15-08-2017Biografia de Luís da Câmara Cascudo
Luís da Câmara Cascudo. Nasceu em Natal - Rio Grande do Norte, a 30 de Dezembro de 1898, e faleceu, também em Natal, a 30 de Julho de 1986. Câmara Cascudo foi um historiador, antropólogo, advogado e jornalista brasileiro. Câmara Cascudo passou toda a sua vida em Natal e dedicou-se ao estudo da cultura brasileira. Foi professor da Faculdade de Direito de Natal, hoje Curso de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), cujo Instituto de Antropologia leva seu nome. Pesquisador das manifestações culturais brasileiras, deixou uma extensa obra, inclusive suamagnum opus, o Dicionário do Folclore Brasileiro(1952). Entre seus muitos títulos destacam-se: Alma Patrícia (1921), obra de estreia, e Contos Tradicionais do Brasil (1946). Estudioso do período dasinvasões holandesas, publicou Geografia do Brasil Holandês (1956). Suas memórias, O tempo e Eu (1971), foram editadas postumamente. Cascudo quase chegou a ser demitido de sua posição como professor por estudar figuras folclóricas como o lobisomem. Começou o trabalhou como jornalista aos 19 anos em "A Imprensa", de propriedade de seu pai, e depois passou pelo "A República" e o "Diário de Natal" - nos anos 1960 já havia publicado quase 2.000 textos. Foi agraciado com o Prêmio Machado de Assis em 1956.
Posições políticas
Câmara Cascudo foi monarquista nas primeiras décadas do século XX e durante a década de 1930 combateu a crescente influência marxista no Brasil. Também combateu, em parte, sob a impressão causada pela assim chamadaIntentona Comunista de 1935, quando a cidade de Natal foi palco e sede da primeira tentativa de um governo fundado nas ideias marxistas da América Latina, Cascudo aderiu ao integralismo brasileiro e foi membro destacado e Chefe Regional da Ação Integralista Brasileira, o movimento nacionalista encabeçado por Plínio Salgado. Desencantou-se rapidamente com oIntegralismo, tal como outro famoso ex-integralista, Dom Hélder Câmara, e já durante a Segunda Guerra Mundial favoreceu os Aliados, demonstrando sua antipatia aos fascistas italianos e aos nazistas alemães. Fiel ao seu pensamento anticomunista, não se opôs ao Golpe Militar de 1964, mas protegeu e ajudou diversos potiguares (norte-rio-grandenses) perseguidos pelos militares. Câmara Cascudo muito contribuiu para a cultura na gestão deDjalma Maranhão, prefeito de Natal.
Dicionário do Folclore Brasileiro (obra)
O Dicionário do Folclore Brasileiro é um livro de
Luís da Câmara Cascudo publicado originalmente em 1954, com sucessivas edições, desde então.
Histórico
A primeira edição foi prefaciada pelo então ministro da educação Antônio Balbino, em nome do Governo Federal, que editava a obra. Em nota esta mesma edição, Cascudo relembra que a ideia do Dicionário surgira em 1941, como um plano para "dez anos de trabalho sereno, sem pressa e sem descanso". A ideia, entretanto, seria realizar uma extensa História do Brasil, que foi abortada; o então diretor do Instituto Nacional do Livro, Augusto Meyer, propôs, em 1943 a elaboração de um Dicionário de Folclore. Para sua redação o autor convidou diversos colaboradores, desde César Guerra-Peixe, Heitor Villa-Lôbos,Nelson Romero e outros.
Conteúdo
O dicionário contém, além dos verbetes em si, umas poucas imagens dispostas ao longo da obra, todas em preto e branco. A farta bibliografia coligida está inserida em cada verbete, e não ao final do livro. Sobre este "defeito", que o autor revela ter sido reparado por um professor universitário estadunidense, Cascudo respondeu: "A explicação vem da própria mentalidade do autor, 'parva sed nihil', convencer-me da utilidade da informação bibliográfica no verbete consultado, orientando a curiosidade, e não dispersá-la na relação informe e terminal, de impossível fixação das origens temáticas. Preferi servir água no copo a mandar o consulente dessedentar-se no rio". - Luís da Câmara Cascudo - Nota à terceira edição, 1959.
Museu Câmara Cascudo
O Museu Câmara Cascudo (MCC) é um museu de
ciências naturais e antropológicas, mantido pelaUniversidade Federal do Rio Grande do Nortelocalizado na cidade do Natal, Rio Grande do Norte, Brasil. Contém exposição de fósseis, sedimentologia, anatomia comparada, ambientes, ciclos de couro e da cana-de-açúcar, artes sacra e popular, arqueologia, indiologia e culto afro-brasileiro, além de peças relevantes da História de Natal e do Rio Grande do Norte.
Tatu gigante
Como parte do seu acervo está o Pachyarmatherium brasiliense, descoberto em 2010 juntamente com um material arquivado desde a última década de 60. Foi encontrado no município de Baraúna em um caverna e possui cerca de 100 quilos. Presume-se que tenha entre 40 e 100 mil anos. O assunto foi destaque na publicação científica Journal of Vertebrate Paleontology.
Memorial Câmara Cascudo
O Memorial Câmara Cascudo é um ponto turístico
da cidade de Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte. Fica localizado próximo à antiga catedral. Visa homenagear o maior historiador e folclorista do Estado do Rio Grande do Norte e, é um dos maiores do país. Esse monumento foi a melhor forma encontrada para homenagear Câmara Cascudo e de fazer com que as pessoas conheçam mais sobre este grande artista do Rio Grande do Norte. Foi instalado a 10 de Fevereiro de 1987 em um edifício que data do século XVIII, construído para servir de sede ao Real Erário e posteriormente a Tesouraria da Fazenda, localizado na Praça André de Albuquerque na cidade de Natal, no Estado do Rio Grande do Norte. De sua construção até 1955, o edifício foi sede daDelegacia Fiscal, órgão do Ministério da Fazenda. Entre 1955 e 1982, o edifício abrigou o Quartel General do Exército e, em seguida, o recente Memorial. A partir de 10 de Fevereiro de 1987 se transformou no Memorial Câmara Cascudo (por iniciativa do jornalista Paulo Macedo), que é, desde então, um dos locais mais visitados pelos turistas na cidade. O Memorial tem como objetivo preservar e divulgar a vida e a obra de Luís da Câmara Cascudo, abordando diversos aspectos, com destaque a biblioteca particular de Câmara Cascudo, com cerca de 10 mil volumes de diversos assuntos como folclore, religião, história, biografias e romances, conta ainda com quadros que retratam momentos marcantes da vida de Câmara Cascudo. A biblioteca é considerada "rara" por possuir obras do início do século passado e livros em diversos idiomas. Grande parte dos livros tem anotações de próprio punho de Cascudo e dedicatórias dos autores. O edifício chama a atenção por ter uma estátua de Câmara Cascudo sobre uma mão em frente a sua fachada.
Citações
Obras
Obra extensa
O conjunto da obra de Luís da Câmara Cascudo é considerável em quantidade e qualidade. O autor escreveu 31 livros e 9 plaquetas sobre o folclore brasileiro, em um total de 8.533 páginas, o que o coloca entre os intelectuais brasileiros mais prolíficos, ao lado de nomes como Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda e Mário Ferreira dos Santos. A sua obra ganhou reconhecimento internacional. (*Editado por Eziel Vieira-Pvai).
Lista das obras
Abaixo, a relação de suas publicações, algumas das quais já reeditadas por outras editoras. Os títulos listados estão seguidos das publicações originais e suas respectivas editoras:
- Alma Patrícia, Critica Literária – Atelier Typ. M. Vitorino, 1921.
Referências
https://pt.wikipedia.org/wiki/Luís_da_Câmara_Cascudo https://pt.wikipedia.org/wiki/Dicionário_do_Folclore_Brasileiro https://pt.wikipedia.org/wiki/Memorial_Câmara_Cascudo https://pt.wikiquote.org/wiki/Câmara_Cascudo
Biografia de Luís da Câmara Cascudo
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