01-06-2004 Árvore de Costado de Fábio de Oliveira Barbosa
Pedro Wilson Carrano Albuquerque colocou no sítio www.usinadeletras.com.br, e informou o grupo Elos sobre o ensaio intitulado "Árvore de Costado de Fábio de Oliveira Barbosa", o qual mostra os ancestrais daquele ex-Secretário do Tesouro Nacional, inclusive alguns povoadores de Uberaba
Árvore de Costado de Fábio de Oliveira Barbosa
FÁBIO DE OLIVEIRA BARBOSA
1. Fábio de Oliveira Barbosa (2) (3). N. em Uberaba (MG) em 31-DEZ-1960. Bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Minas Gerais (1982). Mestrado em Teoria Econômica pela Universidade Nacional de Brasília (1983/1985). Atuou como Economista no Conselho de Desenvolvimento Industrial, órgão do Ministério da Indústria e do Comércio (1984/1985), e na Secretaria de Emprego e Salários, Ministério do Trabalho (1986). Técnico de Planejamento e Pesquisa, no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, SEPLAN-PR (1986/1988). Assessor do Ministro-Chefe da Secretaria de Planejamento da Presidência da República (1988/1989). Coordenador de Análise Econômica na Secretaria de Planejamento Econômico e Social, Secretaria de Planejamento da Presidência da República– SEPLAN-PR (1989/1990). Coordenador-Adjunto de Polícia Fiscal na Secretaria Especial de Polícia Econômica, Ministério de Economia, Fazenda e Planejamento (1990/1991). Coordenador-Geral de Política Fiscal na Secretaria Especial de Política Econômica, Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento (1991/1992). Assessor do Diretor-Executivo, Conselho de Administração do Grupo Banco Mundial, Washington – DC, EUA (1992/1995). Assessor Especial do Ministro da Fazenda (1995). Secretário-Adjunto do Tesouro Nacional, Ministério da Fazenda (1995/1999). Secretário do Tesouro Nacional, Ministério da Fazenda (1999/2002). Diretor da Cia. Vale do Rio Doce (desde 2002). O autor teve a oportunidade de trabalhar como Coordenador-Geral de Responsabilidades Financeiras e Haveres Mobiliários na Secretaria do Tesouro Nacional, quando Fábio Barbosa de Oliveira chefiava o Órgão. Verificou de perto, então, a sua capacidade de trabalho, inteligência, cultura, incansável dedicação ao serviço e à busca de novos conhecimentos, respeito por seus colegas e subordinados e grande empenho na captação e boa aplicação dos recursos arrecadados junto à nossa sociedade e depositados nos cofres públicos, além de compromisso com os princípios éticos que devem nortear os homens públicos brasileiros. Casou com a Economista Lígia Barbosa Pinheiro, servidora do Ministério da Fazenda, nascida em Monte Carmelo (MG), filha de Pedro Pinheiro e de Nelsina Barbosa, neta paterna de Saturnino Pinheiro e de Fia Pinheiro e neta materna de Argemiro Barbosa e de Virgínia Rosa, bisneta de Pedro Pinheiro e de Virgílio Rosa. Pais de: Pedro Pinheiro Barbosa e Virgínia Pinheiro Barbosa.
OS PAIS:
2. Ivan Cota Barbosa ou Ivan Cotta Barbosa (4). Nasceu em Abre Campo (MG) em 2-DEZ-1931. Foi Presidente do Uberaba Sport Club, em Uberaba (MG). Deputado Federal por Minas Gerais no período de 1975 a 1979. O Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro, publicado pela Fundação Getúlio Vargas, contém as seguintes informações a seu respeito: “Formado em ciências contábeis em 1951, iniciou suas atividades profissionais nas empresas Seguradora Brasileira e Brasil dos Seguros Gerais. Em 1957, ingressou no grupo Atlântica Boavista de Seguros, do qual, após ter-se formado em 1958 pela Faculdade de Direito do Triângulo Mineiro, foi gerente em Uberaba (MG) e diretor-executivo em Belo Horizonte. Dedicou-se à política a partir de novembro de 1970, quando obteve a primeira suplência de deputado federal em Minas Gerais pela legenda do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), agremiação de oposição ao regime militar instaurado no país em abril de 1964. Tornou a candidatar-se em novembro de 1974 pela legenda emedebista, e desta vez conseguiu ser eleito. Assumindo o mandato em fevereiro do ano seguinte, tornou-se membro da Comissão de Relações Exteriores. Em 1976, foi derrotado na eleição para a prefeitura de Uberaba e, permanecendo na Câmara Federal, foi um dos cinco signatários de um projeto de extinção da fidelidade partidária, apresentado em 1977. Em novembro de 1978, tentou reeleger-se, mas obteve apenas a primeira suplência do MDB. Deixou a Câmara ao concluir seu mandato, em janeiro de 1979. Em 1982, disputou uma cadeira na Assembléia Legislativa de Minas Gerais pela legenda do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), agremiação surgida após a extinção do bipartidarismo (29/11/1979) e a conseqüente reorganização partidária. Contudo, obteve apenas uma suplência. Abandonando a carreira política, foi diretor do Banco de Crédito Real de Minas Gerais em Juiz de Fora (1983-1987) e diretor da Administração de Estádios do Estado de Minas Gerais (1987-1991). Aposentado desde 1991 pela previdência social, em dezembro de 1999 continuava filiado ao PMDB. Foi diretor do Sindicato das Empresas de Seguros de Minas Gerais. Casou-se com Maria da Conceição Azevedo Oliveira Barbosa, com quem teve nove filhos”. Ivan e Maria da Conceição foram pais, entre outros filhos, de Fábio de Oliveira Barbosa.
3. Maria Conceição de Azevedo Oliveira (5). Nome de casada: Maria da Conceição Azevedo Oliveira Barbosa.
OS AVÓS:
4. José de Alencar Barbosa (6). Do casamento com Zita de Abreu Cota originaram-se os seguintes filhos: Leda Cota Barbosa, Murilo Cota Barbosa, Gilson Cota Barbosa, Ivan Cota Barbosa, Vinícius Cota Barbosa, Alkindar Cota Barbosa.
5. Zita de Abreu Cota (7) ou Zita de Abreu Cotta. Nome de casada: Zita de Abreu Cota Barbosa.
6. Otávio de Oliveira. N. em 1901 em Uberaba (MG). Fal. em 1977.
7. Creusa Soares de Azevedo (8). N. em 1903 em Uberaba (MG). Fal. em 1984.
OS BISAVÓS:
10. José Severino Cota. Casou com Belmira de Abreu e Silva em São João do Matipó, hoje Município de Matipó (MG). Pais de: Orlando de Abreu Cota, Palmira de Abreu Cota, Zita de Abreu Cota, Orminda de Abreu Cota e Idalina de Abreu Cota.
11. Belmira de Abreu e Silva (9).
12. José Bruno de Oliveira. Há uma sua foto na página 48 do livro “História Verídica”, de Dalila Soares de Azevedo. Na década de 1950, com os cabelos brancos, vivia em Uberaba, no Alto da Boa Vista, onde contemplava com justo orgulho a metrópole que seu avô Domingos da Silva e Oliveira ajudou a fundar.
13. Paulina de Oliveira.
14. Coronel Raimundo Soares de Azevedo (ou Raymundo Soares de Azevedo). N. em 3-JUL-1871 na Fazenda Veadinho de Baixo, em Uberaba (MG). Ali viveu até a idade escolar, ingressando, então, no educandário do Professor Antônio Magalhães. Sua mãe, bondosa, mas austera, com o intuito de moldar-lhe o caráter, impunha-lhe restrições e atribuições que seu temperamento moço dificilmente aceitava. Entretanto, era obediente e acabava cedendo à vontade materna. Acostumado com a preferência e carinho que lhe dispensava o pai e corrigido pela mãe na ausência daquele, aguardou, certo dia, o regresso do progenitor para desfazer-se em prantos e reclamar da mãe por ter-lhe castigado. Escutando isso, o pai dirigiu-se à esposa dizendo: “A correção foi pouca, renove-a”. Educado desta maneira, seria, mais tarde, o homem que foi: forte, mas compreensivo, decidido, mas tolerante; austero, mas liberal. Ficando na orfandade com pouca idade e entregue aos cuidados dos mais velhos, tornou-se, com a falta dos pais, um menino tristonho e raquítico, mas de caráter firme e decidido. Com 14 anos de idade, seguiu para Itu (SP) a fim de estudar no Colégio São Luís, sob a direção dos padres jesuítas. Ali se destacou pelo bom comportamento e aproveitamento nos estudos, merecendo a estima de seus professores e condiscípulos. No final do curso, retornou para sua terra, assumindo a direção dos seus negócios. A falta dos genitores levou-o a sentir necessidade de uma esposa que lhe assegurasse o ambiente do lar, que a orfandade não lhe deixou usufruir. Interessando-se por Iveta Maria, beja jovem de 15 anos, mandou aos seus pais, segundo a praxe da época, seu embaixador para fazer o indispensável pedido de casamento, com a recomendação expressa de que, atendido o pleito, o consórcio se realizasse com a maior brevidade possível. Colhida a concordância dos sogros, ajustou-se a data do enlace. Assim, Raimundo contraiu matrimônio, aos 20 anos de idade, com a jovem Iveta Maria de Sousa, em 18-ABR-1891, em Uberaba (MG), como revela o seguinte teor de certidão de casamento: “Declaro que, revendo o Livro de assentamentos de Casamentos deste Curato da Sé de Uberaba, encontrei no Livro 6, Pág. 155, o do teor seguinte: “Aos 18 de abril de 1891, receberam-se em matrimônio nesta freguesia de Uberaba, de onde são naturais, Raimundo Soares de Azevedo, filho legítimo do Tenente-Coronel Raimundo Soares de Azevedo e de D. Francisca de Assis Barcelos, já falecidos, com D. Iveta Maria de Sousa. Foram testemunhas o Dr. Tomás Pimenta de Ulhoa e Manoel Rodrigues de Barcelos”. Transcrito do original para o livro competente pelo Vigário Inácio Xavier da Silva. Nada mais se continha no dito assentamento que copiei fielmente do original a que me reporto. Ita in fide Parochi. Uberaba, 4 de maio de 1955. O Vigário Padre Olímpio Olivieri”. Após a celebração do matrimônio, os noivos foram saudados pelo ilustre médico Dr. Pedreira, um dos maiores oradores que Uberaba conheceu. O casal, cujo retrato se encontra na página 59 do livro “História Verídica”, teve os seguintes filhos: Iveta Soares de Azevedo, Raimundo Soares de Azevedo Júnior, Maria Soares de Azevedo (I), Francisca Soares de Azevedo (I), Éster Soares de Azevedo, Francisca Soares de Azevedo (II), Arturina Soares de Oliveira, Dalila Soares de Azevedo, Creusa Soares de Azevedo, Ostário Soares de Azevedo, José Soares de Azevedo, Hulda Soares de Azevedo, João Batista Soares de Azevedo, Maria Soares de Azevedo (II) e Tomás de Aquino Soares de Azevedo. Segundo o Dr. José Mendonça, no prefácio do livro “História Verídica”, o Coronel Raimundo, pai de Dalila Soares de Azevedo, autora da obra, era um dos mais lídimos representantes da gente uberabense. E continua: Homem de caráter, puro. Homem que fez da vida um hino ao trabalho, ao qual se dedicou até o sacrifício. Homem dotado de espírito público, de amor à coisa pública, colocando acima de tudo os direitos e os interesses da coletividade. Digníssimo chefe de família, exemplo edificante para todos nós. Homem religioso, católico fervoroso, dos que sabem conservar e enaltecer as tradições de um povo livre e cristão. Conforme informa sua filha Dalila no livro “História Verídica”, Raimundo e sua esposa viveram felizes por muitos anos na Fazenda Veadinho, velho solar de seus antepassados, entre os trabalhos árduos da vida rural e o encantamento de um lar que se via cada ano aumentado. Foi lavrador e criador evoluído, que muito concorreu para o progresso da região, desenvolvendo a cultura rizícola e de cana, em escala e métodos que o consagraram como pioneiro neste setor das atividades rurais. A ele se deve a introdução do arado na região, prática que só muitos anos mais tarde se desenvolveu. Como criador de gado bovino, eqüino e suíno, teve também grande destaque, podendo apresentar na Exposição de Uberaba, em 1911, e na de Belo Horizonte, anos depois, animais que mereceram honrosos primeiros prêmios. Ele tinha ânimo forte e enfrentava a luta com galhardia própria da mocidade. De convicção monarquista, não deixou, no regime republicano, de emprestar sua esclarecida colaboração. Aprimorava o espírito à medida em que envelhecia, no convívio dos homens, impondo-se aos poucos como um verdadeiro líder, ao ponto de ser procurado para solução dos mais variados assuntos, desde uma questão entre vizinhos, ou pendência de ações forenses, até brigas entre marido e mulher. Era um amigo e conselheiro inteiramente devotado ao bem do próximo. Na calada da noite, abandonava, muitas vezes, seu merecido repouso para atender chamamento de alguém que, descendo entre soldados para a penitenciária, pedia seu auxílio. No Tribunal do Júri a esperança do acusado estava sempre voltada para ele, graças ao feitio benfazejo que sempre o caracterizou. Nunca deixou de levar àqueles que cerravam os olhos para a vida a homenagem de sua presença no acompanhamento à morada final. Apreciava sobremodo a música e tinha entre os virtuoses verdadeiras amizades, como o Maestro Rigoleto De Martino que, de passagem por sua residência com seu conjunto, jamais deixava de fazer uma parada para dedicar-lhe uma peça, chegando a compor um dobrado a que deu o nome de “Coronel Raimundo”. Quando as circunstâncias não permitiam suas saídas aos domingos, tomava sua flauta, que executava regularmente, e reunia as filhas, cada uma com seu instrumento musical, formando todos uma orquestra que enchia de notas alegres as noites quietas e silenciosas da vida no campo. Foi chefe político do Partido Democrata e, várias vezes, eleito para a Câmara Municipal, onde, como Vereador mais votado, exerceu o cargo de Presidente e Agente Executivo. Político moderado, de convicções definidas, sempre lutou pelas boas causas, visando ao engrandecimento da terra que o trouxe ao mundo. De seu pranteado pai herdou o gosto pela caça e pesca, fazendo-se acompanhar de amigos nessas excursões, inclusive o Dr. Melo Viana, então Juiz de Direito da Comarca e, mais tarde, Vice-Presidente da República. Hospitaleiro e social, não deixava que alguém passasse nas imediações de sua fazenda sem destinar-lhe uma palestra e, quando mais não fosse, uma xícara de café. Era edificante vê-lo em sua propriedade rural, na grande mesa de refeições, cercado por seus serviçais. Não conhecia o medo e jamais pôs uma arma no bolso, a não ser o seu terço, ciosamente guardado por sua esposa. Era católico de verdade, sempre ao lado da Igreja, cujas prerrogativas defendia, razão porque o honrava com particular amizade o venerando e saudoso Dom Eduardo, padrinho de um de seus filhos. Levando longe a demonstração dessa amizade, Dom Eduardo, presente às colações de grau no Colégio Nossa Senhora das Dores, fazia sempre questão de coroar as filhas de seu amigo, privilégio geralmente reservado aos pais. Quando Raimundo inaugurou a vivenda que edificou na Colina de Santa Rita, depois pertencente a um de seus filhos, Dom Eduardo quis ser o oficiante da primeira Missa que ali se celebrou. Em 1910, transferiu para o Governo Federal a sua propriedade agrícola para instalação ali de uma Fazenda Modelo. Passou, então, a residir na cidade. Anos após, adquiriu as Fazendas Lageado e Mata da Vida, alienando a primeira e conservando a segunda até a morte. Nas horas de lazer, Raimundo jogava xadrez com seus amigos, entre os quais o Monsenhor Perna e seu sobrinho Hermógenes Sampaio, residente no Rio de Janeiro. Não apreciava outros esportes, embora tivesse seu nome inscrito como sócio do Jockey Club. Igualmente não se interessava pela dança, chegando a afirmar que “foi fiasco que nunca dei”. Embora extremamente ligado aos jesuítas pela formação que deles recebera e muito enaltecia, apenas três de seus filhos foram educados por eles, diante do fechamento do internato em que estudou. Tinha também amizade pelos dominicanos, sendo Irmão Terceiro da Ordem de São Domingos, com o nome de Irmão Jacinto. A ele deve a Ordem Dominicana a concessão de jazigo perpétuo no cemitério municipal, quando era Agente Executivo. Nos últimos anos de sua vida, dedicou-se mais à criação e comércio de gado zebu. Por três anos seguidos, como um verdadeiro pioneiro, viajou para o norte do país, em função desta atividade, conduzindo numerosa partida de reprodutores. Teve, então, a oportunidade de se fazer grande amigo de J. J. Seabra, Governador da Bahia, que mais tarde foi candidato a Vice-Presidente da Republica na chapa em que Nilo Peçanha era o candidato a Presidente. Por iniciativa sua, Uberaba recebeu a visita do candidato ao Governo de Minas, Dr. Francisco Sales, a quem hospedou, vivendo a cidade, então, uma das mais empolgantes paradas cívicas registradas em sua história política. Na última viagem, ao longínquo Estado da Paraíba, sofreu duras provações e toda sorte de revezes. Do seu devotamento ao próximo e de sua vocação para o bem deixou aos seus filhos imperecíveis exemplos. Sua filha Dalila informa em seu livro que ele, apesar da enfermidade que o atormentava no Estado da Paraíba, não deixava de escrever cartas à sua querida esposa, sempre impregnadas de esperança e de resignação em face da dor que o esmagava. Por último, uma enchente de calamitosas proporções agravou a moléstia que o vitimou. E ele, embora combalido pelo mal que o atingira, ainda encontrou energias para promover meios para auxiliar as regiões flageladas., tendo realizado uma quermesse cujo vultoso rendimento foi distribuído entre a população necessitada. Distante da esposa que tanto amava e dos filhos que tanto estimava, resolveu, ao ver que se aproximava seu fim, telegrafar ao Frei Romeu Ondedieu, diretor espiritual e amigo da família, dando conta de seu estado e pedindo que velasse por seu pessoal. Fal. em Recife (PE), no Hospital da Beneficência Portuguesa, em 1-OUT-1924, tendo ao lado apenas o filho Raimundo Soares de Azevedo Júnior. Foi sepultado com o hábito da Ordem Terceira. Graças ao apoio de seus sobrinhos Francisco Neves e Filhinha Batista, seus restos mortais foram transladados para sua terra natal, onde, no jazigo de seus pais e ao lado de seus irmãos, receberam o merecido repouso, após uma vida cheia de trabalhos, abnegação e desprendimento, em prol da família e de seus semelhantes. O informativo “Mensageiro do Santo Rosário” publicou, após sua morte, com o título “Coronel Raimundo Soares de Azevedo”, o seguinte artigo: “Em Recife aonde tinha ido, desde janeiro, negociar gado zebu, faleceu vitimado por pertinaz enfermidade que durante longos e numerosos dias o prostrou numa cama de dor, no dia 1º de outubro, o fervoroso católico e sincero amigo da Ordem Dominicana, Sr. Coronel Raimundo Soares de Azevedo, que tinha na Ordem Terceira Dominicana, o nome de Irmão Jacinto. Educado no Colégio dos Padres Jesuítas de Itu, não somente consagrou profunda estima e dedicação a seus mestres, como também soube pôr em prática os sãos princípios religiosos que deles havia recebido. Era zelador do Apostolado da Oração e, como tal, sempre que lhe era possível, assistia às reuniões mensais e praticava os outros exercícios de piedade, indicados pelo Regulamento. Nem os cuidados de administração dos negócios temporais, nem sequer a política em que teve de intrometer-se às vezes, lhe faziam esquecer as suas devoções e particularmente a comunhão da primeira sexta-feira. Durante anos exerceu o cargo de Presidente da União Popular Católica e, como tal, teve de dirigir negócios espinhosos em que deu prova sempre de grande prudência e invejável energia. Pôs-se sempre ao lado da moral cristã e não compreendia que pais de família fossem a favor de bailes e outros divertimentos que militam tão evidentemente contra a moral. Na qualidade de Presidente da Comissão do Orfanato Santo Eduardo, manifestou-se sempre contra o orfanato leigo. Os sofrimentos cruéis e demorados de sua última enfermidade, junto ao ingente sacrifício de ver-se morrer longe da prendada esposa e de sua numerosa família, terão contribuído, com os últimos sacramentos que recebeu piedosamente, para purificar esta alma, de qualquer mancha ou imperfeição que quase inevitavelmente todos contratam na passagem por este mundo. Paz em N. S. à sua alma!”. Por seu lado, o “Lavoura e Comércio” publicou, em 17-JUL-1939, a seguinte matéria com o título “Coronel Raimundo Soares de Azevedo”: “Realizou-se ontem, às 10 horas e 30 minutos, a inumação, no Cemitério Municipal do Brejinho, das cinzas do Sr. Coronel Raimundo Soares de Azevedo, transladadas do Recife, Estado de Pernambuco, onde falecera a 1º de outubro de 1924, quando ali o mesmo se achava em vilegiatura. O ato da transladação, que contou com um grande acompanhamento de automóveis, conduzindo o Revmo. Frei Alberto Chambert, superior dos dominicanos locais, Dr. Wady Nassif, Prefeito, e numerosas pessoas amigas e parentes do extinto, saiu da Rua Couto Magalhães, 9, residência da Exma. Sra. Iveta Soares de Azevedo, virtuosa viúva do saudoso morto. No cemitério a urna, de fino acabamento artístico, contendo as cinzas do Coronel Raimundo Soares de Azevedo, depois de encomendada pelo Frei Alberto, fora depositada no magnífico túmulo onde descansam os restos mortais dos seus genitores, Coronel Raimundo Soares de Azevedo e Francisca de Assis Barcelos, falecidos nesta cidade, respectivamente, em 1884 e 1885. O Coronel Raimundo Soares de Azevedo, cavalheiro de esmerada educação e fino trato social, que se impôs sempre pela sua irrepreensível conduta moral, social, política e religiosa, quer como bom cidadão, quer como chefe de família modelar, quer ainda como espírito dotado de um dinamismo invulgar, foi nos seus dias, em Uberaba, de onde era filho, uma das figuras mais conhecidas e estimadas dos seus conterrâneos. No largo círculo de suas relações sociais, foi líder, gozando por todos os princípios da maior popularidade. O concurso valioso de sua pessoa – porque detentor de vastos recursos materiais e de forte dinamismo, sempre a serviço da coletividade -, se fez sentir de todos os modos. Esteve sempre à frente dos grandes empreendimentos aqui realizados no seu tempo. Dedicou a sua atividade, a princípio, à indústria agrícola, na Fazenda do Veadinho, onde, além de outros misteres, como engenho de serra, manteve um grande engenho de açúcar. Passando aquela fazenda ao Governo Federal, onde na mesma funcionou a Fazenda Modelo de Criação Pastoril, veio para a cidade, onde, a seguir, se dedicou ao comércio de gado de raça fina, que levava a longes terras para vender. E foi numa de suas viagens ao Norte do País que o malogrado uberabense, atingido por insidiosa enfermidade, sucumbira, em conseqüência da mesma. O Coronel Raimundo Soares de Azevedo – o Raimundinho, como nós o chamávamos na intimidade – foi um político de grande influência e merecido prestígio em Uberaba, de cuja Câmara Municipal fez parte como vereador em mais de um mandato, sendo que, no de 1912-1915, foi eleito Vice-Presidente e Agente Executivo. Hoje, que a terra uberabense abre o seu seio bendito para receber as preciosas cinzas de um de seus mais ilustres e estimados filhos, queremos patentear nestas linhas as nossas sinceras homenagens de admiração e respeito à memória desse saudoso conterrâneo”. Em função do trabalho que fez em favor de sua terra natal, rua de Uberaba passou a ter o seu nome, conforme ato municipal com o seguinte teor: “Decreto nº 234, de 6 de julho de 1939. Muda a denominação da rua que menciona. O Prefeito do Município de Uberaba: - Considerando que o Coronel Raimundo Soares de Azevedo foi um uberabense distinto, que promoveu de modos diversos o engrandecimento de sua terra natal; - Considerando que o mesmo, como representante do povo de Uberaba, fez parte, mais de uma vez, da Câmara Municipal, tanto no mandato de 1912-1915, como seu Vice-Presidente, exercido o Governo do Município, e no uso das suas atribuições legais. RESOLVE, no momento em que à terra natal vão ser dadas as suas preciosas cinzas, transladadas do Norte do país, onde faleceu, dar a denominação de Raimundo Soares de Azevedo à atual Rua Couto de Magalhães. Prefeitura do Município de Uberaba, 6 de julho de 1939. Registrado, publique-se. Whady J. Nassif – Prefeito. Alexix M. Bitar – Secretário. Registrado na Secretaria da Prefeitura, na data supra. O Diretor – Rafael Anconi Sobrinho”.
15. Iveta Maria de Sousa (10). N. por volta de 1875. Era a mais velha dos irmãos. Com rara beleza, na pujança de seus quinze anos, despertou cedo o interesse daquele que viria a ser seu marido.
OS TRISAVÓS:
20. Sebastião Pedro Cota. N. em 5-FEV-1832. Apesar da severidade e rigidez do pai, Sebastião não era submisso, dado à quebra de regulamentos injustos. Gostava de fazer suas façanhas, como galopar nas ruas da cidade, fazer serenatas, abusar da bebida e descarregar seu revólver para o ar em altas madrugadas, gerando protestos dos moradores ao Juiz de Ouro Preto. Intimado por aquela autoridade, apresentou-se para ouvir as acusações e queixas, que ouviu com a cabeça baixa, entretendo-se com as franjas da toalha de linho ornada de longas franjas colocada sobre ampla mesa à sua frente. Após receber os conselhos e admoestações do Juiz e ter permissão para sair, ele levantou-se e saiu, levando atrás de si, contudo, tinteiro, sineta e tudo o mais que havia sobre a mesa, até desvencilhar-se da toalha e franjas, que prendera à sua espora durante a audiência, e montar em seu cavalo. Em 1875 recebeu de seu irmão Manoel Pedro da Cota Júnior a escritura da Fazenda da Alegria, que tinha pertencido a seu pai. Os seus descendentes venderam a propriedade, em 1908, a José Vasconcelos Monteiro e ao Tenente-Coronel Manoel Martins Cota. Posteriormente, a Fazenda passou para as mãos de Edmond Cecil Harder e das empresas “The Brazilian Iron and Steel Company” e Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira, pertencendo, desde agosto de 1961, à empresa SAMITRI. Casou com Rita de Cássia Belarmina de Magalhães, com quem teve os seguintes filhos: Manoel dos Reis Cota, José Severino Cota, Antônio Sérvulo Cota, Sebastião Pedro Cota, Maria Joana Cota, Rita de Cássia Cota, Zita Adélia Cota, Luísa Augusta Cota, Albina Cota e Vicência Cota.
21. Rita de Cássia Belarmina de Magalhães (11). N. em Inficionado, atual Distrito de Santa Rita Durão, Município de Mariana (MG).
22. Capitão Evêncio de Abreu e Silva.
23. Idalina de Sousa Monteiro (12).
24. Luís da Silva Oliveira. Há um seu retrato na página 46 do livro “História Verídica”, de Dalila Soares de Azevedo. Foi citado no testamento de seu pai, redigido em 26-OUT-1849, como herdeiro e testamenteiro em terceiro lugar. Filho caçula do primeiro matrimônio de seu pai, sua infância decorreu em clima desfavorável em virtude da morte da mãe e, conseqüentemente, da falta do carinho materno. Tal circunstância o impeliu a constituir um lar muito cedo, casando-se com Cristina de Oliveira (nome de casada). O destino foi-lhe adverso e a morte levou sua esposa em plena juventude. Decorridos alguns anos, contraiu segundas núpcias com Maria das Dores Cavalheiro. Filhos: José da Silva e Oliveira e Rita da Silva e Oliveira (do primeiro matrimônio) e Olímpio da Silva e Oliveira, Ernesto da Silva e Oliveira, Henriqueta da Silva e Oliveira, Luís da Silva e Oliveira, José Bruno de Oliveira, Maria das Dores da Silva e Oliveira, João Januário da Silva e oliveira e Augusto Brasil da Silva e Oliveira.
25. Maria das Dores Cavalheiro (13). N. no Rio Grande do Sul. Fugindo dos horrores da Revolução dos Farrapos, transferiu-se para Minas Gerais em companhia de sua mãe e dois irmãos. De seu pai, preso em terras gaúchas e com os bens confiscados, nunca mais teve notícias.
28. Raimundo Soares de Azevedo (ou Raymundo Soares de Azevedo). N. em 4-JUL-1838 em Uberaba (MG), conforme certidão de batismo emitida pelo Curato da Sé de Uberaba, com o seguinte teor: “Certifico que, revendo os livros de assentamento de batizados deste Curato, encontrei no L. 2, fl. 100, nº 935, o do teor seguinte:“Aos quatro de julho, de mil oitocentos e trinta e oito, nasceu nesta Vila um inocente filho legítimo de Raimundo Soares de Azevedo e de D. Rita de Cássia e Oliveira, brancos. O Vigário Antônio José da Silva. Raimundo Soares de Azevedo. Aos vinte do mesmo mês e ano foi solenemente batizado pelo Reverendo Antônio Rodrigues Moreira, sendo padrinhos Antônio Alves Dias, por procuração apresentada pelo Capitão Domingos da Silva e Oliveira e Dona Francisca de Sales Gomide, e teve o nome de Raimundo Silva”. E nada mais se continha no referido assentamento que fielmente transcrevi do original ao qual me reporto. In fide Sacerdotis. Pe. Eddie Bernardes, vig. Coop. Uberaba, 27 de abril de 1955”. Dinho, como passou a ser chamado, era cercado do desvelo de seus jovens pais e extremamente mimado por seu avô Domingos da Silva e Oliveira. Nem tudo porém foram rosas, pois perdeu a mãe aos quatro anos de idade. A segunda esposa de seu pai, Cândida de Araújo, não tendo filhos, dispensou ao enteado toda dedicação que seu coração de mulher poderia dar-lhe. Entretanto, outro golpe foi-lhe desferido quando, aos nove anos de idade, perdeu o pai. Apesar do carinho que lhe proporcionava a madrasta, passou a sentir a nostalgia do lar desfeito, o que muito o marcou na formação de seu caráter. Crescendo com importantes perdas, fez-se humano e magnânimo, embora enérgico e decidido. Como chefe político do Partido Liberal, gozava de grande prestígio. Foi proprietário da Fazenda do Veadinho, onde sempre residiu. Agricultor evoluído, adquiriu, no curso de sua curta vida, grandes propriedades. Fascinava-se com o esporte da caça e pesca e, sempre que lhe permitiam os afazeres da vida rural, reunia os amigos e passava uma temporada à margem do Rio Grande, onde edificara uma casa especialmente para esse fim. Raimundo Soares de Azevedo era casado com Francisca de Assis Barcelos, sua prima em 1º grau, neta que era de Manoel Umbelino Soares de Azevedo. Deste matrimônio vieram os seguintes filhos: Joaquim Soares de Azevedo, Maria Rufina Soares de Azevedo, Rita Soares de Azevedo, Francisca Soares de Azevedo, Rufina Soares de Azevedo, Maria do Lado Soares de Azevedo, Ana Soares de Azevedo (I), Ana Soares de Azevedo (II), Raimundo Soares de Azevedo, Joana Soares de Azevedo, Francisco Soares de Azevedo, Manoel Soares de Azevedo, Vítor Soares de Azevedo e Domingos Soares de Azevedo. Na página 56 do livro “História Verídica” há uma fotografia de Raimundo e da esposa Francisca de Assis. Morreu moço, em 2-JAN-1884, em Uberaba (MG), quando sua terra muito tinha a esperar de sua visão, capacidade criadora e da magnanimidade de seu coração, sempre aberto para a prática do bem. Retornando da cidade para sua fazenda, passou pela casa de amigo situada na antiga Praça da Misericórdia, hoje Dr. Tomás Ulhoa, ali se detendo para uma ligeira palestra. Passou, depois, pela fazenda de outro amigo para tratar de negócio com gado. Após despedir-se, tentou montar seu cavalo, mas os joelhos se vergaram, fazendo-o cair em terra sem tempo de receber qualquer socorro. No lugar de sua morte, foi erigida uma capelinha, que por muito tempo subsistiu. Hoje, há uma cruz assinalando o local. A notícia de sua morte abalou a cidade que lhe tributava a maior estima, respeito e veneração. A população de Uberaba, em peso, manifestou sua dor, trazendo o seu corpo a pé, da fazenda à cidade, entre luzes de tochas e velas, ouvindo-se a cada passo lamentações de pesar que mostravam o apreço que o povo lhe tinha. Seu sepultamento deu-se no antigo cemitério, onde está hoje o “Liceu de Artes e Ofício”, ou SENAI. No mármore de seu túmulo, transladado posteriormente para o cemitério atual, foram esculpidas as insígnias do lavrador e do caçador, homenagem póstuma de sua inconsolável esposa, companheira dedicada de seus labores e de suas alegrias. Em 2-JAN-1885, por ocasião do primeiro aniversário de sua morte, o jornal “O Waggon” dedicou-lhe a poesia de Fausto de Paiva que aqui vai transcrita:
“Raimundo Soares de Azevedo Naquela fronte austera, nobre e generosa Irradiava a luz das almas benfazejas; Mas, cedo por demais – da vida nas pelejas A morte vem roubá-lo à esposa carinhosa Era uma alma grande, um grande coração; Jamais negou ao pobre a destra generosa, Quando este lhe implorava em queixa lamentosa, Com que matar a fome aos filhos seus sem pão. Do pobre e do infeliz, amigo dedicado A todos consolava aflitos corações. E assim que legou – por tão nobres ações À preclara família – um nome imaculado”.
Na ocasião, o mesmo órgão de imprensa deu a seguinte nota:
“No dia 2 do corrente, 1º aniversário da morte do Tenente-Coronel Raymundo Soares de Azevedo, o nosso colega do Monitor Uberabense, como havíamos noticiado, fez uma edição especial de sua folha, colaborada por muitos cavalheiros e distintas senhoras em homenagem à memória daquele distinto cidadão”.
29. Francisca de Assis Barcelos (14). Não resistindo à morte do marido, faleceu um ano e três meses depois, em 16-ABR-1885 em Uberaba (MG), vítima de insidiosa moléstia contraída quando, arrostando a inclemência do tempo, transportou-se para junto de seu finado esposo.
30. João Inácio de Sousa. Casou com Ana Maria de Andrade. Homem inteligente e culto, soube dar aos seis filhos uma educação satisfatória para as possibilidades da época. Enfermo, preso a uma cadeira de rodas por cerca de 30 anos, mudou-se, após a morte de sua abnegada esposa, para a casa de sua filha Iveta Maria, em Uberaba, ali falecendo em 12-AGO-1918, às 15 horas, confortado pelos sacramentos. Juntou-se, assim, à sua esposa idolatrada, recebendo o prêmio de uma existência sacrificada pela doença. Legou aos filhos um exemplo de coragem e energia para enfrentar os graves problemas da vida, apesar de inteiramente tolhido de movimentos. Do seu enlace com Ana Maria de Andrade surgiram os seguintes filhos: Iveta Maria de Sousa, Coleta de Sousa, Arédio de Sousa, Onofre de Sousa, Benevenuto de Sousa, Artimira de Sousa e Nicanor de Sousa.
31. Ana Maria de Andrade (15). N. no dia 22-FEV-1858. Segundo sua neta Dalila, tinha feição meiga e natureza reservada. Sua vida foi um rosário de sofrimentos que a sua discrição escondia em uma fisionomia sempre aberta. Paciente e mansa ao lado do esposo, sempre preso a uma cadeira de rodas ou ao leito de dores, foi, por 30 anos, sua enfermeira dedicada. Conheceu na vida poucas alegrias, somente saindo de casa aos domingos, para a missa das quatro e meia, ou, de vez em quando, para ir à casa dos filhos que moravam nas proximidades. Na enfermidade que a vitimou, rodeada dos filhos, pediu-lhes que rezassem o terço. As suas últimas palavras, em resposta a um filho que lhe perguntava o que ela desejava, foram: “Só Jesus”. Fal. em 22-FEV-1918 em Uberaba, Minas Gerais, no dia em que completava 60 anos de idade, assistida pelo seu diretor espiritual, que lhe administrou os últimos sacramentos. A sua neta Eva Reis dedicou-lhe o seguinte poema, intitulado “A Minha Avozinha”, elaborado em Belo Horizonte (MG), no verão de 1956:
“Oh! Se eu penso nela escuto sinos A soar em minh’alma cristalinos.
Escuto uma canção suave, sem fim Cantada ao longe por um querubim.
Sinto no espaço pétalas de rosas, Caindo leves, sutis e perfumosas.
E se me quedo a olhar retrato seu, Tenho grande vontade de ir pr’o Céu!
E começo a sentir saudade em tudo, O meu pranto cai forte, triste e mudo.
Saudade amarga que me faz penar, Lembrança linda que me faz chorar!
Ela foi terna como uma santinha, Nunca vi uma avó tão boa, igual à minha.
Quando fito angustiada o firmamento, Sinto que ela consola o meu lamento.
E vejo, ó Deus, estrela fulgurante A guiar o meu passo incerto, errante.
Se entre as flores passando, eu penso nela, Vejo a “saudade” mais roxa e mais bela.
A sua ausência me diz tanto nessa hora, Que, tomada de dor, minh’alma chora.
Se os meus olhos cerro em oração, Vejo-a como santa em meu coração.
Porque ela foi uma flor de humildade Singela e simples, bela e sem vaidade.
Se a fugaz ilusão me desilude À lembrança me vem sua virtude.
Ela parecia um anjo de inocência. Serena e casta foi sua existência.
Teve a vida fugaz e efêmera da flor, Que tomba cheia de luz, de vida e de calor.
Tão pura como o lírio que viceja, E que diz ao tombar: - Louvado seja!
E essa saudade que me vem de outrora, Me deixa vislumbrar clarões de aurora.
Oh! A saudade amarga do passado Me faz sentir dois anjos ao meu lado.
Minha Mãe, anjo bom que me encaminha, E o outro a me guiar: - minha avozinha ...
Deus! Quando penso nela escuto sinos, A soar em minh’alma cristalinos”.
OS TETRAVÓS:
40. Capitão Manoel Pedro Cota (ou Manuel Pedro Cotta). N. em Antônio Pereira, distrito do Município de Ouro Preto (MG). Senhor de Minas e fazendeiro. Mediano de estatura, olhos claros e muito vivos, bom corpo, enérgico e autoritário quando preciso, mas polido e cordial costumeiramente. Há um retrato seu enre as páginas 146 e 147 do livro “Genealogias da Zona do Carmo”, do Cônego Raimundo Trindade. Sensível e, às vezes, bem romântico. Não era letrado, mas apresentava facilidade para improvisar rimas, usando-as habitualmente nas conversas. Era um homem inteligente, filho de guarda-mor e possuía agudo senso de negócio e maneira especial de emitir seus juízos. Sua casa era bem movimentada e alegre, apesar da trabalhosa vida na fazenda. Tinha vários amigos, entre eles o Barão de Cocais e o Barão de Catas Altas, também envolvidos na extração do ouro. A sede da Fazenda Alegria, no Município de Mariana (MG), foi construída em local onde podia, num pouso confortável, receber os amigos nas rotas do Congo a Ouro Preto, Inficionado, Santa Bárbara, Catas Altas e Cocais. Além das atividades na mineração, o Capitão também era conhecido pelo intenso comércio de escravos, com os quais abastecia boa parte da região. Eram elevados seus lucros, sempre investidos na compra de novas terras e ampliação de benfeitorias. Prevendo que a mineração suscitaria o aparecimento de fazendas para a produção de gêneros de consumo na própria Capitania, agiu sempre no sentido de diversificar a produção em suas terras. Soube bem avaliar as possibilidades de produção de ferro na área. Casou com Maria Leonor Mendes de Almeida em Inficionado, atual Distrito de Santa Rita Durão, no Município de Mariana (MG). A empresa SAMITRI, atual proprietária da Fazenda da Alegria, localizada em plena área de mineração, publicou recentemente um trabalho intitulado “Fazenda da Alegria – A Vida de um Fazendeiro e Senhor de Minas no Século XIX”, com muitas informações sobre Manoel Pedro. Ao ser homenageado pelos padres do Colégio Caraça por sua ajuda nos momentos difíceis do estabelecimento, agradeceu com os seguintes versos:
“I Chamo Manuel Pedro Cotta Homem sem vaidade Mas piso em meu terreno Da Alegria à Piedade.
II Não sou varão culto Porém tenho bondade Não quero ser um vulto Mas a pura realidade.
III Escravo tenho por lei Até chegar a abolição Não farei livre, eu sei Mas faço já de coração.
IV Como é triste ser escravo Neste mundo de rancor Mas eu trato o negro escravo Com bondade e amor.
V Dia de sol abrasante Mando apanhar café Não pego chicote errante Podem me chamar de Mané.
VI Compro negro escravo Por toda parte que vou Estas palavras eu gravo “O sinhô é bom sinhô”
VII Muitas léguas eu percorro Preciso bastantes dias Mas antes que um dia eu morra Percorro toda a Capitania.
VIII Do Caraça a Caeté Erguem-se os grandes templos A igrejinha da fé E o colégio do exemplo.
IX Figuras bem destacadas Vão pelo Brasil inteiro Saíram dele formadas Desde o Arcebispo Mineiro.
X Em grandes festas sou chamado E aplaudido também Padres, não sou estudado Sei agradecer, porém.
XI Porém muito comovido Choro e rio com graça Ao clamarem ao ouvido “Salvem o patrono do Caraça”.
XII Discursos, vivas e palmas Era só o que podia Jovens, padres aclamarem Capitão Pedro da Alegria.
XIII Por final conto a história Daquilo que outrora foi meu Esta terra é memória Que meu ascendente deu”.
Na intimidade dos amigos, o Capitão Manoel Pedro Cota costumava dizer que o ideal dos Cotas era:
“Ter terra pra sumir de vista Cavalo marchador bem gordo Casa coberta de telha Caixa de pó bem cheia e Mulher no canto da cama, Ainda que seja feia”.
Em 1864, fez um agradecimento com estes versos:
“Por final conto a história Daquilo que outrora foi meu Esta terra é memória Que meu ascendente deu”.
Em 1874, dez anos antes de falecer, Manoel Cota dividiu entre os filhos os bens que ainda lhe pertenciam. A sua parte na Fazenda da Alegria coube a Manoel Pedro da Cota Júnior, que, um ano depois, comprou dos outros herdeiros as partes que estes possuíam. Homem religioso e com algumas manias que a idade ia acumulando, o Capitão tinha uma preocupação muito grande com o dia de sua morte, tentando deixar tudo arrumado, inclusive o próprio caixão, para que fossem evitados atropelos e trabalhos em sua última hora. Filhos com a esposa Maria Leonor: Claudina Maria Cândida dos Reis Cota, Hipólita Umbelina de Jesus Cota, Angélica Maria de Jesus Cota, Cecília Augusta de Almeida Cota, Sebastião Pedro Cota, Cônego Estêvão Pedro Cota, Antônia Blandina Cota, Gervásio Pedro Cota, Protásio Pedro Cota, Francisco de Paula Cota, José Gomes de Almeida Cota, Manoel Pedro Cota e Maria Cassimira Mendes Cota. Fal. em 1-FEV-1884 em Mariana (MG).
41. Maria Leonor Mendes de Almeida (16) (17). Recebeu do esposo a seguinte saudação:
“Sinto de gosto um tal transporte Quando te vejo cara consorte És uma jóia que o Céu me deu Prazer e glória do peito meu Antes eu morra que te ofenda Sempre constante terás meu peito Nele acharás amor perfeito”.
Fal. em 6-JUL-1864 em Mariana (MG). Após sua morte, foi feita a partilha de seus bens entre o viúvo e os 12 filhos.
42. Alferes João Severiano de Magalhães. N. na Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Catas Altas, hoje Distrito de Catas Altas (também chamado de Catas Altas do Mato Dentro para não ser confundido com Catas Altas da Noruega), Município de Santa Bárbara (MG). Juntamente com os irmãos Bernardo José de Magalhães e Manoel Bernardo de Magalhães apresentou a seguinte petição inicial em autos de “genere”: “Exmo. e Revmo. Senhor. Dizem Bernardo José de Magalhães, Manoel Bernardo de Magalhães e João Severiano de Magalhães, naturais da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Catas Altas, deste Bispado de Mariana, filhos legítimos de Bernardo de Magalhães, natural da Freguesia de Santo André de Vila Boa de Quires, Bispado do Porto, e de Joana Angélica Alves, natural e batizada na Freguesia de nossa Senhora da Conceição dos Catas Altas deste Bispado; netos pela parte paterna de Manoel de Magalhães e de Jerônima de Sousa, ambos do lugar de Botelho da sobredita Freguesia de Santo André; e pela materna de José Alves de Carvalho, natural e batizado na Freguesia de Santa Maria de Ferreira, concelho de entre homem e Cadovo (sic). Antônio Rodrigues Ferraz e João Rodrigues Pimenta, mandando V. Exa. passar Requisitória para as origens dos mais ascendentes, a fim de se mostrarem habilitados de “Genere”. Pede a V. Exa. Revma. se digne deferir aos suplicantes. E.R.M. Despacho: Remetida ao R. Dr. Provisor para prosseguir os trâmites, sem que por princípio se julguem admitidos. Mariana, 12 de março de 1800. Rubrica de Dom Frei Cipriano. D. e A. faça cls. Jardim”. Casou com Maria Joana Florinda de Jesus. Pais de: Padre João Severiano de Abreu e Silva, Antônio Januário de Magalhães, Tenente José Virgilino da Trindade, Bernardo Ascânio de Magalhães, Felício Teodoro Castorino de Magalhães, Ana Felícia Policena de Magalhães (mãe de Dom Joaquim Silvério de Sousa, que foi Arcebispo de Diamantina, Minas Gerais), Rita de Cássia Belarmina de Magalhães e Antônia Lina de Magalhães.
43. Maria Joana Florinda de Jesus (18).
44. Manoel de Abreu e Silva.
45. Maria Francelina de Albuquerque (19).
48. Domingos da Silva e Oliveira. N. em Santo Antônio da Casa Branca, atual Glaura, no Município de Ouro Preto (MG), onde casou com Rita Constância Cardoso. Fazendeiro. Recebeu esmerada educação. Exerceu em Santo Antônio de Casa Branca o cargo de Juiz de Órfãos. Posteriormente, viveu em Nossa Senhora do Desterro do Desemboque, denominação reduzida em 1923 para Desemboque, hoje distrito do Município de Sacramento (MG), onde foi comissionado Juiz de Órfãos e agraciado com o nascimento de cinco de seus filhos. Em 2-MAR-1818, Domingos recebeu sesmaria na Parada do Ribeirão da Cachoeira, no Distrito de São Carlos de Jacuí, atual Município de Jacuí (MG). Irmão do fundador de Uberaba (MG), o Sargento-Mor Antônio Eustáquio da Silva e Oliveira, que foi nomeado pelo Governador Provincial, em 27-OUT-1809, para as funções de Comandante Regente dos Sertões da Farinha Podre. Por ato de 3-FEV-1811, Antônio Eustáquio passou a ser, também, Comandante do Distrito e Curador dos Índios, sendo inclusive encarregado de zelar pela segurança dos colonos que estavam se instalando naquela região. Farinha Podre era a denominação dada a toda a zona do Triângulo Mineiro. Anos depois da morte de Rita, sua esposa, golpe que muito o abateu, Domingos decidiu casar-se com Francisca de Sales Gomide. Após o nascimento do primeiro filho oriundo do segundo matrimônio, resolveu transferir-se para o Sertão da Farinha Podre, onde já se encontravam os irmãos Major Antônio Eustáquio e Joaquim. A ele, como companheiro de todas as horas do irmão Antônio Eustáquio, coube a tarefa de conduzir os destinos da povoação na sua marcha para a conquista da segunda etapa do sonho que vinham acalentando. Assim, pôde construir em 1836, às custas da população, o 1º prédio da Câmara Municipal de Uberaba, cuja instalação se deu no dia 7-JAN-1837, sob a presidência de Domingos, o Vereador mais votado para aquela Casa. No mesmo prédio funcionou, também, a Cadeia Pública, juntamente com a Câmara Municipal, o Fórum e os Correios. Sua luta certamente contribuiu para a transformação da terra inóspita que encontrou na atual Uberaba, que tem merecido os títulos de Princesa do Sertão e Capital do Triângulo. Continuou exercendo, cumulativamente, os cargos de Juiz de Órfãos e Juiz Municipal. Tinha grande popularidade e era muito acatado e político de grande prestígio na região. Filhos: Francisco da Silva e Oliveira, José Alexandre da Silva e Oliveira, Rita de Cássia da Silva e Oliveira, Maria da Silva e Oliveira, Luís da Silva e Oliveira (do primeiro casamento) e João Domingos da Silva e Oliveira, Teresa Eusébia da Silva e Oliveira, Capitão Domingos da Silva e Oliveira, Senhorinha da Silva e Oliveira, José Joaquim da Silva e Oliveira, Francisco Gualberto da Silva e Oliveira e Maria Rita da Silva e Oliveira (do segundo casamento). O Capitão Domingos, nos últimos anos de vida, trajava-se, em certos dias, à moda de Luís XV, ou seja, com calção de veludo, capa, espada e chapéu de penas, que era a indumentária própria das pessoas categorizadas da época. Faleceu em 7-AGO-1852 em Uberaba (MG). Eis os termos de seu testamento: “Eu Domingos da Silva e Oliveira, abaixo assinado, estando no meu perfeito juízo, sem mais temendo a morte que partilha com todos, resolvi fazer e como é justo faço o testamento da maneira seguinte. – Declaro que sou Católico Romano natural da Freguesia de Santo Antônio da Casa Branca do Bispado de Mariana, e filho legítimo do Sargento-Mor João da Silva e Oliveira e de Dona Joana Francisca de Paiva, ambos falecidos. Declaro que fui casado em face da Igreja com Dona Rita Constância da Silva e Oliveira, de quem tive os seguintes filhos: Francisco José, Rita, que foi casada com Raimundo Soares de Azevedo, Maria, que foi casada com José Lourenço de Araújo, Luís, único existente. Declaro que passado o tempo de prazo de meu primeiro matrimônio fui casado canonicamente com Dona Francisca de Sales Gomide, já falecida; deste matrimônio tive os seguintes filhos: João, Teresa, que se acha casada com José da Cunha Peixoto Leal, Domingos, Senhorinha, José, Francisco e Maria Rita, os quais todos ainda existentes; do primeiro matrimônio que são Luís, por si, Raimundo, como sucessor de sua mãe Rita, e Rita e Maria, como sucessoras de sua mãe. São meus herdeiros, como tais os instituo. Declaro que depois do falecimento oda minha primeira mulher a todos os seus herdeiros a quem lhes coube de herança, ficavam intimados a nada herdarem mais de meu filho Francisco, nem de meu filho José, porque estes me ficaram devendo mais do que possuíam, obrigados a dar à mulher do último por nome Iria um porco e esse por tudo. Outros, assim como declaro no Livro de Razão às folhas trinta e nove. Declaro que à minha filha Rita quando se casou com Raimundo Soares de Azevedo dei de dote a quantia de quatrocentos mil réis em notas. Declaro que instituo meus testamenteiros em primeiro lugar nosso sobrinho João Quintino Teixeira, em segundo lugar meu genro José da Cunha Peixoto Leal e em terceiro lugar meu filho Luís da Silva e Oliveira, e ao que me aceitar, deixo além de documentos mais de um ano para contestar. Declaro que sou Irmão Remido de São Francisco, na vila Tamanduá, e falecendo quero ter a mortalha no hábito de que usam os velhos confrades, acompanhado com decência, sem pompas, pelo Pároco e nossos sacerdotes que me assistirem, logo que me livrarem das minhas culpas presentes. Declaro que meu testamenteiro mandará dizer cem missas a saber: cinqüenta por minha alma, vinte e cinco por alma de minhas duas mulheres, vinte e cinco por alma de nossos filhos já falecidos. Declaro que deixo para as obras ou alfaias da Igreja Matriz desta Vila cem mil réis. Declaro que deixo ao meu filho Domingos seiscentos mil reis, mais seiscentos mil réis no caso de continuar seus estudos, para assemelhar coadjuvantes, do contrário esta linha não terá valor. Declaro que dei ao Antônio Cesário e Maria Cândida duzentos e quarenta mil réis. Declaro que deixo forra a minha escrava Felipa pelos serviços que me tem feito. Declaro que os bens que possuo são a Fazenda da Conquista com escravos que existem e gado e três moradas, casas nesta Vila. Declaro que a minha vontade é que seja tutor dos meus filhos o meu primeiro testamenteiro e para tal fim o nomeio. Por esta forma tenho concluído meu testamento de última vontade, desejando se cumpra como se contém e que assino pedido escrito pelo Vigário Antônio José da Silva, assinado por mim aos vinte e seis de outubro de um mil e oitocentos e quarenta e nove”.
49. Rita Constância Cardoso (20). N. em Sabará (MG). Fal. em 16-FEV-1821 em Nossa Senhora do Desterro do Desemboque, hoje Distrito de Desemboque, no Município de Sacramento (MG), encontrando-se seus restos mortais em pavimento da Igreja Matriz da localidade.
56. Raimundo Soares de Azevedo. Casou em 22-JAN-1836 em Uberaba (MG) com Rita de Cássia da Silva e Oliveira. Pais de: Glória Soares de Azevedo e Raimundo Soares de Azevedo. Contraiu matrimônio, em segundas núpcias, com Cândida de Araújo, prima de sua primeira esposa. Fal. por volta de 1847 na Fazenda do Veadinho, de sua propriedade, em Uberaba (MG).
57. Rita de Cássia da Silva e Oliveira. N. em 16-FEV-1816 no Julgado do Desemboque, atual Distrito de Desemboque, no Município de Sacramento (MG), onde fal. em 6-JUN-1842. No frescor de suas vinte primaveras, com uma beleza extraordinária e simpatia contagiante, como diziam os que a conheceram, encontrou o escolhido do seu coração em Uberaba (MG).
58. Tenente-Coronel Francisco Rodrigues de Barcelos (21). N. por volta de 1809 em Córrego Fundo, Oliveira (MG). Foi o 2º Prefeito de Uberaba (MG), cargo que exerceu nos períodos de 1845/1851 e 1857/1861. Casou com Rufina Maria de Jesus em 1836 em Uberaba (MG). A seguir é transcrita biografia de Francisco elaborada pelo Jornalista Antônio Borges Sampaio: “Dentre os habitantes de Uberaba, na segunda idade de sua criação, sobressai o nome do Tenente-Coronel Francisco Rodrigues de Barcelos, que naqueles tempos era mais conhecido por Tenente Chico Rodrigues. Nasceu e foi batizado no lugar “Córrego Fundo”, no Município de Oliveira, na antiga Província de Minas Gerais, quando seus pais, deixando Ouro Preto, vieram residir na povoação de Araxá, a qual, nessa época, aparecia no Sertão da Farinha Podre, como sentinela avançada e vivaz, na frente das demais povoações em começo. Foram seus progenitores Francisco Rodrigues de Barcelos e Ana Fernandes dos Passos. Não é precisamente conhecida a sua idade, mas a tradição mais aceitável o dá como nascido no ano de 1809. Nesse mesmo ano, ou no seguinte, seus pais vieram residir em Araxá; ali se fixou o jovem Barcelos, até que, em 1835, se transportou para Uberaba, que ainda não era vila, onde chegou a 13 de junho desse mesmo ano, casando-se com Dona Rufina Maria de Jesus em 1836. Do consórcio houve 12 filhos, dos quais lhe sobreviveram 3: o Major Joaquim Rodrigues de Barcelos, casado primeiramente com Dona Cornélia Rosa de Barcelos e depois com Dona Maria de Almeida Pinto de Barcelos; Tenente-Coronel Manoel Rodrigues de Barcelos, casado com Dona Rita de Cássia e Oliveira Barcelos; Dona Maria do Lado de Cristo, solteira. Faleceram antes, em idade adulta, os de nomes: Francisco Rodrigues de Barcelos Júnior, solteiro; Dona Ana Fernandes de Passos, solteira, e Dona Francisca de Assis Barcelos, viúva do Tenente-Coronel Raimundo Soares de Azevedo. Amante do trabalho, dedicou-se à vida comercial, fundando seu estabelecimento no Largo da Matriz Nova, lado direito; persistindo nessa profissão cerca de 50 anos, adquiriu alguma fortuna. Quando se mudou de Araxá para Uberaba, veio em sua companhia o Capitão Joaquim Antônio Rosa, nome não menos honrado. Aqui se associaram sob a firma “Francisco Rodrigues de Barcelos & Companhia”. Durou esta associação até 1847, quando se separaram amigavelmente. Eram proverbiais a honestidade, a honradez e o crédito ilimitado que sempre gozou a casa comercial de Chico Rodrigues, como geralmente era conhecido o estabelecimento. Posteriormente, em 1854, admitiu como seu sócio o zeloso empregado Capitão João Batista Machado, outro caráter sério, honrado, ativo e inteligente. Essa associação perdurou até 1861, sob a firma de Francisco Rodrigues & Batista Machado. Nesse ano, 1861, separou-se esta sociedade, amigavelmente, para Barcelos associar-se com seu filho Major Joaquim Rodrigues de Barcelos, sob a firma Barcelos & Filho e pouco depois a de Barcelos & Filhos, por ter sido admitido como sócio seu filho – o Tenente-Coronel Manoel Rodrigues de Barcelos. Esta perdurou até seu falecimento com as mesmas relações comerciais e o mesmo crédito no lugar, no interior e nas praças de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. Hospitaleiro, como poucos, sua casa era outrora um grande hotel gratuito, onde os forasteiros ficavam à vontade, sem incomodá-los o preço da diária. Do mesmo modo, tinham ali aposentos os principais fazendeiros do município, quando vinham à povoação tratar de seus interesses, de negócios políticos, ouvir missa nos dias santificados ou tomar parte nas festividades, destas, ele era quase sempre o festeiro; quando propriamente não o fosse, o seria algum dos membros de sua família. Isto lhe granjeou muita popularidade; fazia-o procurado para todo o gênero de auxílio que a toda hora se lhe solicitava, e ele, com excessiva bondade, procurava atender, por si, por seus parentes e amigos. Exerceu com inquebrantável dignidade diversos cargos públicos, tais como: os de Agente do Correio, Juiz Municipal suplente, Vereador quase perpétuo, Presidente da Câmara, jurado e eleitor. Foi membro de muitas comissões de interesse público e quase constante Juiz de paz voluntário na composição de muitas questões que o seu grande prestígio conseguia abortar em começo, às vezes com auxílios pecuniários seus, gratuitamente, porque tinha especial aversão às demandas judiciais. Foi presidente das prelazias das Ordens Terceiras de Nossa Senhora do Carmo e de São Francisco de Assis, com sede em Ouro Preto, e tesoureiro do Cofre dos Órfãos por muitos anos. Nomeado Tenente da Guarda Nacional, em 1848, foi elevado ao posto de Major da Seção da Reserva da mesma milícia, em 1886, e posteriormente ao de Tenente-Coronel, Comandante do Batalhão, por ter sido elevado a essa categoria a dita seção. Não houve obra de beneficência ou de melhoramento público em que não fosse ele um dos primeiros a concorrer com quota igual às das mais elevadas ou superior. Na fundação do Hospital de Misericórdia de Uberaba, concorreu o Major Barcelos com valiosos auxílios. Eis o que a respeito escreve, por ocasião de serem inaugurados os serviços desse hospital, publicado na “Revista do Arquivo Público Mineiro”, pg. 709 do fascículo de julho a dezembro de 1898: “Um dos sustentáculos mais poderosos que Frei Eugênio teve na construção da Santa Casa de Misericórdia foi o Tenente-Coronel Francisco Rodrigues Barcelos. Concorreu este estimável cidadão para a grande obra, com avultados meios pecuniários e pôs à disposição do operoso frade suas matas para a tirada de madeiras, havendo, por conseguinte, grande quantidade delas e de primeira qualidade na construção dessa obra imensa. Além disso, este respeitável ancião e sua caridosa esposa Dona Rufina Maria de Jesus, centro da grande família, toda prestigiosa, concorreram para que seus parentes e amigos lhes prestassem apoio e fornecessem meios para o desenvolvimento das obras”. Quando o missionário franciscano Frei Eugênio, em 1856, construiu o grande cemitério, convidou cinco respeitáveis cidadãos a fazerem uma igreja no seu recinto, sob a invocação de S. Miguel. Às expensas próprias, foi a igreja edificada pelos beneméritos Comendador João Quintino Teixeira, Major Joaquim Teixeira Álvares, negociante Luís Soares Pinheiro, Capitão Joaquim Antônio Rosa e o Tenente-Coronel Francisco Barcelos. Em 1873, constituiu-se a comissão que contratou com o relojoeiro Florêncio Farnesi a compra e assentamento de um relógio público em uma das torres da Matriz, o que foi levado a efeito em janeiro de 1874. Dessa comissão fazia parte o Cônego Carlos José dos Santos, Capitão Manoel Rodrigues da Cunha, Comendador Antônio Elói Cassimiro de Araújo (Barão da Ponte Alta), negociante Luís Soares Pinheiro, Comendador José Bento do Vale, Antônio Borges Sampaio, Major Joaquim José de Oliveira Pena e o Tenente-Coronel Francisco Rodrigues de Barcelos. Este, além de ser um dos principais subscritores de donativos, que deviam fazer face às despesas, ainda concorreu com outros auxílios. Diversos cidadãos, tendo à frente o Dr. Manoel José Pinto de Vasconcelos, contrataram em 1857, com Joaquim Francisco de Ananias, a edificação de duas torres, a entalha do arco, cruzeiros e do altar-mor na Matriz, por 19:000$000. O Tenente-Coronel Barcelos foi o subscritor de uma das quantias mais avultadas. Jamais a indigência deixou de encontrar melhor e mais decidido protetor, nem coração mais condoído dos sofrimentos alheios. “A sua casa parecia mais um estabelecimento de caridade do que a vivenda de um ente, como tantos outros que fazem servir a sua fortuna para seu gosto exclusivo”, disse-o um jornal da época, e não exagerou. Em sua casa tinha, com efeito, a pobreza sempre asilo contra a fome, contra a nudez e contra a opressão injusta. Quem estivesse em sua hospitaleira habitação algumas horas ficaria admirado de ver a espantosa concorrência de mendigos, que ali iam encher a sacola, voltando carregados de esmola abundante e animados de palavras consoladoras. E se o Tenente Chico Rodrigues era esmoler, não menos o era sua digna consorte, Dona Rufina Maria de Jesus; ambos de coração benfazejo, almas caridosas, praticavam o bem por fazê-lo, singelamente, sem ostentação, às mãos-cheias, ocultamente, em sua casa ou levando-o ou mandando-o à mansão dos necessitados; jamais pessoa alguma fez melhor uso de sua fortuna, ninguém, como os dois consortes, exerceu a caridade em mais larga escala em Uberaba, legando a seus filhos um nome invejável pela honradez, pelo comportamento privado, particular e social, e pela caridade. Sectário das idéias liberais, era obediente às instituições. Seus conselhos eram acatados com respeito. Às deliberações de seus correligionários assistia com prudência e moderação. Jamais hostilizou, inspirou ou consentiu que se hostilizassem os adversários. Não soube adquirir inimigos. Quando em 1865 aqui se reuniram forças militares para marcharem em defesa da pátria em Mato Grosso, cuja província fora invadida pelo exército paraguaio, o Tenente-Coronel Barcelos prestou serviços valiosos, com dinheiro e prestígio, aconselhando ao mesmo tempo o dever, em que todos se achavam, de libertar o país, ocupado pelo inimigo estrangeiro. Muito singelo no modo de trajar, religioso sem ostentação, sem vício algum, foi um exemplo vivo de honestidade no lar doméstico e entre seus concidadãos. Dominado por natural acanhamento, conversava pouco; em compensação era prestativo, incansável, mesmo no desempenho de qualquer serviço que lhe fosse solicitado, ao pobre como ao rico, com a mesma diligência e boa vontade. Quem foi distinguido com a íntima amizade desse notável cidadão e da sua respeitável consorte, por mais de 40 anos, pode atestar o exemplo moral, o caráter, o bem-fazer, a caridade dessas almas beneméritas, o vivo sentimento de lealdade pessoal de cada um, a infalível verdade da alegação de espírito cristão, de que eram dotados; quem com eles privava sabia serem dois entes que a Providência criara para o bem da humanidade. Faleceu o Tenente-Coronel Francisco Rodrigues de Barcelos em sua Fazenda das Toldas, 5 quilômetros distantes da cidade, na idade de 79 anos, rodeado dos carinhos de sua extremosa esposa, filhos, genros, parentes, amigos e pessoas a que tinha sido benfazejo. Ao transportar-se o cadáver para a cidade, centenas de pessoas o acompanhavam consternados e a pé. O saimento foi dos mais solenes e concorridos. Nas últimas horas do passamento, recebeu os sacramentos eucarísticos das mãos dos Padres Dominicanos, Frei Raimundo e Frei Vicente La Costa e Frei Joaquim, que o assistiram até exalar o último suspiro. Ao descer o caixão com féretro à sepultura, no grande cemitério que ajudou a construir, os mesmos sacerdotes e o Vigário Paroquial rezaram-lhe as últimas orações do ritual e recitaram-se discursos, recordando o caráter honrado, a vida beneficente daquele que então desaparecia de entre os vivos. Ali se colocou depois uma lápide de mármore e sobre a cova, tendo lavrada a seguinte inscrição: “Aqui jazem os restos mortais do Tenente-Coronel Francisco Rodrigues de Barcelos. Falecido em 23 de dezembro de 1887, casado com Dona Rufina Maria de Jesus, falecida em 11 de agosto de 1888. Lembranças de seus filhos e netos”. A inscrição deixa ver que a veneranda esposa também faleceu alguns meses depois, com grande sentimento dos que conheciam suas raras virtudes. Sobre a sepultura desta respeitável mãe da pobreza, que ficou ao entrar-se no cemitério, se colocou uma pedra mármore, encastoada noutra de cantaria com a seguinte inscrição: “Aqui jazem os restos mortais de Dona Rufina Maria de Jesus, nascida em 1 de abril de 1818, falecida em 11 de agosto de 1888, casada em 1836 com o Tenente-Coronel Francisco Rodrigues de Barcelos, falecido no dia 23 de dezembro de 1887. Orai por sua alma. Lembranças e saudades dos seus filhos e netos”. Os filhos e netos de tão venerandos progenitores mandaram fundir na Inglaterra, às expensas suas, um elegante portão de ferro para o grande cemitério. Nele, ao lado direito, há uma placa de ferro com letras fundidas e os seguintes dizeres: “Dona Rufina Maria de Jesus. Falecida em 11 de agosto de 1888”. Do lado esquerdo, esta outra: “Tenente-Coronel Francisco Rodrigues de Barcelos. Falecido a 23 de dezembro de 1897”. No centro do arco que encima o portão esta outra: “Homenagem de seus filhos e netos”. O desejo expresso de ser enterrada sob a lage da entrada do cemitério para que todos sobre os seus despojos passassem, atestando a transitoriedade das glórias e vaidades mundanas, diz bem alto da elevação de seus sentimentos cristãos. O portão que completou o jazigo, dando entrada à mansão dos mortos, como homenagem póstuma dos seus descendentes, guarnece hoje a entrada da Igreja da Adoração. Lamentável é que se apagassem os dísticos ali inscritos, que poderiam perfeitamente continuar figurando sem desdoiro para a augusta majestade do Criador e com real ufania e tácita aceitação daqueles que lhe podiam ditar o destino “ad perpetuam memoriam eorum”. Permitiu o Senhor, premiando a humildade de sua serva, que o pórtico da morte se transformasse em pórtico da vida, guarnecendo a Casa do Deus Vivo, Templo da Adoração Perpétua. Francisco Rodrigues de Barcelos foi, também, Presidente e Agente Executivo da Câmara Municipal no ano de 1854. Francisco fal. em 23-DEZ-1887 na Fazenda Toldas, Uberaba (MG).
59. Rufina Maria de Jesus. N. em 1-ABR-1818 em Uberaba (MG), onde fal. em 11-AGO-1888.
60. João Inácio da Silveira (22).
61. Francelina Maria Moreira (23).
62. Ananias Ferreira de Andrade (24). N. em Oliveira (MG). Era Irmão da Ordem Terceira do Carmo. Ele e a esposa deram aos filhos uma educação verdadeiramente cristã. Era compassivo, com alta compreensão do dever e do valor da palavra empenhada. Dedicado à família, era com prazer que via suas filhas se apresentarem sempre à altura da época. Nos primeiros anos de casado viveu na Fazenda Lanhoso. Como católico fervoroso que era, não conhecia obstáculo que o impedisse de assistir à Santa Missa aos domingos. Já nos seus últimos dias, não deixava de tomar parte nas cerimônias religiosas. Posteriormente, transferindo-se para a cidade, montou uma loja de fazendas e ferragens. Do casamento com Domitildes Maria dos Santos originaram-se os seguintes filhos: Maria do Carmo de Andrade, Libânia de Andrade, Zeferina de Andrade, Arminda de Andrade, Ana Maria de Andrade, Alexandre de Andrade, José Ferreira de Andrade e Maria de Andrade. Em seu leito de morte, aos 64 anos de idade, recebeu os últimos sacramentos durante missa celebrada em seu quarto.
63. Domitildes Maria dos Santos (25) ou Domithildes Maria dos Santos. Nasceu por volta de 1826. Dalila Soares de Azevedo informa em seu livro “História Verídica” ter conhecido Domitildes já muito idosa, curvada pelos anos, na casa grande do cruzamento da Rua do Carmo com a Rua Carlos Rodrigues, em Uberaba. Era uma velhinha de feição austera, mas bondosa ao extremo, sempre cercada das filhas e dos netos e bisnetos que residiam nas redondezas. Enérgica e pouco comunicativa, embora gozasse de geral estima. Compadecia-se com os sofrimentos alheios e visitava, constantemente, os desprovidos da sorte, levando-lhes a sua oferenda e uma palavra de conforto. Nessas jornadas fazia-se acompanhar dos filhos, dando-lhes, assim, o exemplo de caridade e amor ao próximo. Fal. em 10-OUT-1910 em Uberaba (MG), depois de ter recebido os sacramentos. Como seu esposo, foi sepultada com o hábito da Ordem do Carmo.
OS PENTAVÓS:
80. Guarda-Mor João Pedro Cota (ou João Pedro Cotta). Também citado como João Pedro Cota Vieira. N. na Freguesia de Santa Bárbara das Nove Ribeiras, Bispado de Angra, Ilha Terceira, Portugal. Tronco de uma das mais destacadas famílias da Zona do Carmo, a Família Cota. Veio para o Brasil (Rio de Janeiro) em 1769, estabelecendo-se na Província de Minas Gerais, onde, depois de abandonar a função que exercia na Intendência do Ouro, em Vila Rica, dedicou-se ao comércio e à lavoura. Instalando-se definitivamente em Antônio Pereira, hoje distrito de Ouro Preto (MG), ali casou com Teresa Teixeira Sobreiro em 21-JUN-1782, na Matriz de Nossa Senhora da Conceição, como indica o seguinte registro paroquial: “Aos vinte e um de junho de mil setecentos e oitenta e dois, na Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Pereira, feitas as denunciações na forma do Sagrado Concílio Tridentino e Constituição do Bispado, sem se descobrir impedimento, com Provisão do Reverendo Dr. Francisco Pereira de Santa Apolônia, em minha presença e das testemunhas José Nunes Pinto Lousada e o Alferes Sebastião Pereira Leite, se receberam em matrimônio, por palavras de presente, pelas sete horas e meia da manhã, João Pedro Cota, filho legítimo de Manoel Cota Vieira e de sua mulher Bárbara Maria, natural e batizado na Freguesia de Santa Bárbara das Nove Ribeiras, da Ilha Terceira, Bispado de Angra, e Teresa Maria de Jesus Ribeira, filha legítima de Manoel Teixeira Sobreira e Maria Ribeira da Conceição, natural e batizada na Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Congonhas do Campo; e logo receberam as bênçãos na forma dos sgrados ritos e cerimônias da Santa Madre Igreja. O Vigário João Pimenta da Costa. Fls. 85 do Livro de Casamentos de Antônio Pereira (1782)”. Pais de: Teresa Maria de Jesus, Padre Lúcio Leonel Cota, Rita de Cássia Cota, Maria Teresa Cota, Angélica Perpétua Cota, Joana Cota, Feliciano Pedro Cota, João Pedro Cota Júnior, Antônio Pedro Cota, José Teixeira Cota e Manoel Pedro Cota. Fal. em Minas Gerais.
81. Teresa Teixeira Sobreiro (26) (27) ou Teresa Maria de Jesus Ribeira (28). N. em abril de 1763 em Santana do Paraopeba, distrito do Município de Belo Vale (MG).
84. Bernardo de Magalhães. N. em 10-JUL-1737 na Freguesia de Vila Boa do Quires (orago: Santo André), Concelho de Canavezes, Distrito do Porto, Portugal. É considerado tronco dos Magalhães da Região do Piracicaba. Casou com Joana Angélica Alves em 22-ABR-1761, em Minas Gerais. Pais, pelo menos, de: Manoel Bernardo de Magalhães, Padre Bernardo José de Magalhães e o Alferes João Severiano de Magalhães.
85. Joana Angélica Alves (29). N. no Distrito de Catas Altas, Município de Santa Bárbara (MG).
86. Capitão Felipe de Abreu e Silva. N. em 1759 em Inficionado, atual Distrito de Santa Rita Durão, Município de Mariana (MG). Casou em torno de 1796 com Albina Florinda de Jesus. Pais de: Arcedíago Felício de Abreu e Silva, Maria Joana Florinda de Jesus e Rita de Cássia de Abreu e Silva.
87. Albina Florinda de Jesus. N. Por volta de 1779 em Portugal.
88. Manoel de Abreu e Silva.
89. Maria Crescência Clementina de Assis (30).
96. João Silveira da Távora (31). No Brasil tomou o nome de João da Silva e Oliveira. N. em Portugal. O Marquês de Pombal, escolhido em 1750 por Dom José I, Rei de Portugal, para ser um seu Super-Ministro, abriu guerra contra a Companhia de Jesus, que tinha então uma grande influência política, porquanto os jesuítas eram os confessores do rei e de toda a família real, bem como mentores de toda a gente nobre. Pombal revelou sua força conseguindo a expulsão dos jesuítas de Portugal e passando a perseguir nobres que os defendiam, destacando-se aí o Marquês de Távora, que acabou, como muitos de seus parentes, condenado à morte, tendo sido executado em 13-JAN-1759, além de ter perdido todas as suas honras, dignidades e comendas e ter as canas das pernas e dos braços partidas, sob a acusação de que teria participado de atentado contra Dom José I, após o Rei ter saído do palácio de sua amante. A perseguição atingiu todos que usavam o apelido de Távora, do que resultou a fuga de muitos deles para outros países. João Silveira da Távora, com o nome de João da Silva e Oliveira, foi um dos que abandonaram Portugal e vieram para o Brasil, por volta de 1760, juntamente com sua irmã Joaquina Rosa de Santana (nome adotivo). Mais tarde, morto D. José I, foi reconhecida a inocência dos Távoras, tendo a sentença de reabilitação, contudo, ocorrido somente no Governo de D. Maria I, que restituiu à Família as honras e a possibilidade de usar novamente o apelido Távora, até então proibido no País. Dos irmãos e primos foragidos no Brasil, crê-se que apenas João Silveira Távora retornou à terra natal. Voltando ao Brasil, resolveu manter o nome adotado e com ele foi nomeado Sargento-Mor e recebeu, em 9-AGO-1798, sesmaria na Freguesia de Nosa Senhora de Nazaré de Cachoeira do Campo, atual Cachoeira do Campo (MG). Em 30-AGO-1798, recebeu outra sesmaria na Paróquia da Babilônia, no Sertão do Piauí, Termo da Vila de São Bento do Tamanduá (MG). Homem de grande espírito, com imensa fortuna e gozando de vasta influência, o que permitiu aos filhos ingresso e sucesso no cenário político de sua época. Era senhor de muitas fazendas e propriedades. Do casamento com Joana Francisca de Paiva originaram-se os seguintes filhos: General José Manoel da Silva e Oliveira (que foi nomeado Governador do Pará em meados de 1814, mas faleceu assassinado antes da posse, crime vingado pelos irmãos), Capitão Domingos da Silva e Oliveira, Major Antônio Eustáquio da Silva e Oliveira, Tenente Joaquim da Silva e Oliveira, Capitão João Quintino da Silva e Oliveira, Rita de Assunção e Silva, Luísa Alméria da Silva e Oliveira, Alferes Silvestre da Silva e Oliveira. Fal. por volta de 1819 em Santo Antônio de Casa Branca, atual Glaura, no Município de Ouro Preto (MG).
97. Joana Francisca de Paiva (32). Fal. em Santo Antônio de Casa Branca, atual Glaura, Município de Ouro Preto (MG).
98. Luís da Silva Cardoso.
99. Joana Maria Trindade (33).
112. Manoel Umbelino Soares de Azevedo. N. em ilha do Arquipélago dos Açores, Portugal. Foi pessoa de grande projeção e destaque em sua terra. Morreu centenário em sua fazenda situada no Distrito de Dores da Ponte Alta, que teve sua denominação alterada para Invernada e, posteriormente, para Babilônia, fazendo parte, hoje, do Município de Delfinópolis (MG).
113. Joana Maria Fernandes (34). N. na Ilha dos Açores, Portugal.
114. Capitão Domingos da Silva e Oliveira. V. nº 48.
115. Rita Constância Cardoso. V. nº 49.
116. Francisco Rodrigues de Barcelos.
117. Ana Fernandes dos Passos (35).
126. José dos Santos. N. em Oliveira (MG). Casou com Zeferina dos Santos. Pais de: Carolina dos Santos, Cônego Carlos José dos Santos, Alexandre dos Santos e Domitildes Maria dos Santos.
127. Zeferina dos Santos. N. em Oliveira (MG).
OS HEXAVÓS:
160. Manoel Cota Vieira ou Manuel Cotta Vieira (36). Nasceu e foi batizado na Freguesia de Santa Bárbara das Nove Ribeiras, Ilha Terceira, Distrito de Angra do Heroísmo, Açores, Portugal. Casou com Bárbara Maria, com quem teve o filho João Pedro Cota. Possivelmente, tinha em sua ascendência Pero Cota da Malha, que viveu na Ilha Terceira pelos anos de 1560, e de Catarina Dias Vieira, filha de Álvaro Dias Vieira e de Eiria Afonso de Azevedo.
161. Bárbara Maria (37). N. e foi batizada na Freguesia de Santa Bárbara das Nove Ribeiras, Ilha Terceira, Distrito de Angra do Heroísmo, Açores, Portugal.
162. Manoel Teixeira Sobreiro. Bat. em 17-OUT-1702 na Freguesia de Vila Cova da Lixa (orago: Salvador), no Concelho de Felgueiras, Distrito do Porto, Portugal. Juntamente com o sócio Manoel Machado, ergueu em sua fazenda, em 1735, a primitiva Capela de Santana, com provisão de 4-MAR-1750, formando-se aí o povoado com o nome de Santana do Paraopeba, hoje distrito do Município de Belo Vale (MG). Do casamento com Maria Ribeiro da Conceição originaram-se os filhos Manoel Teixeira Sobreiro, Padre José Teixeira Sobreiro, Padre Joaquim Teixeira Sobreiro, Teresa Teixeira Sobreiro e Maria Ribeiro da Conceição.
163. Maria Ribeiro da Conceição (28) (38). Nascida e batizada na Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Congonhas do Campo, atual Município de Congonhas(MG).
168. Manoel de Magalhães. N. em 22-AGO-1710 na Freguesia de Vila Boa do Quires (orago: Santo André), Concelho de Canavezes, Distrito do Porto, Portugal. No lugar de Botelho, na mesma Freguesia, casou em 24-OUT-1729 com Jerônima de Sousa (catorze anos mais velha que o marido). Pais, pelo menos, de Bernardo de Magalhães.
169. Jerônima de Sousa. N. em 2-ABR-1696 no lugar chamado Botelho, na Freguesia de Vila Boa de Quires (orago: Santo André), Concelho de Canavezes, Distrito do Porto, Portugal.
170. José Alves de Carvalho (39). N. em 10-MAR-1719 e foi batizado em 15-MAR-1719 na Freguesia de Ferreiros (orago: Santa Maria), Concelho e Distrito de Braga, Portugal. Casou com Joana de Sousa Pimenta em Mariana (MG), em 22-ABR-1761. Pais de: Manoel Bernardo de Magalhães, Padre Bernardo José de Magalhães, Alferes João Severiano de Magalhães
171. Joana de Sousa Pimenta (40). N. e foi batizada em Santo Antônio do Ribeirão de Santa Bárbara, atual Município de Santa Bárbara (MG).
172. Felipe de Abreu e Silva. N. por volta de 1735 na Freguesia de São Pedro (orago: São Pedro) e foi batizado na Freguesia de A dos Negros (orago: Santa Maria Madalena), ambas no Concelho de Óbidos, Distrito de Leiria, Portugal. Nos autos de habilitação “de genere” de seu filho Antônio de Abreu e Silva, é dito, em sentença de 11-JUN-1801, que Felipe veio “... há perto de oitenta anos da sua pátria, dela se ausentando de muito pouca idade para os Estados do Brasil e chegando a esta cidade de Mariana, sendo ainda vila, de menor idade, nela tivera continuada residência por mais de quatorze anos; e passando depois a morar na Freguesia do Inficionado nela estivera até o fim de sua vida, sendo em uma e outra parte mais bem conhecido do que seria hoje em sua pátria, por exceder o dilatado espaço de tempo em que dela se ausentou a memória dos homens nela atualmente existentes; provando-se igualmente pelas testemunhas ..... (ilegível toda uma linha) ... verdadeiramente católicos, que em todo o dilatado tempo de sua existência neste Bispado sempre exercitou”. De Portugal foi para Minas Gerais em 1757, logo casando com Maria Joana de Jesus na Capela Matriz de Inficionado, atual Distrito de Santa Rita Durão, Município de Mariana (MG), em 9-NOV-1757, conforme o seguinte registro: “Aos nove dias do mês de novembro de mil setecentos e cinqüenta e sete, nesta matriz de Nossa Senhora de Nazaré do Inficionado, feitas primeiro as três canônicas admoestações segundo dispõem o Sagrado Concílio Tridentino e Constituições do Bispado, sem se descobrir impedimento algum e com provisão do Muito Reverendíssimo Doutor Manoel Cardoso Frasão Castelo Branco, Vigário Geral e Juiz dos Casamentos em todo este Bispado, se casaram em minha presença Felipe de Abreu, natural e batizado na Freguesia de Santa Maria Madalena, a dos Negros, termo da vila de Óbidos, Patriarcado de Lisboa, e Maria Joana de Jesus, filha legítima de José da Rocha Vieira e Maria Teresa de Jesus, natural e batizada, e ambos moradores, nesta mesma freguesia, e logo lhes dei as benções nupciais conforme o Ritual Romano. Foram testemunhas Antônio Alves Vieira e Gregório Moniz Torres, que assinam comigo do que fiz este assento. O Vigário Dr. Antônio Dias Delgado de Carvalho. Livro 2º de Casamentos do Inficionado, às fls. 23”. Pais de: Capitão Felipe de Abreu e Silva, Padre Francisco de Abreu e Silva, Padre José de Abreu e Silva e Padre Antônio de Abreu e Silva.
173. Maria Joana de Jesus. Batizada no dia 24-FEV-1743, na Capela de Santa Ana do Priscicava, em Inficionado, atual Distrito de Santa Rita Durão, Município de Mariana (MG), como indica o seguinte registro: “Aos vinte e quatro dias do mês de fevereiro de mil e setecentos e quarenta e três anos batizou de licença minha na Capela de Santa Ana do Priscicava, filial desta Matriz do Inficionado, o Padre Manoel Lopes Moreira, a Maria, parvola, filha legítima de José da Rocha Vieira e de sua mulher Maria Teresa de Jesus. Foram seus padrinhos José Rodrigues Durão e Dona Ana Garcês de Moraes, mulher do Sargento-Mor Paulo Rodrigues Durão, todos desta Freguesia, de que fiz este assento e lhe pus os santos óleos. O Vigário Antônio Sarmento de Vasconcelos”.
174. Bento da Silva Ferreira. N. na Freguesia de Mafamude (orago: São Cristóvão), Concelho de Vila Nova de Gaia, Distrito do Porto, Portugal. Casou-se com Ana Maria de Jesus, com quem teve os seguintes filhos: Padre Bento da Silva Ferreira, Albina Florinda de Assis, Maria Isidora de São José e Ana Jacinta da Silva.
175. Ana Maria de Jesus.
176. Felipe de Abreu e Silva. V. nº 172.
177. Maria Joana de Jesus. V. nº 173.
228. João Silveira da Távora. V. nº 96.
229. Joana Francisca de Paiva. V. nº 97.
230. Luís da Silva Cardoso. V. nº 98.
231. Joana Maria Trindade. V. nº 99.
OS HEPTAVÓS:
324. Domingos Vaz (41). Bat. em 15-MAI-1674 na Freguesia de Borba de Godim (orago: São Miguel), Concelho de Felgueiras, Distrito do Porto, Portugal. Casou na Freguesia de São Miguel (orago: São Miguel), no Concelho e Distrito de Lisboa, Portugal.
325. Luísa Sobreiro. Também citada como Luísa Gonçalves (42). Bat. em 1-AGO-1669 na Freguesia de Borba de Godim (orago: São Miguel), Concelho de Felgueiras, Distrito do Porto, Portugal, conforme o seguinte registro de batismo: “Em o primeiro dia do mês de agosto do ano de mil e seiscentos e sessenta e nove anos, batizei a Luísa, filha legítima de Antônio Gonçalves, do lugar da Lixa, e de sua mulher, foram padrinhos Manoel Ferreira, solteiro, filho de João Ferreira, morador na Freguesia de Macieira, e Maria, filha de Domingos Vaz, viúvo, morador no lugar de Lixa, e por verdade mandei fazer este assento que assinei hoje dia ut supra. João da Costa. Livro de Batismos de São Miguel da Borba de Godim (1669). Fls. 52”.
326. Manoel Ribeiro Filgueiras (43). N. em 7-JAN-1685 no Porto, Portugal. Casou com Ana Maria de Campos. Pentavós de Alberto dos Santos Dumont, o Pai da Aviação. Filhos: Maria Ribeiro da Conceição e Ana Maria da Conceição (tetravó de Santos Dumont)
327. Ana Maria de Campos (44). N. em Corpo Santo, Freguesia de Santo Antônio do Recife (PE).
336. Álvaro de Sousa. N. na Aldeia de Baixo, na Freguesia de Rande, Concelho de Felgueiras, Distrito do Porto, Portugal, onde casou com Mariana de Magalhães. Pais, pelo menos, de Manoel de Magalhães.
337. Mariana de Magalhães. N. na Aldeia de baixo, na Freguesia de Rande (orago: São Tiago), Concelho de Felgueiras, Distrito do Porto, Portugal.
338. Antônio de Sousa. N. na Freguesia de Vila Boa de Quires (orago: Santo André), Concelho de Canavezes, Distrito do Porto, Portugal.
339. Maria Cardoso. N. na Freguesia de Vila Boa de Quires (orago: Santo André), Concelho de Canavezes, Distro do Porto, Portugal.
340. Manoel Alves de Carvalho.
341. Maria Antunes da Silva (45). N. no lugar chamado Corredoura, na freguesia de São Torcato (orago: São Torcato), Concelho de Guimarães, Distrito de Braga, Portugal.
342. José Gonçalves Pimenta. Segundo Antônio Borges Sampaio, o historiador de Uberaba, o Governo Goiano concedeu a primeira sesmaria na região, em 25-JAN-1803, a José, que a vendeu, em 1806, a José Francisco de Azeredo, que aí teria construído, por volta de 1807, a primeira capela dedicada a São Sebastião e Santo Antônio. Todo o Distrito de Farinha Podre, ou seja, o atual Triângulo Mineiro, por ato de D. João VI de 4-ABR-1816, foi transferido de Goiás para Minas Gerais, graças à interferência dos moradores de São Domingos do Araxá, que alegaram dificuldades resultantes da distância de cerca de 140 léguas dos magistrados goianos.
343. Bernarda de Sousa de Jesus.
346. José da Rocha Vieira (46). N. em São Bartolomeu, Ilha Terceira, Distrito de Angra do Heroísmo, Açores, Portugal. Fal. em 1779. Casou em Inficionado (MG) com Maria Teresa de Jesus, com quem teve os filhos Maria Joana de Jesus, Margarida Teresa de Jesus, Ana Maria de Jesus, Marcelina de Jesus, José da Rocha Vieira, Manoel da Rocha Vieira e Francisco da Rocha Vieira.
347. Maria Teresa de Jesus. N. na Ilha de São Sebastião, Município de Ilha Bela (SP).
348. Antônio da Silva Bandeira (47). N. na Freguesia de Mafamude (orago: São Cristóvão), Concelho de Vila Nova de Gaia, Distrito do Porto, Portugal. Casou com Helena Ferreira, com quem teve os seguintes filhos: Padre Bento da Silva Ferreira e Albina Florinda de Jesus.
349. Helena Ferreira. N. na Freguesia de Mafamude (orago: São Cristóvão), Concelho de Vila Nova de Gaia, Distrito do Porto, Portugal.
350. Capitão Antônio Alves de Sousa. N. na Freguesia de Molares (orago: Santo André), Concelho de Celorico de Basto, Distrito de Braga, Portugal. Casou com Catarina Nunes do Rosário em 9-FEV-1706 na Ilha de São Sebastião (SP). Pais de: Frei João Alves de Sousa, Frei Manoel Alves de Sousa, Padre José Alves de Sousa, Catarina de Jesus, Maria de Jesus, Rosa Maria de Jesus, Ana Maria de Jesus, Maria Teresa de Jesus e Antônia Maria de Jesus.
351. Catarina Nunes do Rosário (48) (49). N. na Ilha de São Sebastião, Município de Ilha Bela (SP) em 28-OUT-1682.
354. José da Rocha Vieira. V. nº 346.
355. Maria Teresa de Jesus. V. nº 347.
OS OCTAVÓS:
648. Domingos Vaz. Residiu no lugar de Lixa, na Freguesia de Borba de Godim (orago: São Miguel), Concelho de Felgueiras, Distrito do Porto, Portugal.
649. Ana Ferreira.
650. Antônio Gonçalves. N. na Rua da Lixa, na Freguesia de Borba de Godim (orago: São Miguel), Concelho de Felgueiras, Distrito do Porto, Portugal. Casou com Ana Gonçalves, com quem teve as filhas Isabel Gonçalves, Luísa Gonçalves e Maria Gonçalves.
651. Ana Gonçalves. N. na Rua da Lixa, Freguesia de Borba de Godim (orago: São Miguel), Concelho de Felgueiras, Distrito do Porto, Portugal.
652. João Ribeiro.
653. Isabel Gonçalves.
654. João de Campos Rabelo (50). N. em Lisboa, Portugal.
655. Luísa da Penha (51). N. em Recife (PE).
692. Pedro Martins da Rocha (52). N. em São Bartolomeu, Ilha Terceira, Distrito de Angra do Heroísmo, Açores, Portugal. Casou com Águeda Gonçalves, com quem teve os filhos José da Rocha Vieira, Manoel Martins da Rocha e João Martins da Rocha.
693. Águeda Gonçalves. N. em São Bartolomeu, na Ilha Terceira, Portugal.
700. Domingos Francisco (53). N. na Freguesia de Molares (orago: Santo André), Concelho de Celorico de Basto, Distrito de Braga, Portugal, onde casou com Catarina Alves. Pais de Antônio Alves de Sousa.
701. Catarina Alves. N. na Freguesia de Molares (orago: Santo André), Concelho de Celorico de Basto, Distrito de Braga, Portugal.
702. Sargento-Mor Manoel Rosado de Figueiredo (54) (55). N. na Ilha de São Sebastião, Município de Ilha Bela (SP).
703. Maria Carvalho. N. na Ilha de São Sebastião, Município de Ilha Bela (SP).
708. Pedro Martins da Rocha. V. nº 692.
709. Águeda Gonçalves. V. nº 693.
OS NONOS AVÓS:
1296. Domingos Vaz. Tinha a alcunha de “O Bicho”.
1306. Antônio Gonçalves. V. nº 650.
1307. Ana Gonçalves. V. nº 651.
1310. ..... Alvernaz (56).
1404. Antônio Rosado de Figueiredo. Casou com Catarina Vieira em 1643 na Ilha de São Sebastião, Município de Ilha Bela (SP). Pais, entre outros, do Sargento-Mor Manoel Rosado de Figueiredo.
1405. Catarina Vieira. N. em 1627 na Ilha de São Miguel, Distrito de Ponta Delgada, Açores, Portugal.
1404. André Lopes (57).
1405. Catarina Nunes.
OS DÉCIMOS AVÓS:
2620. Manoel de Alvernaz.
2621. Maria Machado (58).
NOTAS EXPLICATIVAS: (1) Fontes arquivísticas e bibliográficas de onde foram retiradas as informações colocadas neste ensaio: - Apontamentos de Fábio de Oliveira Barbosa; - Apontamentos de Lígia Barbosa Pinheiro; - Apontamentos de Pedro Wilson Carrano Albuquerque; - Arquivos da Secretária do Tesouro Nacional; - Catálogo de Sesmarias. Contido na Revista do Arquivo Público Mineiro. Ano XXXVII. Volumes I e II. Arquivo Público Mineiro; Belo Horizonte; 1988. - Dicionário das Famílias Brasileiras. Tomos I (Vols. I e II0 e II (Vols. I e II). Antônio Henrique da Cunha Bueno e Carlos Eduardo de Almeida Barata. Árvore da Terra; São Paulo; 1999/2001. - Dicionário dos Sobrenomes Italianos. Volume I. Ciro Mioranza. Editora Escala; São Paulo; 1997. - Dicionário Etimológico de Nomes e Sobrenomes. Prof. Rosário Farâni Mansur Guérios. Editora Ave Maria; São Paulo; 1981. - Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro. Pós-1930. Volume I. Elaboração coordenada por Alzira Alves de Abreu, Israel Beloch, Fernando Lattman-Weltman e Sérgio Tadeu de Niemeyer Lamarão. Segunda edição revista e atualizada. FGV/CPDOC; Rio de Janeiro; 2001. - Dicionário Histórico-Geográfico de Minas Gerais. Waldemar de Almeida Barbosa. Belo Horizonte; 1971. - Dona Joaquina do Pompeu. Sua Gente. Tomos I e II. Deusdedit P. Ribeiro de Campos. Belo Horizonte; 2003. - Dona Joaquina do Pompéu. Sua História e sua Gente. Deusdedit P. Ribeiro de Campos. Belo Horizonte; 2003. - Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. Vol. XXVII. IBGE; Rio de Janeiro; 1959. - Encontro com os Ancestrais. Pedro Wilson Carrano Albuquerque. Brasília; 1999. - Fazenda da Alegria. A Vida de um Fazendeiro e Senhor de Minas no Século XIX. Pesquisa de Tarquínio Barbosa de Oliveira, com a colaboração de Juliana Passos. - Genealogia das Famílias Távora, Diógenes, Pinheiro. Plínio Diógenes Botão. Fortaleza. - Genealogias da Zona do Carmo. Cônego Raimundo Trindade. Irmãos Penna; Ponte Nova; 1943. - História Concisa de Portugal. José Hermano Saraiva. 6ª edição. Publicações Europa América; Portugal; 1980. - História Verídica. Dalila Soares de Aevedo. - Inventário Coletivo dos Registros Paroquiais. Volumes I (Centro e Sul) e II (Norte). Arquivos Nacionais/Torre do Tombo; 2003/2004. - Nobiliário da Ilha Terceira. Eduardo de Campos de Castro de Azevedo Soares. Vols. I e II. Editores Fernando Machado; Porto; 1944. - Revista do Arquivo Público Mineiro. Ano III. Imprensa Oficial de Minas Gerais; Ouro Preto; 1898. - Revista do Arquivo Público Mineiro. Ano XXXVII. Volumes I e II. Arquivo Público Mineiro; Belo Horizonte, 1988. - Revista Genealógica Latina. Vol. 5. Instituto Genealógico Brasileiro; São Paulo; 1953. - Sítio na INTERNET do Family Search. - Toponímia de Minas Gerais. Joaquim Ribeiro Costa. Imprensa Oficial do Estado; Belo Horizonte; 1970. - Velhos Troncos Mineiros. Vols. Cônego Raimundo Trindade. 1, 2 e 3. Revista dos Tribunais; São Paulo; 1955. - Velhos Troncos Ouropretanos. Cônego Raimundo Trindade. Revista dos Tribunais; São Paulo; 1951. (2) Oliveira é sobrenome português oriundo da flora, isto é, da árvore que produz oliva ou azeitona. Consta que o primeiro a usá-lo foi Pedro de Oliveira, cujo filho, Martim Pires de Oliveira, Arcebispo de Braga, fundou, em 1306, o Morgado de Oliveira, entregue a seu irmão Mem Pires de Oliveira. (3) O antropônimo português Barbosa teve sua origem em local de nascimento ou proveniência de quem primeiro o utilizou, no caso “lugar onde há muitas barbas de bode ou a planta barba de velho”, como ensina o Professor Rosário Guérios. Os Barbosas procedem de D. Sancho Nunes de Barbosa, que era descendente do Conde D. Nuno de Cela Nova. Seu solar foi a Quinta de Barbosa, no Termo do Porto, donde tomaram o apelido. (4) No artigo “Origem de algumas Famílias Portuguesas que têm brasão de armas”, publicado no Anuário Genealógico Latino (Vol. 1), é informado que o sobrenome Cotta, ou Cota, teve sua origem em Milão, na Itália, originando-se da palavra italiana “cotta”, do francês “cotte”, usada para designar ampla túnica medieval para homens e mulheres, inclusive espécie de túnica de malha de ferro que os soldados usavam antes da difusão das armaduras. O fabricante desses trajes passou a utilizar o vocábulo como sobrenome. Quando os imperadores eram coroados por arcebispos de Milão, duas pessoas da cidade tinham o privilégio especial de lhe assistirem vestidos com “cotas” brancas. Os Cotas ingressaram em Portugal há vários séculos, porquanto no tempo de D. Diniz (Rei de Portugal falecido em 1325) já existia um Vereador de Santarém com o nome de Joane Eanes Cota. (5) Azevedo é sobrenome português proveniente de topônimo, ou seja, de lugar plantado de aceres, mata de azereiros. O primeiro a adotar o apelido foi Pedro Mendes de Azevedo, em Entre-Douro-e-Minho, que foi senhor da Quinta de Azevedo. (6) Alencar é sobrenome português toponímico. Em documentos do Século XIII aparece Alancar, derivado de Alenquer, vila de Portugal, que por sua vez teve seu nome retirado dos germânicos “Alan” (belo, em harmonia) e “Kerk” (templo). (7) Abreu é sobrenome derivado do germânico “Avredo”, proveniente dos góticos “awi” (agradecimento, graças) e “red” (proferir, dar). Parece que Vasco Nunes de Abreu foi o primeiro a usar o antropônimo, no Século XI. É seu solar a Torre de Abreu, junto a Valença do Minho, em Portugal. (8) O sobrenome português Soares, ou Soarez em espanhol, tem sua origem no prenome Soário ou Soeiro, de etimologia ainda obscura, acompanhado dos sufixos “ez” ou “es”, utilizados em Castela para mostrar filiação (Soares, filho de Soário). Segundo Felgueiras Gaio, o primeiro a usar o apelido foi Gil Afonso Soares Tangil, filho de Soeiro Afonso Tangil. (9) Silva é sobrenome português derivado de topônimo. Vem da palavra latina “silva”, que significa selva, floresta. Foi uma das famílias mais ilustres da Espanha, tendo seu solar na Torre de Silva, junto ao Rio Minho. Payo Guterre, o da Silva, que foi adiantado de Portugal em tempo do Rei D. Afonso I, deve ter sido o primeiro a usar o apelido. (10) Sousa (ou Souza) é sobrenome português toponímico, isto é, nome próprio geográfico, oriundo de lugar. Como o apelido italiano Sassa, veio da palavra latina Saxa, com o significado de seixo, pedra, rochedo, rocha. Começou a ser usado pelos descendentes do Conde D. Mendo, o Sousão. O solar desta família é a Vila de Arrisana de Sousa. (11) Magalhães é sobrenome português toponímico. Tem sua origem no vocábulo céltico “magal”, que significa grande. Procedem de Afonso Rodrigues de Magalhães, Senhor da Quinta de Magalhães, que é o seu solar na Província de Entre-Douro-e-Minho, em tempo do Rei D. Diniz. (12) Monteiro é sobrenome português primitivo, derivado de alcunha que era atribuída a caçador dos montes, guarda de mata ou coiteiro. Utilizou este sobrenome D. Fernão Rodrigues Monteiro, Mestre da Cavalaria de Aviz no tempo dos Reis D. Sancho I, D. Afonso II e D. Sancho II. (13) Cavalheiro é sobrenome português que tem sua origem no espanhol Caballero. Foi atribuído pela primeira vez, certamente, a alguém que andava a cavalo. Já existia em Portugal no reinado de D. João II, no Século XV. (14) Barcelos é sobrenome português toponímico. Pode ter vindo de “barcellus”, diminutivo de barca, ou do nome “barcela”, dado a pequeno terreno comunal próximo a rio que o inunda com freqüência. (15) Andrade vem de “Andriati”, nominativo de “Andriatus”, cognato de André. É sobrenome português. Procede de um dos cinco cavaleiros que passaram à Espanha com o Conde D. Mendo, na guerra contra os mouros. Os Andrades portugueses descendem de Nuno Freire de Andrade, Mestre da Ordem de Cristo, que passou a Portugal no reinado de D. Pedro de Castela. Seu solar é a Vila de Andrade, no Reino da Galiza. (16) Mendes é sobrenome português patronímico, ou seja, que tem sua origem no nome do pai. Assim, viria de Mendo, acrescido do sufixo “es”, que indicava a filiação. Outros exemplos: Henriques viria de Henrique, Marques de Marco, Esteves de Estêvão, Lopes de Lopo, Antunes de Antônio e Peres de Pero. (17) Almeida é sobrenome português proveniente das palavras árabes “al” e “meida”, que significam “a mesa”, podendo, também, dizer respeito a uma região plana. O apelido foi utilizado, pela primeira vez, por um dos filhos de Egas Moniz, conquistador de Almeida no Século XII. (18) Jesus vem de “Iesus”, palavra latina baseada no grego “Iesoûs”, que significa “Javé salva”. Existia um costume em várias regiões do Brasil, principalmente em Minas Gerais: as mulheres utilizavam após o prenome sobrenomes que traduziam sentimento religioso, como “da Conceição”, “de Jesus”, “da Assunção”, “dos Anjos”, etc. (19) Como comenta o autor deste ensaio em seu livro “Encontro com os Ancestrais”, a origem da Família Albuquerque encontra-se na Vila de Albuquerque, localizada na província espanhola de Badajoz, junto à fronteira portuguesa. Um neto de D. Diniz, Rei de Portugal, chamado João Afonso, quarto Senhor de Albuquerque, foi o primeiro a usar o sobrenome. Quanto à etimologia de Albuquerque, há duas explicações: segundo os Comentários de Afonso de Albuquerque, viria das palavras latinas “albus” (branco) e “quercus” (carvalho), significando, assim, carvalho branco (esta posição é acompanhada por Antenor Nascentes e Mário Wanderley); Frederico Sommer, por seu lado, entende que Albuquerque teria origem na partícula árabe “al”, que corresponde ao artigo “o”, no italiano antigo “bô”, que significa casa grande, e no alemão antigo “quirk”, que quer dizer casa fortificada. (20) Cardoso é sobrenome português toponímico, proveniente da expressão terreno cardoso, ou chão cardoso, isto é, cheio de cardos. Nele houve a edificação de casas e o local, por causa disso, recebeu a denominação. Aparecem os Cardosos no tempo do Rei D. Sancho I. É seu solar a Quinta de Cardoso, junto a Lamego. (21) Rodrigues é sobrenome patronímico português (o equivalente espanhol é Rodriguez), a exemplo de Marques, Lopes, Esteves e Gonçalves. Assim, o primeiro a utiliza-lo era alguém cujo pai se chamava Rodrigo. (22) Silveira é sobrenome português toponímico oriundo da palavra latina “silvaria”, com o significado de “moita de silvas”, “silvado”. Vem de Giraldo Sem Pavor, que conquistou Évora dos mouros no tempo do Rei D. Afonso Henriques. O solar do apelido é o Morgado da Silveira, em Alentejo. (23) Moreira é sobrenome toponímico português, derivado de “amoreira”. Fica seu solar em Santa Maria de Moreira, no Julgado de Celorico do Basto. (24) O apelido Ferreira tem sua origem em topônimo, ou seja, lugar que recebeu este nome pelas minas ou jazidas de ferro nele existentes. Ferreira de Aves era o solar dessa Família. (25) Santos é sobrenome português de origem cristã, utilizado em homenagem a todos os santos. (26) Teixeira é sobrenome toponímico português, proveniente de lugar onde há teixos (árvore conífera). Veio do vocábulo latino “taxus”. Os Teixeiras procedem de D. Egas Táfez, filho de Táfez Luz, Alferes do Conde D. Henique. (27) Sobreiro, como Sobral, é apelido que, segundo Antenor Nascentes, tem sua origem em lugar plantado de sobreiros (árvores). Vem da palavra latina “súber”. (28) Ribeiro e Ribeira são o mesmo sobrenome português toponímico com origem em riozinho. A Família Ribeiro, de Portugal, é de origem nobre, fornecendo muitos varões ilustres. Os membros deste clã procedem do Rei D. Ramiro, último de Leão. (29) Alves é sobrenome português. Abreviatura do patronímico Álvares, provavelmente utilizado pela primeira vez por um filho de Álvaro. (30) Assis é apelido de origem religiosa, derivado de São Francisco de Assis, ou toponímico, proveniente da cidade de Assis, na Itália. (31) Távora é sobrenome português toponímico, porquanto oriundo de “Tabora”, nome de rio. Vem de Dom Rausendo, bisneto do Rei D. Ramiro II, de Leão. É seu solar o Castelo de Távora, na Província de Entre-Douro-e-Minho, de onde tomou o apelido. O primeiro que se achou com o sobrenome é D. Pedro Pires de Távora, filho ou neto de D. Pedro Ramires, fundador do mosteiro de São Pedro das Águias. (32) Paiva é sobrenome português toponímico, proveniente da palavra latina “pavia”. João Soares de Paiva, descendente de D. Arnaldo de Baião (Século X), da Gasgonha, foi o primeiro a usar o apelido, tomado do Concelho de Paiva, de que era senhor. (33) Trindade é sobrenome português de origem religiosa. Vem da expressão Santíssima Trindade. (34) Fernandes (Fernandez em espanhol) é sobrenome português patronímico, oriundo de filho de Fernando. (35) Passos é sobrenome português de origem cristã, porquanto vem da invocação ao Senhor dos Passos. Refere-se ao caminhar de Jesus para o Monte Calvário. (36) Vieira é sobrenome português toponímico, derivado do vocábulo latino “vena”, que significa veio, conduto ou fio de água ou de metal. (37) Maria é nome português, espanhol e italiano de origem religiosa. Adaptação grega do hebraico “Maryám”, que significa “excelsa”, “sublime”. Recorda o nome da mãe de Jesus. (38) Conceição é apelido português de origem cristã, proveniente da Imaculada Conceição de Maria. (39) Carvalho é sobrenome português oriundo da flora, ou seja, do carvalho, árvore de madeira muito dura, cuja altura chega a atingir 35 metros. O apelido é encontrado em Portugal no Século XII. Os Carvalhos têm solar no antigo Morgado de Carvalho, em terra de Coimbra. (40) Pimenta é sobrenome português que tem sua origem em alcunha dada a pessoa colérica ou em topônimo onde há plantação de pimenta. (41) Vaz é sobrenome português. É forma popular de Vasco, que, por sua vez, é forma popular de Velasco, com origem e significação obscura. (42) Gonçalves é sobrenome patronímico, da mesma forma que Marques, Lopes e Esteves. Significa, assim, filho de Gonçalo. (43) Filgueiras, ou Felgueiras, é sobrenome toponímico português que tem sua origem em lugar onde há felgas. (44) O apelido Campos vem de topônimo. Sua utilização deu-se primeiramente por espanhóis dos campos de Palência, Leão e Valhadolid, tendo sido encontrado em Portugal no Século XIV, no tempo do Rei D. Fernando I. (45) Antunes é sobrenome patronímico, oriundo de Antônio. (46) O antropônimo Rocha é oriundo do substantivo comum rocha. Consta que alguns de seus usuários seriam descendentes de franceses, com o apelido Roche, que teriam ido para Viana, Portugal. (47) Bandeira é apelido português, proveniente de alcunha dada pelo Rei D. Afonso V, de Portugal, ao guerreiro Gonçalo Pires e a seus descendentes em face da reconquista do estandarte lusitano na batalha de Toro, em 1433. Pode, também, ser de origem toponímica. (48) Nunes é sobrenome português, patronímico de Nuno. (49) Rosário é sobrenome de origem cristã, com origem na invocação à Nossa Senhora do Rosário. Veio do vocábulo latino “rosarium”, que corresponde a grinalda de rosas e, posteriormente, a correntinha de contas para orações. (50) Rabelo, ou sua variação Rebelo, é sobrenome português toponímico, oriundo da palavra latina “rapanellu”, que significa “rabanete”. Tem seu solar em Rebelo de Riba de Paiva. (51) Penha, como a sua variação Pena, vem do substantivo comum penha (monte, penhasco), que, por sua vez, originou-se do espanhol “peña”. Alguns dos apelidos têm origem cristã, originando-se da invocação à Nossa Senhora da Penha. (52) Martins é sobrenome português patronímico de Martim ou Martino. A Rainha Dona Catarina, governando o Reino de Portugal, na menoridade do Rei D. Sebastião, deu, no ano de 1560, armas a Diogo Martinez. (53) Francisco vem da palavra latina medieval “Franciscus”, derivada do germânico “Frank” com o sufixo “isk”, com o significado de franco, francês. Geralmente utilizado como prenome, aparece, algumas vezes, como sobrenome, homenageando São Francisco. (54) Rosado é sobrenome português primitivo, oriundo de alcunha. Refere-se às cores da face. (55) Figueiredo é sobrenome português toponímico. É provável que tenha sido utilizado primeiramente por alguém proveniente de lugar onde existia um figueiral. Segundo o Professor Guérios, há uma lenda sobre o apelido, narrada a seguir. O cavaleiro Goesto Ansures, em tempo de Mauregato, Rei de Leão, encontrou uma vez, pelos campos, um grupo de mouros levando donzelas cristãs para o cativeiro. O herói teria arrancado então o tronco de uma figueira e afugentado os inimigos e libertado as moças. Casou com uma delas e tomou, depois disso, o nome de Figueiredo, que se perpetuou em famílias da mais alta linhagem. O solar desta família é Figueiredo, na Comarca de Viseu. (56) Alvernaz, ou Albernaz, é sobrenome português. Provavelmente é patronímico. Já existia em Portugal no tempo do Rei D. João I. (57) Lopes é sobrenome português patronímico de Lopo. (57) O apelido Machado deve ter sido usado pela primeira vez por vendedor ou fabricante de machado ou por pessoa que sempre andou com um machado.
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