Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


26-07-2010

Patois : Vejam , leiam, conheçam o crioulo de Macau


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O PATOIS ou Papíá é o crioulo de Macau(China) , que julgo ser agora falado por poucos. Mas é um patrimônio que importa preservar e conhecer. Somos lusófonos, né?

Nossa cultura é mestiça e nossa língua pediu emprestado muitas palavras de outras línguas que também intercambiaram com o português. Somos uma comunidade "multicultural"

 

O PATOIS é uma língua que resulta das origens mestiças - chinesas. malaias, africanas, inglesas, espanholas, essencialmente de matriz portuguesa: A dóci papiaçám.

 

Vejam , leiam, conheçam este crioulo. Fausto Manhão nos conta uma estória em Patois.Viajemos com ele.

 

Português falado em Macau, China - Uma Estória em Patois

Fausto Manhão - 25/01/2010 14:33:01

 

Português falado em Macau, China

Uma Estória em Patois

Soldado Serafim
Serafim sãn unga soldado di nosso Exército Português qui já vem p’ra Macau assentá praça, na Fortaleza di Monte.Unga dia, Comandanti chomá ele p’ra su gabinete e falá assi:“Soldado Serafim, iou teng unga missão ui-di importante p’ra vos cumpri! Sã unga carta ui-di confidencial qui iou já iscreve para o Sium Pisidente di Leal Senado. Vos azinha-azinha vai entrega istunga carta cavá volta mostra iou protocolo assinado. Ouvi nunca?!?”“Sim, Sium Comandanti! … Dá licença?” …Serafim baté pala, fazê meia-volta volver, e marcha sai di gabinete di comandante.Cá fora, Serafim tremê de mêdo... “Qui ramêde… iou nun sabi ondi ficá Leal Senado… iou novo-novo chega como logo sabi?. Se fazâ asneira, certamente há-di fica ferrado!”Cuza logo faze, tropa falá sã teng qui desenrasca.Serafim pirgunta A – “Iou nom sabi”… pirgunta B “Ahnnn parece qui…” “Ayaaa – pensa Serafim... ”vosotro todo vai chera corda-nã… Iou vai tesa peito e onçong logo vai encontra… Macau nunca sã grandi nunca sã”?E pega su bicicleta, descê Baixo Monte e quando chega Cinema Capitol, olá direita e olá esquerda… mas non sabi qual lado vira… e agora?De repenti, logo na porta di Cinema Capitol ele olá unga china acocorado, con dois cesto na châm.Sarafim aproxima dele e falá com ar de tiro-grande – ele sã tropa, cidadán teng de obedecer:- Ouvi, vôs sabi ondi fica Leal Senado?China non sabi português, olá p’ra Serafim e gritá: Lá longi… lá longi!- Ahn? Qui cuza? Fica longi?E china torna grita: Lá longi… lá longi!Sarafim torna pirgunta: Lá longi … p’ra ali? E aponta p’ra lado di Igreja de S. Domingos…E china contiua grita: Lá longi… lá longi!E Serafim vai anda p’ra lado de S. Domingos… mas, quando chega na meio, ouvi china torna gritá:“Fica qui… fica qui!”Sarafim volta p’ra trás novamente, ui-di reva, pirgunta china:“Oh pá, vos tá brinca com iou? Iou non teng tempo p’ra bricadera, ouvi nunca?”E china torna grita: Lá longi… Lá longi …. e cavá “Fica qui! Fica qui!”…“Ai, vôs mufino! querê brinca co tropa?” E Pronto! Serafim perde cabeça e dá unga grandi chapada na china…China pelêng-polông cai na chám e começa berra “Aiooohhhhhh... Kau meng-háaaaaaa… ngau sok dále genti…. quim vem acudi iou“...Na confusán chega puliça-pau e levá tudo dois p’ra esquadra.Na esquadra, Sium Comissário Piteira pirgunta Serafim:“Qui cuza vos dále china?”“Iou dále china porque china goza iou” e conta tudo tin-tin por tin-tin p’ra comissário.Na fim, Comissário Piteira, bota mang na cabeça e fala:“Ayaaaa…Vos já confundi cu co calçam já! China nunca sãn goza vos, ele non sabi português… ele falá ele vende LARANJA e FIGO-CÁQUI!
13/07/2007, Texto de Fausto Manhão

 

Este conteúdo foi atualizado em: 25/01/2010 14:33:01 e acessado 141 vezes.

 

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A cultura macaense nos dá a oportunidade de conhecer um pouco da China, de uma China que há muitos séculos mantem o diálogo com o Ocidente.

 

O macaense é  "Um povo que encerra em si mesmo as sensibilidades extremas da autêntica Babel que é a sua raiz. Inventor do patoá, crioula realidade linguística que durante séculos foi o vocabulário familiar, inclusivamente usado por chineses, por africanos e por asiáticos de várias origens. Língua de Macau. imenso campo de estudo para tantos investigadores, hoje quase extinta."

Dedicatória escrita por Hélder Fernando no cd

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 Outras fontes sobre a cultura macaense (China):

 http://macauantigo.blogspot.com/2010/01/uma-estoria-em-patois.html

http://www.memoriamacaense.org/id18.html

 

Margarida Castro