20-03-2019História do Seminário de S. José pelas palavras de João Guedes
História do Seminário de S. José pelas palavras de João Guedes O Seminário de S. José teve um importantíssimo papel para Macau Funcionando durante muito tempo como instituição de ensino para a população. No século XX, porém, passou a ser vocacionado exclusivamente para a formação de padres. A história está contada em livro por João Guedes
O mais recente livro do jornalista e escritor José Guedes – “O Seminário de S. José. Na formação das gentes de Macau” – conta a história “de um dos mais importantes estabelecimentos de ensino de Macau”, nas palavras do próprio autor. O pedido para reunir o material existente foi feito pelos Antigos Alunos do Seminário de S. José, contou João Guedes à TRIBUNA DE MACAU. O papel importante que o seminário teve durante anos deveu-se ao facto dos padres terem assumido a missão do ensino para a população, explicou o escritor à margem da apresentação do livro que decorreu ontem no Restaurante Metrópole. “Ficaram encarregues pelo ensino e principalmente os jesuítas, que fundaram a célebre igreja de São Paulo, com a primeira universidade e ao mesmo tempo fundaram o seminário de São José”, acrescentou. A instituição “conheceu altos e baixos durante muito tempo, e depois o regresso e a saída intermitente dos jesuítas”, apontou. “De cada vez que a Ordem era expulsa, lá ia o seminário por ali abaixo, mas a certa altura, isto já depois da revolução liberal de 1820 no Porto, surgem os princípios democráticos a noção da Coroa portuguesa de que necessitava de fazer alguma coisa no âmbito da educação e também da saúde”. E é assim que acaba por servir de Liceu, Escola Comercial, instituto industrial. “Teve diversíssimas funções até ao século XX, depois as coisas começam a alterar-se bastante. Firma-se o Liceu e aparece a Escola Comercial, já separados do seminário”, disse João Guedes. Em 1930, passa então a ser um estabelecimento de ensino exclusivamente para formação de padres. Ao longo da história, sublinhou o escritor, o seminário teve também grande importância pelos alunos que lá passaram. “Eram cientistas, matemáticos, que passavam por lá para aprenderem Chinês e seguiam para Pequim, onde iam trabalhar”, recordou. A recolha de material para o volume agora publicado não foi complicada porque se dedica a esta área da história desde que está em Macau, disse. Porém, o processo “foi moroso, foi buscar aqui e ali, levou algum tempo. Havia coisas escritas dispersas, feitas pelo Padre Teixeira, pelo Padre Benjamim Videira Pires e diversíssimos outros autores, mas não havia uma história que reunisse o que já existia, uma coisa coerente”, explicou. De forma “mais jornalística possível”, foi assim que o autor descreveu a maneira como a narração é feita ao longo das mais de 200 páginas. “O meu interesse é que as pessoas peguem nos livros que eu escrevo e os leiam. Como jornalista procuro que essa leitura seja o mais fluida e o mais agradável possível para as pessoas”, concluiu.
Obras sobre missionários lançadas a 29 de Março No dia 29 de Março, pelas 18:30, serão lançadas obras em língua chinesa, no auditório da Diocese de Macau, sobre os Missionários que trabalharam em Macau e os padres Áureo Nunes e Castro e Luiz Ruiz Suarez. A maior parte dos livros resulta da tradução da colecção “Missionários para o Século XXI”, do Instituto Internacional de Macau (IIM), como é o caso do primeiro, da autoria de João Guedes. O livro sobre o Padre Ruiz é da autoria de Ieong Chi Chau, que fará a apresentação da obra. Durante a sessão, actuará ainda o coro de S. Tomás interpretando algumas canções do Padre Áureo. A iniciativa é do IIM e da Diocese de Macau, com o apoio da Fundação Macau e colaboração da Associação dos Antigos Alunos do Seminário de S. José. História do Seminário de S. José pelas palavras de João Guedes
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