Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


11-11-2006

Comemoração pelos 31 Anos de Independência de Angola


Manuel de Sousa *

“Sou Ou Nunca Fui O Que Serei”

Sou um ser dependente e independente ao mesmo tempo
Sou o que não quero ser nem o que sonhei vir a ser
Sou um ser mutante que vive no estado nirvana constante
Sou o híbrido que mais se assemelha ao pensador da concepção
Sou uma crisálida de uma borboleta perfeita num Mundo belo
Sou o Adão e a Eva mentais que comem a maçã do pecado
Sou a sombra e a imagem que se assemelha ao Inspirador da Vida
Sou a planta que rasteja eréctil e se transforma em carne sagrada
Sou a vela que arde invariavelmente noite adentro comemorando
Sou o que estou convencido de ser e de não ser o que nunca fui
Sou um pobre ser alado que se convence de ser um ser voador
Sou juiz e julgado ao mesmo tempo somente pelos conceitos
Sou um qualquer ser que não ultrapassará o formato do pó
Sou aquilo que ninguém quer ser e que só o desígnio determina
Sou um zé ninguém que assobia o hino cantado aos ricos
Sou  alguém que busca a virtude logo ali atrás da primeira esquina
Sou aquele que busca sentidos e colhe contrassentidos e contracensos
Sou quem foi o que todos foram e o que todos serão algures no futuro
Sou um de muitos e sou um insignificante ser no meio de tantos
Sou o indivíduo que pretende continuar a idealizar novas ideias
Sou um psiconauta que viaja para os confins das perguntas e das respostas
Sou aventureiro da mente onde mergulho até às suas maiores profundezas
Sou um ser em busca permanente que quer somente cumprir sua missão
Sou caminheiro do caminho que nos leva a todos para o mesmo destino
Sou visionário que faz das visões autênticos mapas de referência para a Vida...

*Escrito em Luanda, Angola, por manuel de sousa, a 10 de Novembro de 2006, em Dedicação à Minha Angola e ao Meu Povo Compatriota, por mais uma Comemoração da Dipanda (Independência),  que amanhã, dia 11 de Novembro, comemora 31 Anos de Independência...

 

“Tendo Tudo, Tampouco Ou Nada”

Tenho pena mas não tenhas asas
Tenho caminho mas minhas patas são pés
Tenho cabeça mas ela não é de lagarto
Tenho cabelo mas ele está sempre despenteado

Tenho tempo às vezes mas não tenho tinha
Tenho vagar por vezes mas não tenho ondas
Tenho tido coisas mas nem tudo tenho
Tenho muita paciência mas nem sempre serve

Tenho casos mas muitos sem causa
Tenho assuntos mas muitos completamente vazios
Tenho vontade mas não sei por onde começar
Tenho a imaginação colorida mas cadê o arco-íris

Tenho visto tanto e tão pouco mas quero ver o fim do túnel
Tenho experimentado o suficiente mas preciso de mais experiência
Tenho pressentido muito mas necessito de sentir muito mais
Tenho sonhado que nunca mais acaba mas há que materializar a realidade

Tenho sido demasiado distraído mas terei que me concentrar melhor
Tenho partido em longas viagens mentais mas sem grande efeito
Tenho viajado pelo pensamento em busca constante mas para nada
Tenho vestido a pele do avesso mas porque ando abstracto em demasia...

Mas quando o que tenho é que andar o mais sensato e consciente possível!...  

*Escrito em Luanda, Angola, por manuel de sousa, a 11 de Novembro de 2006, em Homenagem ao Dia da Independência de Angola e ao Grandioso Povo de Angola, que por tanto sofrimento, hoje merece estar em bem estar e feliz..., festejando a Dipanda (Festa da Independência)...com os Amigos e com os Restantes Povos Irmãos do Mundo...