11-06-2017Para Marcelo, o Dia de Portugal durou 28 horas e acabou no BrasilPresidente terminou comemorações do 10 de Junho em São Paulo, com elogios aos emigrantes e lusodescendentes. O fuso horário ajudou e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, conseguiu discursar para uma sala lotada no Theatro Municipal de São Paulo, uma das mais importantes e emblemáticas salas de espectáculo paulistana, ainda durante o dia de Portugal, de Camões e das Comunidades. Eram 21h em São Paulo (uma da manhã de domingo em Lisboa) e o 10 de Junho durou umas inusitadas 28 horas para a vasta comitiva que acompanhou o Presidente e o primeiro-ministro até ao Brasil.
Estava desfeita a convenção do tempo, mas Marcelo Rebelo de Sousa ainda haveria de desfazer a convenção do espaço. É que Portugal não é um país pequeno, como os mapas administrativos podem dar a entender. O Presidente da República quis antes falar do “imenso território espiritual” que não só alarga as fronteiras até cada um dos locais onde habita um português – como abraça todo um sentimento de optimismo, de celebração, de excelência. “Venho aqui deixar-vos um abraço de gratidão, porque Portugal é o que é hoje graças ao vosso contributo. Tenho muito orgulho de ser Presidente da República de um país que tem cidadãos como vós”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa. O chefe de Estado não escondeu a ligação emotiva que tem com o Brasil, ao escolher dar o exemplo da sua própria família, para demonstrar que as sucessivas gerações de emigrantes, que acreditaram no passado, que acreditam no presente, sabem que “o Brasil é uma potência com futuro”. “Sempre acreditei nisso, ainda não era Presidente da República”, garantiu. “Vou falar-vos de um compatriota, um minhoto que, no final do século XIX, saiu de Portugal para o Brasil em busca de oportunidades”. Depois do “discurso oficial do Governo português”, e no qual António Costa deu nota das muitas iniciativas com que pretende estreitar as relações entre Portugal e Brasil, Marcelo disse que falava “em nome do coração de todos os portugueses”. “É o meu coração e o coração de Portugal que quer abraçar o Brasil”, afirmou, lembrando as pessoas que "fizeram do Brasil mais do que uma segunda pátria, mas antes uma fusão com a sua pátria primeira”. E o contador de histórias Marcelo começou então a falar do caso do compatriota que emigrou desde o Minho até ao Brasil para se afastar da crise económica que então se vivia. Marcelo terminou a história, atravessando gerações, para explicar que a interligação entre os dois países é tanta que, hoje em dia, os trinetos desse minhoto que emigrou para o Brasil em finais do século XIX, vivem em São Paulo. “Sei que há inúmeros exemplos destes em Portugal, mas se vos falo deste caso é porque o conheço bem, e estou aqui a falar da minha família”, avisou. leia o artigo aqui»» Para Marcelo, o Dia de Portugal durou 28 horas e acabou no Brasil
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