06-02-2016Faleceu, em Luanda, aos 92 anos, a combatente pela liberdade Maria da Conceição Deolinda BoavidaDa Redação, com agência 06/02/2016 16:00 Morreu em Luanda, na última quinta-feira, 4 de fevereiro, aos 92 anos, a nacionalista Maria da Conceição Boavida. Natural de Portugal, onde casou com o médico angolano Américo Boavida, Maria Conceição Boavida, professora de formação, dedicou grande parte da sua vida à luta pela independência de Angola nas fileiras do MPLA. Maria Conceição Boavida
Natural de Portugal, Maria da Conceição Deolinda Dias Jerónimo conheceu em Luanda, em 1955, Amérco Boavida, regressado a Angola em 1955, depois de concluída a sua formação em Medicina em Portugal. Em 1958 casaram em Lisboa. Conceição Boavida, professora de formação, dedicou grande parte da sua vida à luta pela independência de Angola nas fileiras do MPLA, tendo sido uma das co-fundadoras da Organização da Mulher Angolana (OMA). Depois de deixarem Portugal, onde Américo Boavida se formou em medicina, ainda durante o regime fascista e colonialista, Conceição Boavida e o marido passaram pela Guiné Conakry e por Marrocos, já engajados na luta de libertação nacional. Em 1968 ficou viúva, na sequência da morte de Américo Boavida - irmão do advogado Diógenes Boavida - também já falecido, durante ofensiva do Exército português no leste de Angola. Regressando a África, em 1967 fixou-se em Brazzaville, capital da República do Congo. Respondendo a um apelo lançado pela direcção do MPLA para a abertura da Frente Leste na Guerra de Independência de Angola, Américo Boavida, acompanhado pelo comandante José Mendes de Carvalho, mais conhecido como Hoji-ya-Henda, deslocou-se para a nova frente de combate, onde desenvolveu uma extenuante acção médico-sanitária em vastas regiões do Moxico e do Cuando-Cubango, organizando os Serviços de Assistência Médica do MPLA. Na manhã do dia 25 de Setembro de 1968, Américo Boavida foi vitimado por um bombardeamento aéreo do exército português à "Base Hanói II" do MPLA, onde se encontrava, perto do rio Luati e da floresta de Cambule, no Moxico. Conceição Boavida desenvolveu intensa atividade na área de informação e propaganda do MPLA e designadamente no programa de rádio "Angola Combatente", que era emitido a partir de Brazzaville (República do Congo) e de Dar-es-Salam (Tanzânia), bem como em meios de imprensa do MPLA. Após a Revolução dos Cravos - 25 de Abril de 1974, que pôs termo à ditadura em Portugal e abriu caminho à independência das antigas colónias, Maria da Conceição Boavida passou a viver em Luanda. Maria Eugénia Neto, viúva do falecido líder e primeiro presidente de Angola Agostinho Neto, e filhos, Mário Jorge Neto, Irene Alexandra Neto, Leda Neto, e a Fundação Dr. António Agostinho Neto apresentaram sentimentos de pesar a Mudamane de Assis Boavida pelo falecimento de Maria da Conceição Boavida. "A camarada Conceição Boavida, co-fundadora da OMA, ex-directora da Educação, activista e viúva do Dr. Américo Alberto de Barros e Assis Boavida, será recordada pela sua dedicação e militância activa no seio do MPLA, tendo sempre acompanhado o marido na heróica epopeia pela emancipação do povo angolano e permanecido fiel aos princípios e ideais que nortearam a luta até ao fim", lê-se na mensagem. O Bureau Político do Comité Central do MPLA também manifestou numa mensagem sentimentos de pesar pelo falecimento de Maria da Conceição Deolinda Dias Jerónimo Boavida, co-fundadora da Organização da Mulher Angolana (OMA) e viúva do médico e guerrilheiro Américo Boavida, ocorrido no dia 04 do mês corrente, em Luanda, por doença. "Pelo infausto acontecimento, o Bureau Político do Comité Central do MPLA inclina-se perante a memória desta destacada combatente pela Independência Nacional e pela paz definitiva em Angola e endereça, à família enlutada e à OMA, as suas mais sentidas condolências", lê-se na mensagem divulgada sexta-feira, em Luanda. |