como escrita, usadas pelos índios), pichana (v. varrer; na Argentina, vassoura rústica feita com ramos silvestres), piti (pequeno, porção de qualquer coisa pequena, Colômbia e Equador), pucará (fortaleza que os índios construíam em alturas estratégicas), pucho (sobra, resto, resíduo, guimba de charuto, cigarro), nuto, ta (adj. esmagado, reduzido a pó; carne macia ou amaciada, Norte da Argentina, Colômbia, Equador e Peru), patasca (pipoca), pállay (v. recolher do solo). Araucano (mapuche)
Fauna: Pololo (inseto de aprox. Flora: Llaullau (cogumelo que se cria em árvores), mitén (certa árvore do Chile), mañín (certa árvore do Chile). quila (espécie de bambu), quilmay (planta trepadeira das apocináceas, Chile), quilquil (planta silvestre das polipodeáceas), quinchamali (planta medicinal das santaláceas, Chile), quillay (árvore das rosáceas, Argentina e Chile), rimú (árvore da família das oxalidáceas), pichi (arbusto das solanáceas no Chile), pitao (árvore da família das rutáceas), patagua (árvore das liliáceas do Chile), ñire (árvore das fagáceas do Chile), pangue (certa árvore do Chile), nalca (pecíolo comestível do pangue). Cultura: Malón (ataque inesperado de índios, coisa ruim), guachapear (furtar, roubar, no Chile), poncho (poncho), guajiro (senhor, homem poderoso), machi (curandeiro profissional no Chile), puelche (indígena que vive na parte oriental da cordilheira dos Andes, no Chile). Fauna: Jaguar, yaguar (jaguar), tucán (tucano), acutí (aguti, cutia), tatú (tatu), ipecacuana (ipecacuanha, certa cobra não venenosa; certa erva das rubiáceas), tamanduá (tamanduá), tapir (tapir), guariba (certo macaco, bugio), yapú (certa ave, semelhante ao tordo), sagüi (gambá), ñandú (avestruz, aranha), ñacurutú (ave noturna domesticável, espécie de coruja), pacú (certo peixe de rio, Argentina), maracaná (espécie de papagaio). Flora: Ananá, ananás (ananá, ananás, espécie de abacaxi), guariba (certa árvore grande de Argentina, Paraguai e Uruguai), guabiyú (guabiju, árvore das mirtáceas de Argentina, Paraguai e Uruguai), irupé (vitória-régia), tapioca (tapioca), mandioca (mandioca), guabirá (certa árvore grande da Argentina, Paraguai e Uruguai), yataí, yatay (planta da família das palmeiras do norte da Argentina, Paraguai e Uruguai), ñandubay (árvore da família das mimosáceas), ñapindá (planta da família das mimosáceas, muito espinhosa). Cultura: Catinga (catinga, mau cheiro), tapera (tapera), guaca (demônio da casa, sepulcro, etc.), abañeén (abanheenga, língua de gente, falar), copaíba (copaíba), guaraní (guarani, homem de guerra), aimoré (aimoré, que não fala a língua tupi), ñanduti (tecido fino para roupa branca), ñangostarse (v. - pôr-se de cócoras, humilhar-se, submeter-se, Porto Rico e Santo Domingo). Fonte: Empréstimos ameríndios ao português e ao espanhol. In: Cadernos de CNLF. Série VI, No. 7º: 95-107, Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2002 A língua basca (Conclusão do número 54) Verbo IZAN (ser, estar). É um verbo muito irregular. Presente Passado ni naiz eu sou ni nintzen eu fui hi haiz tu és, você é hi hintzen tu foste hura da ele/ela é hura zen ele/ela foi gu gara nós somos gu hinen nós fomos zu zara vós sois zu zinen vós fostes (só 1 pessoa) zuek zarete vocês são zuek zineten vocês foram haiek dirá eles/elas são haiek zinen eles/elas foram Verbo UKAN (ter) Presente Passado nik dut eu tenho nik nuen eu tinha hik duk tu (M) tens hik huen tu (M/F) tinhas hik dun tu (F) tens hark du ele/ela tem hark zuen ele/ela tinha guk dugu nós temos guk gennen nós tínhamos zuk duzu vós tendes zuk zenuen vós tínheis zuck duzue vocês têm zuck zenuten vocês tinham haick dut eles têm haick zuten eles tinham SINTAXE O basco é basicamente uma língua SOV (sujeito – objeto – verbo), mas esta ordem não é rígida. Alguns exemplos: umea kalean erori da criança-det rua-loc caída é (a criança é caída na rua) emakumeak gizona ikuri du mulher-det-E homem-det visto tem (a mulher tem visto o homem) gizonak umeari liburua eman do homem-det-E criança-det-D livro-det dado tem (o homem tem dado o livro à criança). O basco é uma língua que se principia pelo final: todos os modificadores (exceto adjetivos lexicais) precedem seu elemento principal; isto inclui os modificadores complexos como as orações de relativo. A língua é exclusivamente posposicional. O artigo definido é um sufixo, -a no singular e –ak, no plural. O indefinido bat é de uso restrito. Geralmente equivale a um certo. Exemplos: etxe (casa), etxea (a casa), etxeak (as casas), etxe bat (uma certa casa), etxe zuria (a casa branca), etxe zuriak (as casas brancas), etxe zuri bat (uma certa casa branca). De etxean (na casa), etxeko (quem / o que está na casa); isto é usado para formar sintagmas como etxeko atea (a porta da casa), etxeko andrea (a senhora da casa), etxeko giltza (a chave da porta), e etxekoak (as pessoas da casa). Comparemos com o caso genitivo comum etxearen (da casa), como em etxearen izena (o nome da casa) e etxearen historia (a história da casa). LÉXICO O basco esteve em contato intenso com o latim e com o romance durante 2.000 anos, por isso recebeu milhares de empréstimos das línguas vizinhas, contudo, o núcleo do vocabulário consiste de línguas indígenas. Exemplos: gizon (homem); emakume (mulher); alaba (filha); seme (filho); neska (moça); mutil (garoto); gazte (jovem); haur (criança); ama (mãe); taita (pai); iseka (tia); osaba (tio); amama (avó); aitite (avô); adiskide (amigo); ehistari (caçador); buru (cabeça); mihi (língua); esku (mão); oin (pé); belarri (ouvido); bihotz (coração); zaldi (cavalo); urde, zerri (porco); osto (lobo); gure (nosso); bada (sim); ez (não); on (bom); eta (é); ongi (bem); txar (mau, ruim); handi (grande); zuri (branco); beltz (preto); mendi (montanha); ibai (rio); argi (luz, brilho); hotz (frio); ur (água); su (fogo); burdina (ferro); lur (terra); lana (trabalho); iturri (primavera); aste (semana); zembaki (número); izan (ser, estar); ukan (ter ); etorri (vir, chegar); joan (ir); hartu (tomar, pegar); jaio (nascer); egin (fazer); eman (dar); harrapati (pegar, agarrar, caçar). Empréstimos antigos do latim: libura (livro); harea (areia); diru (dinheiro); katea (cadeia, corrente); ahate (pato); errege (rei); gerezi (cereja); ziape (mostarda); mila (mil); eztainu (estanho); bago, pago (praia); aditu (ouvir, entender); bedeinkatu (benção); laket (agradar). Entre os empréstimos posteriores do romance encontram-se: zeru (céu); putzu (poço); leku (lugar); berde (verde); motz (curto); oilo (galinha); horma (muro); kantu, kanta (canção); gustatu (agradar, gostar); mulo (meda, monte de feno); kobratu (coletar, cobrar); kotxe ou boitura (carro). Algumas palavras podem ser empréstimos muito antigos de línguas célticas, entre elas mando (mulo); maíte (amado, a); adar (chifre). Há um ou dois empréstimos do árabe, incluindo gutun (letra) e atorra (camisa). A partir do século XIX foram agregadas à língua diversas palavras, entre elas: Euskadi (País Basco); idatzi (escrever); eratorri (derivar); ikurrin (bandeira basca); gudari (soldado basco); aberri (terra natal); abertzale (patriota); hozkailu (geladeira); hauteskunde (eleição); lagunkide (simpatizante); sudurkari (nasal); ikerketa (pesquisa); ortzune (cosmos); izenlagun (modificador adjetival complexo). Outras palavras nativas e regionais também foram postas em circulação como berezkuntza (distinção) e etorki (origem, fonte). Palavras independentes foram usadas como prefixos na criação de neologismos. O uso de prefixos é completamente novo no basco. Exemplos: gainjarri (sobrepor) de gain (topo) + jarri (pôr); aurrehistoria (pré-história) de aurre (frente); kontrajardun (opor) de kontra (contra) + jardun (atarefado). A palavra indígena irauli (virar, capotar) teve seu significado ampliado para revolta, rebelde. A partir daí, formou-se iraultza (revolução), com o sufixo nativo –tza e iraultzaile (revolucionário), com o sufixo nativo –tzaile (alguém que age). Este último produziu kontraultzaile (contra-revolucionário), com o novo prefixo kontra (contra). Empréstimos do basco O basco também contribuiu com empréstimos a outras línguas. Palavras como esquerdo (espanhol izquierdo, catalão e gascão esquerre) têm origem no basco esquerra, ezxker, assim como as palavras espanholas chatarra (sucata, ferro-velho), chaparro (mata rasteira), originam-se, respectivamente, nas palavras bascas txatarra e txaparro. Pronúncia do basco A pronúncia do basco não oferece grandes dificuldades: Existem apenas cinco vogais, como no castelhano, embora a sílaba tônica seja flutuante. A palavra isolada é pronunciada como oxítona. Alguns fonemas consonantais: g: ge e gi como em castelhano e português gue e gui, respectivamente; tx: como ch em castelhano em coche; ts: semelhante a tx, porém mais suave; tz: semelhante ao italiano zz em pizza; x: semelhante ao sh em inglês em show; z: s sibilante. Extraído do nosso texto Estruturas básicas da língua basca. Revista Philologus, 24 (setembro / dezembro), 2002 – Rio de Janeiro, e em sites atuais da língua basca na internet. ************************************************************ Feliz Ano Novo! ¡Feliz Año Nuevo! Feliĉan Novjaron! 2008 |