Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


11-02-2016

Livraria Espaço Ulmeiro em risco de fechar por Francisco Seixas da Costa


 

Li ontem na imprensa, com tristeza mas sem surpresa, que a Livraria Ulmeiro atravessa uma fase de grande dificuldade. Tenho pena pelo livreiro e editor José Ribeiro, pelo seu notável esforço de décadas em sustentar um projeto que já foi de grande sucesso. 

 

A vida de algumas livrarias, em especial das que permaneceram ligadas a um modelo algo tradicional, é muito difícil. Só em Lisboa, e sem grande esforço, consigo lembrar-me de imensos espaços que foram fechando nos últimos anos.

 

A Ulmeiro, criada em 1969, chegou a ser uma referência em Lisboa, um local de encontro nos fins-de-semana, onde havia espetáculos e até se fez muita política. Lembro-me bem de a ter visitado logo na primeira semana da sua existência, nessa Lisboa em que as coisas novas eram muito poucas. Foi também uma editora e recordo-me de ter feito para a Ulmeiro, no início dos anos 70, uma tradução de uma obra de Sékou Touré (as coisas que eu fiz!), nunca publicada. Por lá ouvi José Afonso e (creio) poemas lidos pelo Tóssan (quem se lembra dele?).

 

Embora as perspetivas sejam sombrias para a Ulmeiro de hoje, convidaria quem (ainda) se interessa por livros a passar por lá e ver as pechinchas que existem entre os seus quase 200 mil volumes. Tome nota: é na avenida do Uruguai, 13A (prolongamento da avenida Gomes Pereira), às portas de Benfica.

Ah! E se tiverem uma gata, levem-na. Ela fica a conhecer o Salvador!

 

http://duas-ou-tres.blogspot.pt/2016/02/ulmeiro.html