Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


06-02-2019

Corredor dos Boiadeiros – Jorge Alberto Nabut


CORREDOR DOS 

BOIADEIROS

CORREDOR DOS BOIADEIROS

As obras de cunho histórico, de Jorge Alberto Nabut, tiveram reflexo imediato na sociedade uberabense. Durante anos e ainda hoje, Coisas que me Contaram –

 Crônica que Escrevi, é dos livros mais procurados por estudantes, dos mais 

diversos níveis escolares. Fragmentos Árabes reavivou a presença da maciça 

imigração libanesa nas cidades de Santa Juliana e Uberaba, no correr do século XX.

E Corredor dos Boiadeiros deu voz a heróis anônimos, que iam, a pé, a Mato Grosso do Sul, trazer gado curraleiro para Uberaba, muitas vezes em troca de exemplares de zebu, e daqui, o transportavam, ainda a pé, ou por trem de ferro e, mais tarde, por caminhão, a São Paulo, Belo Horizonte, Bahia, Piauí.O livro está de volta, no mesmo formato original, para consulta de todos interessados. Como toda obra é um contínuo fazer, em breve, o leitor terá anexos preciosos, para ampliar seus conhecimentos sobre a contribuição decisiva dos homens do Triângulo Mineiro para a fomentação da economia e da cultura do gado, zebu ou não.

 

Sendo múltiplo o artista – de teatro, conto, história e poesia – corre, paralela, a ocasional fotografia, que numa só fiada, tendo o mar como deambulador, inaugura a galeria, de si mesmo curador. Fotos e Legendas – Jorge Alberto Nabut

LEGENDAS – não é o elemento água ou o elemento areia, mas o movimento que desconcerta o barco, aqui ausente, e lança a vaga à arrebentação, também sem notificação, às ondulações, sem som ou orgasmo na areia… mesmo na longitude, aqui somente seus espasmos, ele traz inquietude, que é atitude de mar… não os mergulhos zenitais, fundear, as circum-navegações, derivações a bombordo, a estibordo… em Ubatuba bastam-lhe as bordas planas, chuvas que se acalmam ao se debruçarem no solo ininterrupto, lençóis de água estendido, a quarar a céu aberto, mormaço latente… as delimitações imprecisas nos horizontes, a linha que cosia as demarcações circunscritas aos azuis de firmamento à azulada oceanografia, sutil geografia… o anil tinge e arrasta à orla os cardumes de vento, os chapadões sertanejos, o abismo horizontal, em cujas margens o cavaleiro errante cavalga os reflexos de luz nas bordas do mar que se quer esparramar, se quer desamarrar mais adiante… deixar de ser mar para ser escritura, tessitura, arranhura, esgrafitado, e, ao invés de anilado, rapadura.

 

 

   
 

Corredor dos Boiadeiros – Jorge Alberto Nabut