Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


24-11-2018

Brasil - Ruínas do "Cais da Imperatriz"


João Araujo, historiador

 

Ruínas do "Cais da Imperatriz" que uma fake history faz passar por um suposto "Cais do Valongo".

Nireu Cavalcanti, arquiteto e historiador, o maior conhecedor e pesquisador vivo da História das transformações urbanas de nossa cidade, já demonstrou cabalmente que esse "Cais do Valongo" é uma farsa, que nunca existiu. Havia o Valongo, região onde se concentrou o comércio de escravos, mas nunca houve um cais onde esses escravos desembarcavam vindos da África. Os escravos desembarcavam na Alfândega (até 1831) e de lá iam para diversos lugares (a pé, de barco, em carroças), e sim, principalmente para o Valongo. Porém, no Valongo desembarcavam nos atracadouros dos trapiches, não em um cais. No Valongo havia uma "rampa", que servia sobretudo para o desembarque de "produtos do interior", isto é, frutas, legumes e sobretudo madeiras das vilas fluminenses. Tudo isto, repita-se, está comprovado, mas um esquerdismo historiográfico misturado com uma promoção marqueteira da cidade não dá o braço a torcer e transforma o "Cais da Imperatriz", construído para o desembarque da futura Imperatriz Teresa Cristina (que veio casar-se com Pedro II), em um cais de escravos. Bem, eu, Nireu, e todos aqueles que prezam pela "verdade histórica", pelo rigor historiográfico, pelo respeito aos dados da pesquisa, não deixaremos de sempre denunciar esta farsa, "descontentando o coro dos contentes".

Sobre este site

GLOBOPLAY.GLOBO.COM

Jornal Hoje | Ruínas do Cais do Valongo, no Rio, recebem título de Patrimônio Mundial pela UNESCO | Globoplay

Unesco concede ao Cais do Valongo o título de Patrimônio Mundial

 

   
 

Unesco concede ao Cais do Valongo o título de Patrimônio Mundial

Cerimônia foi realizada na manhã desta sexta-feira (23). Local foi porta de entrada de mais de 1 milhão de escra...

 

 

"