27-10-2018Manual dos jesuítas contra abusos proíbe conversas sexualizadas - Natália FariaJESUÍTASManual dos jesuítas contra abusos proíbe “conversas sexualizadas“Os quase mil colaboradores das instituições tuteladas pelos jesuítas são obrigados a comunicar suspeitas de crimes ao Ministério Público e têm um prazo máximo de 24 horas para agir, caso a vítima possa estar em perigo. É um manual de procedimentos destinado a prevenir e a combater os abusos sexuais de menores, mas não só: é, simultaneamente, uma forma de combater todos os tipos de maus tratos ou negligência dos menores ou adultos vulneráveis que estejam a ser acompanhados nas cerca de 30 instituições tuteladas pelos jesuítas portugueses. A iniciativa, que estabelece regras claras e universais sobre como agir perante uma suspeita de abusos (dando, por exemplo, um prazo máximo de 24 horas para que uma denúncia seja averiguada, e obrigando a que as suspeitas de crimes sejam comunicadas ao Ministério Público) já está em vigor em instituições como o Colégio de São João de Brito, em Lisboa, e o Centro Comunitário São Cirilo, no Porto, entre muitas outras. O exemplo deverá agora ser copiado pelos jesuítas espanhóis, segundo adiantou ao PÚBLICO o padre Filipe Martins, o coordenador nacional do chamado Sistema de Protecção e Cuidado de Menores e Adultos Vulneráveis. “Ficamos contentes que este trabalho possa ajudar outros”, declarou por escrito ao PÚBLICO, para sublinhar que este manual de “bons tratos” foi feito entre Outubro de 2017 e Maio de 2018, e a sua aplicação às instituições tuteladas pelos jesuítas implicou a formação de 940 colaboradores e voluntários. Foi um trabalho exaustivo que levou, aliás, a que o líder desta ordem religiosa em Portugal, José Frazão Correia, tenha sido chamado à comissão de educação dos jesuítas a nível europeu. As comunidades jesuíticas, refira-se, mantêm ligação a Roma e estão espalhadas por mais de 120 países. No portal da ordem lê-se que, no início do ano passado, havia no mundo 16.090 jesuítas. 27 de Outubro de 2018, 7:30
Manual dos jesuítas contra abusos proíbe “conversas sexualizadas”
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