15-07-2015

O BRASIL E A CHINA José loubeh

15/07/2015 O BRASIL E A CHINA  José loubeh 

Entre 12 nov 1927 e 6 fev 1922 houve em Washington conferência para tratar as questões de desarmamento no Extremo Oriente. Muitos de vocês eram garotos, mas eu já trabalhava duro e escrevia em jornais, alimentando-me alegremente de meios-bifes em bares imundos. (Gondin da Fonseca, n. em 1899). Firmaram-se, então, diversos acordos com a China. Espantei-me que na condução de um deles os delegados chineses pedissem, humildemente, autorização para aumentar as tarifas. Uai, disse o outro. Por que motivo não pode a China mandar na própria casa e aumentar ou diminuir a seu talento as tarifas aduaneiras? - Mais tarde, vi que pelo Tratado de Nanquim de 1842, firmado entre a China e a Inglaterra, o máximo que o Celeste Império podia cobrar pela entrada de mercadorias estrangeiras em seus portos era 5% "ad valorem". Incorporou-se tal convênio tarifário ao Tratado de 1844 entre China e Estados Unidos. Impossível desenvolver-se qualquer indústria séria num pais assim desamparado de barreiras protecionistas. Principiaram os estrangeiros em 1858 a ocupar os postos-chave da administração chinesa e precisamente nessa Conferência de 1922 declarou o Ministro das Relações Exteriores de Pequim que "nem um só dos quarenta e quatro inspetores de tarifas, nos portos de importação-exportação da China, era chinês!"

A imprudência e desembaraço do imperialismo cristão e conservador do Ocidente crescera a tal ponto naquele país, que só loucos poderiam descrer do êxito de uma Revolução de base nacionalista que ali se desencadeasse. Isto em 1922. Hoje só um patife permanecerá indiferente aos princípios de solidariedade humana implantados por Mao Ze-Dong (Mao Tsé-Tung) para desenvolver sua Pátria (isso, em 1949). Os Estados Unidos ainda não reconheceram o Governo Chinês porque são burros. (52% dos americanos creem que o Diabo existe. Segundo P.T. Barnum, ninguém perdeu dinheiro apostando na burrice norte-americana).
Washington oprime demais. E se espanta, depois, quando os oprimidos berram e se defendem. Movimento algum nacionalista germina sem a prévia exploração de capitalismo colonizador. (Lênin). No Brasil não somos contra o operoso povo norte-americano, tão vítima dos nababos de Wall Street quanto nós!
Em 1922 declarava em Washington-DC o Ministro das Relações Exteriores da China não existir um só inspetor de tarifas de nacionalidade chinesa nos portos de importação-exportação de sua Pátria! Tudo extrangeiro. Pedia mais compreensão para o drama do seu povo. Solicitava ainda, para a China, a abolição dos Tribunais extraterritoriais, humilhante violação da Soberania Chinesa. Falou em vão. As potências a que ele se dirigia (EUA, Inglaterra, Bélgica, França, Itália, Japão, Holanda e Portugal), nem aí...
A opressão gerou revolta. Mao Ze-Dong foi o corolário da exploração do grande povo chinês pelas potências cristãs lideradas pelos EUA.
PAX SINICA (Paz Chinesa). Entre os séculos XVII e XVIII chineses eram importantes produtores de arroz, trigo, cevada, chá, algodão, tabaco. A produção de milho, batatas-doces e amendoins, produtos vindos dos Estados Unidos, cresceu. Só que nas mãos de latifundiários. (Três séculos depois o Brasil continua no atraso do latifúndio. A terra, que deveria proporcionar alimentos para o povo, é alugada para plantadores de cana).
 
José Loubeh é jornalista e empresário, in Jornal de Uberaba

http://www.jornaldeuberaba.com.br/cadernos/opiniao/23123/jose-loubeh-o-brasil-e-a-china/