11-05-2017Ibn Mucana e os moinhos de vento.Ricardo.Esteves
"A mais antiga referência aos moinhos de vento na Europa é a do poeta luso-árabe Ibn Mucana de Alcabideche, a maior freguesia do Concelho de Cascais. Transcrevemos a comunicação intitulada “Abú Zaíde Ibne Mucana” de Fausto Amaral de Figueiredo, incluída em “Cascais e seus lugares”, revista de cultura e turismo, nº XX, Fevereiro de 1966, quando da realização do I Simpósio Internacional de Molinologia [estudo dos moinhos tradicionais]. "Ibne Mucana foi, durante a primeira fase da sua existência, uma espécie de poeta palaciano, que deambulou pelas cortes dos Hamídidas, em Málaga, dos Abádidas, em Sevilha e dos Zíridas, em Granada. Na de Málaga, por exemplo, recitou ele ao rei Idris II, que subiu ao trono em 5 de Fevereiro de 1043, um ditirâmbico elogio, que o soberano galardoou com um presente magnífico. Farto, no entanto, da ociosa vida, que levava, decidiu regressar à terra natal, para nela se dedicar às actividades campestres e nela aguardar, serenamente, que a morte o arrebatasse. Certo dia um contemporâneo viu-o passar, em Alcabideche, já velho e surdo, mas ainda com uma foice na mão e abeirou-se dele, para solicitar que lhe recitasse uns versos. Ibne Mucana – depois de o ter feito sentar , para observar os trabalhos da lavoura, que num campo fronteiro estavam a ser executados – pronunciou, de improviso, esta bucólica poesia, na qual metaforicamente aludiu aos moinhos de vento, que funcionavam com as nuvens, sem necessitarem de fontes: "Ó tu que habitas em Alcabideche, possas tu nunca ter falta de grãos https://cronicas-portuguesas.blogspot.pt/2008/04/ab-mucana-e-os-moinhos-de-vento.html |