14-06-2021Carlos Durão, da Academia Galega: A Língua não é só nossa: a Língua também é nossa
Carlos Durão, da Academia Galega da Língua Portuguesa: quanto ao dicionário e ao Vocabulário Ortográfico, “fazemos do ponto de vista da Lusofonia e isso implica obediência ao Acordo Ortográfico” e podem ser publicadas “no outro lado da raia, em Portugal, ou no além-mar, no Brasil”. . Os académicos agradeceram o esforço e a eficácia dos integrantes da Comissão nestes primeiros cinco anos – em especial do professor António Gil –, tendo conseguido vários sucessos, como a publicação do Léxico da Galiza, incorporado a várias publicações de ampla difusão internacional desde 2009. No mesmo dia, realizou-se a reunião do patronato da Fundação AGLP, aprovando as contas anuais e os projetos para o ano 2013, já em execução. Por ocasião desta nova etapa, a Academia Galega publicou uma longa entrevista, realizada por Ângelo Cristóvão – primeiro secretário da entidade e presidente da Fundação AGLP – ao académico Carlos Durão o dia 1 de julho em Vigo, em que o linguista explicou os novos projetos da Comissão de Lexicologia e Lexicografia (CLL), a sua faceta como escritor e poeta, a sua avaliação da situação da Língua, o Acordo Ortográfico, o Dicionário Galego da Língua Portuguesa e outros temas históricos e de atualidade. • Resumo da entrevista a Carlos Durão pela Academia Galega da Língua Portuguesa: . No tocante aos projetos da CLL, salientou a próxima publicação do Estraviz Dicionário Galego da Língua Portuguesa, descendo ao detalhe das dificuldades que acarreta uma obra desta envergadura – em especial, os critérios de escolha na aplicação do Acordo Ortográfico. Anunciou também a elaboração do Vocabulário Ortográfico Galego, opção que a CLL decide assumir em função das circunstâncias e colaborações disponíveis atualmente. A respeito do Acordo Ortográfico, Carlos Durão valorizou muito positivamente o valor histórico da “Comissão de Observadores da Galiza”, que participou em 1986 e 1990 nas reuniões que conduziram a esse Acordo internacional. Quanto à Norma Galega do Português, em relação às suas características diferenciais, fez referência ao paradigma verbal, em que formas galegas podem coexistir com outras mais comuns no espaço da Língua Portuguesa, não significando uma rutura com o código comum. É o caso de “fez” / “fixo” ou “comeram” / “comerom”. O académico estendeu-se também sobre as origens da exclusão do reintegracionismo linguístico nos âmbitos oficiais e sobre o papel da Editora Galáxia, em defesa da Língua na Galiza. Falou ainda sobre os trabalhos nesse sentido de linguistas e filólogos, como os galegos Constantino García (1927-2008) e Ricardo Carvalho Calero (1910-1990) e o português Manuel Rodrigues Lapa (1897-1989). Em relação a este último, Carlos Durão afirmou que os galegos têm uma grande dívida. “A Língua é também nossa, mas não é só nossa”, indicou Carlos Durão na entrevista, abonando a ideia de longo tempo sustentada por ele, da necessidade de favorecer a unidade da Língua e a reintegração da Galiza no espaço da Lusofonia. ::: . • Entrevista na íntegra a Carlos Durão, realizada por Ângelo Cristóvão, da Academia Galega da Língua Portuguesa (Vigo, Galiza, Espanha – 01 de julho de 2013): http://www.youtube.com/watch?v=ltD4uGrg6Jw »»vídeo indisponível
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