Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


26-04-2019

Batalha de Atoleiros (06.04.1384) Fronteira: Ensaio Geral para Aljubarrota? - João Gouveia Monteiro


prof João Gouveia Monteiro  Faculdade de Letras, Universidade de Coimbra

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Assegurou componente de conteúdos científicos do Centro de Interpretação da Batalha dos Atoleiros,em Fronteira-Alto Alentejo, em parceria com o projectista belga Johan Schelfhout (multimédia) e com Maria Leonor Cruz Pontes. A parte arquitectónica esteve a cargo do Arquitecto Gonçalo

Resumo 

Este artigo revisita, com detalhe, a batalha de Atoleiros, que teve lugar no Alto Alentejo em 6 de Abril de 1384. Trata-se de um combate pouco valorizado pela historiografia tradicional, mas que teve enorme importância política, psicológica e, claro, militar. Por um lado, consolidou o partido do Mestre de Avis mostrando a todos que ele tinha força suficiente para se impor e provando que os Castelhanos, afinal, não eram invencíveis. Por outro, impediu a junção das tropas castelhanas que invadiam o Alentejo com aquelas que já montavam o cerco a Lisboa. Além disso, a solução táctica adoptada por Nuno Álvares Pereira (combate apeado, combinando cavalaria desmontada, peonagem e atiradores) foi engenhosa e revelou grande actualização, resultante do largo contacto estabelecido durante as guerras fernandinas com os homens-de-armas ingleses. Neste sentido, a batalha de Atoleiros pode ser a justo título considerada como precursora da grande vitória obtida em Aljubarrota, escassos quatro meses mais tarde. Palavras-chave: guerra medieval, táctica militar, Crise de 1383-1385, Nuno Álvares Pereira.

 

in Revista Portuguesa  de Pedagogia

 Extra-Série 2011  

Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação Universidade de Coimbra

No decurso da chamada Crise de 1383-1385 tiveram lugar, para além de inúmeras operações de cerco (de castelos ou praças-fortes) e de muitas cavalgadas devastadoras em território inimigo (a que chamaríamos hoje ‘acções de guerrilha’), quatro combates principais em campo aberto: as batalhas de Atoleiros (em 6 de Abril de 1384), de Trancoso (em 29 de Maio do mesmo ano), de Aljubarrota (em 14 de Agosto de 1385) e de Valverde (possivelmente em 17 de Outubro de 1385). Tal como era comum suceder na Idade Média, os principais envolvidos na disputa pela sucessão de D. Fernando (o rei de Castela, D. Juan I; e o Mestre de Avis, eleito em Abril de 1385 rei de Portugal com o nome de D. João I) não participaram pessoalmente senão num destes combates – o que se revelaria decisivo para o desfecho da Crise: a batalha de Aljubarrota. 

Os outros foram assunto de Mestres de Ordens Militares, de fronteiros e de Condestáveis, ou 322 então de grandes fidalgos (geralmente tão interessados em defender os seus interesse pessoais como os dos chefes que representavam). Também por este facto, a batalha de Aljubarrota tem monopolizado as atenções dos historiadores, a começar pelo autor deste breve ensaio . 

E no entanto, também os outros combates, ainda que de proporções muito mais modestas, mereciam uma revisão cuidadosa. Não só pelo seu valor militar intrínseco, do ponto de vista estratégico e táctico, como pelo seu significado político e até psicológico, tendo em conta a relevância do seu contributo para o desfecho final da Crise que poria fim à primeira dinastia portuguesa .

 E no entanto, também os outros combates, ainda que de proporções muito mais modestas, mereciam uma revisão cuidadosa. Não só pelo seu valor militar intrínseco, do ponto de vista estratégico e táctico, como pelo seu significado político e até psicológico, tendo em conta a relevância do seu contributo para o desfecho final da Crise que poria fim à primeira dinastia portuguesa .Inline image


 

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