14-04-2018 Gastronomia Portuguesa pelo Mundo
Maio 14, 2017 Costumes & Tradições, Culinaria & Doçaria, Portugal
A culinária portuguesa é dona de uma grande diversidade, por todas as influências que recebeu que vão desde os fenícios aos celtas, dos romanos aos mouros até às novas gerações, é por isso consequência de todos as contribuições dos ocupantes da Península. O período das descobertas marítimas portuguesas teve um peso forte na gastronomia nacional, com a introdução das especiarias – como pimenta, canela e noz moscada – e do sabor agridoce. Neste período também foram integrados, entre outros alimentos, o açúcar, o feijão e a batata, adotados como produtos essenciais.
A dieta medieval portuguesa era bastante limitada, constando sobretudo de pão de trigo ou centeio; de legumes variados, com predomínio para as couves, o grão e as favas; de frutas, como as castanhas, as maçãs, as uvas ou os marmelos; de vinho e de azeite; e de mel, que servia de adoçante.
Algum peixe e alguma carne completavam a mesa dos mais abastados.
Com grandes viagens de descobrimento, a partir do século XV, tudo mudou.
Em terras desconhecidas os navegadores portugueses depararam com novos alimentos e novos condimentos, anteriormente desconhecidos ou pouco vulgarizados. E logo se encarregaram de os divulgar e de os transplantar para o Reino.
Por conseguinte, os descobrimentos portugueses tiveram, assim, um enorme impacto nos hábitos alimentares de muitos povos.
A cana-de-açúcar, originária da Ásia, passou a ser cultivada no Algarve e na Madeira, revolucionando a doçaria portuguesa. De África, os navegadores portugueses trouxeram a malagueta, o coco, a melancia, e mais tarde também o café, que coloriram a nossa gastronomia de novos sabores.
Da Ásia, vieram especiarias exóticas como a pimenta, a canela, o gengibre e o cravo-da-índia, que se vulgarizaram em Portugal e, logo depois, na Europa. Vieram também frutas então quase desconhecidas entre os europeus, como a banana, a manga e a laranja doce. Da longínqua China, os portugueses trouxeram ainda o chá, que é hoje a bebida mais consumida a nível mundial.
Mas a América, contactada pela primeira vez em finais do século XV por portugueses e espanhóis, era o continente mais rico e exuberante em termos vegetais. De lá trouxeram os navegadores ibéricos numerosos produtos que hoje fazem parte integrante da gastronomia europeia, como a abóbora, o amendoim, o ananás, a batata, a batata-doce, a baunilha, o cacau (e o chocolate), o caju, o feijão, o girassol, o maracujá, o milho, a papaia, o pimento e o tomate.
Em contrapartida, espalhámos os nossos paladares tão únicos pelos cinco continentes, que facilmente foram integrados pelos povos como sendo seus. Aqui ficam algumas curiosidades.
Em 1543, os portugueses chegaram à ilha de Tanegashima, tornando-se assim os primeiros europeus a estabelecerem contacto com o Japão.
Com os portugueses, principalmente missionários (através de escolas e seminários fundados pelos missionários jesuítas) e comerciantes, os japoneses ganharam uma melhor noção da constituição do planeta, particularmente dos seus continentes, povos e oceanos.
Em termos de produtos e hábitos alimentares, foram introduzidas pelos portugueses novas espécies de animais e vegetais: figueira, pereira, pessegueiro, marmeleiro, oliveira, videira (para produção do vinho das cerimónias religiosas cristãs) e o hábito de criação e consumo de animais domésticos, como por exemplo a galinha, o pato, o coelho, etc.
A “Tempura”, hábito de fritar vegetais envoltos em polme, foi introduzida no Japão em meados do século XVI por missionários portugueses, sendo inspirada no prato português peixinhos da horta. Há diversas teorias para a origem do nome “Tempura”. Uma delas afirma vir da expressão “ad tempora quadragesimae”, a qual se referia ao período da Quaresma, quando os Jesuítas não consumiam carne vermelha, preferindo frutos do mar ou vegetais. Já outras cunham a palavra como derivada do verbo “temperar” ou “tempero”.
Gastronomia Portuguesa pelo Mundo - Revista Amar
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