Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


29-08-2017

Japão em Lisboa, velho conhecido Leonídio


Paulo Ferreira 

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Às vezes em Portugal damos pouca atenção ao que tem que ver com o Japão. Habituámo-nos a que de lá chegasse a melhor tecnologia e muitos exemplos do que de mais brilhante se faz a nível cultural no mundo. E até sabemos bem que é a terceira maior economia, um investidor importante e também um parceiro comercial a desenvolver. Mas comparado com a emergente China, que nos surpreende a toda a hora, o Japão é uma espécie de velho conhecido, alguém que temos em muito boa conta e de quem pensamos já saber tudo.

 

Bem, o Japão para nós portugueses é mesmo um velho conhecido, como aliás o é a China. Os portugueses foram os primeiros europeus a chegar por mar à Ásia Oriental e no caso do Japão foram mesmo os primeiros europeus com quem o país teve contacto. Ainda há umas semanas, o historiador João Paulo Oliveira e Costa contava no DN como o imperador Akihito se dizia agradecido aos portugueses pela segunda vaga de ciência a chegar ao arquipélago (a primeira veio da China). E mesmo a quem desconhece que foi também em Portugal que desembarcaram os primeiros japoneses a visitar a Europa, bastou ver há uns meses Silêncio, de Scorsese, para desconfiar de como a história dos dois países está relacionada.

A partir de amanhã, o Japão será de certo modo rei por uns dias em Lisboa. A Universidade Nova acolhe a 15.ª Conferência da Associação Europeia de Estudos Japoneses. Vão cá estar mais de 1100 académicos de topo, de inúmeros países, e cerca de 40% vindos do próprio Japão.

Basta olhar para a densidade da agenda de palestras para se perceber que se falará em Lisboa de tudo um pouco sobre o Japão. E de certeza sobre o pioneirismo de Portugal lá, no século XVI, quando fundámos Nagasáqui. Mas os organizadores incluíram no programa uma série de visitas a outras cidades e a museus que mostrará aos participantes como essa história comum é valiosa hoje. Chama-se a isto soft power, arma que Portugal ainda não percebeu bem como pode tornar o país poderoso bem acima do pequeno retângulo e dos 11 milhões de habitantes.    

Opinião Da Direção - Japão em Lisboa, velho conhecido

 

   
 

Opinião Da Direção - Japão em Lisboa, velho conhecido

Leonídio Paulo Ferreira

Às vezes em Portugal damos pouca atenção ao que tem que ver com o Japão. Habituámo-nos a que de lá chegasse a me...