20-03-2017A Castanheira é a estrela da Festa Anual da Árvore no Museu GoeldiA programação de 2017 contará com plantio de mudas, palestras, trilha de espécies ameaçadas de extinção e atividades lúdicas no Parque Zoobotânico do Museu. A árvore homenageada este ano é a castanheira, espécie associada à história humana na Amazônia e que integra a lista da flora vulnerável no Pará e no Brasil.
Agência Museu Goeldi – Você consegue imaginar a vida sem árvores em nosso planeta? Para sensibilizar sobre a importância de preservar as árvores e os ambientes silvestre e urbano, o mundo celebra na próxima terça-feira, 21, o Dia da Árvore. Por isso, no Museu Paraense Emilio Goeldi, entre os dias 22 e 26 de março, será realizada a Festa Anual da Árvore com uma série de atividades e programação cultural, envolvendo a comunidade científica, artesãos, produtores orgânicos, profissionais de saúde e arte-educadores. Na edição deste ano, a árvore-símbolo é a Castanheira. Programação – A programação da Festa da Árvore começa na quarta-feira, 22, com plantio de mudas das árvores Guaraná e Pau-rosa no Mangal das Garças (22/03, às 8h) e no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi (23/03, às 8h30). Vera Bastos e Amir Lima, engenheiros florestais do Museu Goeldi, coordenam a ação, com a parceria de Noemi Vianna, pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental. O Guaraná e o Pau-rosa são espécies raras da Amazônia e necessitam serem plantadas em locais seguros, garantindo assim a sua preservação. Na quinta-feira, 23, às 9h30, no Auditório Alexandre Rodrigues Ferreira, Noemi Vianna apresenta a palestra “O valor cultural das espécies da Floresta Amazônica para a vida das populações urbanas”. Noemi Vianna é engenheira florestal, especialista em recursos florestais. É membro técnico-científico da Rede de Sementes da Amazônia e atua na elaboração de normas para produção e comercialização de sementes e mudas florestais da Amazônia. Após a palestra, os visitantes poderão participar da Trilha Vermelha: animais e plantas ameaçadas de extinção, atividade educativa conduzida pelo Núcleo de Visitas Orientadas (Nuvop) do Museu Goeldi. O percurso pelo Parque Zoobotânico inclui as seguintes espécies: Cedro Vermelho, Pau-rosa, Acapu, Mogno e Castanheira. É uma boa oportunidade para ver de perto e saber algumas curiosidades sobre a imponente Castanheira do Museu Goeldi. Clique aqui para ver o vídeo de uma das edições já realizadas da trilha. O engenheiro florestal Rafael Salomão, pesquisador da Coordenação de Botânica do Museu Goeldi, abre as atividades de sexta-feira, 24, com a palestra “A Castanheira”. O pesquisador é especialista na árvore homenageada. Clicando aqui você assiste ao vídeo sobre a Castanheira na série As Anciãs do Museu Goeldi. A Festa da Árvore encerra no domingo, 26, com a Expo-feira Arte Goeldi, onde estarão à venda artesanatos, produtos orgânicos e comidas típicas. A programação cultural fica por conta do Programa Natureza, coordenado pelo arte-educador Alcemir Aires, do Serviço de Educação do Museu Goeldi. Castanheira – O nome científico é Bertholletia excelsa. É uma das espécies mais representativas da floresta amazônica. Originária das matas de terra firme, a Castanheira pode viver centenas de anos, atingir 60 metros de comprimento e seu tronco até 5 metros de diâmetro. A escolha da Castanheira como símbolo da festa serve de alerta para a ameaça de extinção que essa espécie enfrenta com o desmatamento de grandes áreas na Amazônia. No século passado, o Brasil foi o maior exportador de castanhas. O Pará liderou a extração das amêndoas em função dos polígonos dos castanhais, concentrado na região de Marabá, sudeste do estado. Entretanto, a criação de pastagens destinadas à pecuária culminou com o desmatamento e destruição de boa parte do polígono das castanheiras. Atualmente, o maior exportador de castanha amazônica é a Bolívia. No Brasil, o estado que mais produz o fruto hoje em dia é o Acre. Leia mais sobre a Castanheira aqui. Dia da Árvore – No Brasil, o Dia da Árvore é festejado em 21 de setembro, dia que marca a chegada da primavera no hemisfério sul do planeta. A Festa Anual da Árvore foi criada por meio do decreto n° 55.795, de 24 de fevereiro de 1965. O decreto institui que a Festa seja comemorada durante a última semana de março nos estados das regiões Norte e Nordeste, em razão das diferenças climáticas no país. Especialistas estimam que mil árvores adultas absorvem cerca de seis mil quilos de CO2 (dióxido de carbono). Da superfície terrestre, 30% é coberta por florestas. Apelidadas de “pulmão do mundo”, elas são responsáveis pela manutenção e renovação dos ecossistemas, além de serem fundamentais para a economia e produção de bens e alimentos. Texto: Marco Aurélio Gomes
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