14-12-2006NatalEduarda Fagundes Nunes Ao ler a descrição do Natal na tua terra de origem, lembrou-me o da minha infância nos Açores, antes de emigrar com a minha família, aos 8 anos de idade, para o Brasil. Pela narração vejo algumas diferenças entre os hábitos açorianos de antigamente ( década de 50) e os de Portugal Continental. Na casa dos meus pais, antes da meia-noite, comia-se o bacalhau cozido com batatas e couves e, depois da Missa de Galo, lingüiças e carnes de porco. De sobremesa fazia-se bolo inglês( com frutas cristalizadas, avelãs, e vinho do Porto), arroz doce, fatias douradas( rabanadas), pudim de tapioca, ou de veludo( feito de leite, ovos, açúcar). Tudo regado ao bom vinho da casa, feito pelos meus tios no ano corrente e a Angelica, bebida com figos passados, recheados com nozes e manteiga. Louvava-se o Menino Jesus . E as crianças pequenas iam se deitar, em algazarra, todas juntas, no mesmo quarto, enquanto os adultos ( meus pais , tios e avós) continuavam a ceia, em ambiente de confraternização e euforia. Pela manhã, bem cedinho, eram acordadas e em esbaforida corrida iam para a sala ver os presentes que São Nicolau havia deixado debaixo da árvore, na Noite de Natal. Relembrar é reviver sentimentos e pessoas que na poeira do tempo da nossa vida já desapareceram. Pena que no nosso mundo globalizado, de consumismo exagerado e generalizado, essas diferenças culturais quase desapareceram. Um Santo e Feliz Natal , com muita paz, alegria e harmonia entre os Homens e a família. São os votos da M. Eduarda Fagundes Nunes
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