01-02-2006Os judeus e a diáspora madeirense Eduarda Fagundes NunesEduarda Fagundes Nunes
No século XV e inicio do XVI a comunidade sefardita tinha papel de destaque na economia e finanças do Estado Português. Judeu era sinônimo de negociante. Com a perspectiva de altos ganhos na incipiente atividade açucareira da Ilha da Madeira, logo essa parte do Atlântico tornou-se ponto de atração para esse grupo financista. Naquela época, os genoveses, os venezianos, e mais tarde os flamengos e os franceses, para lá se deslocaram atrás desse rentável comercio. Nomes como Isaac Abeacar, Moisés Benagaçam, David de Negro, Guedelha Palaçan, fizeram associações com grupos italianos (B. Marchione, Sisto Lomelline, Dinis Sernige, Lucas César), e chegaram a dominar 80% das operações comerciais açucareiras da Ilha nesses séculos, seja pelo processo de trocas entre as ilhas ou pelas transações a longa distância. Com as periódicas visitas dos representantes da Inquisição na Ilha em 1575(Marcos Teixeira), em 1591 e 93(Jerônimo Teixeira Cabral) e em 1618 e 19(Francisco Cardoso Tornéo), mesmo havendo conivência dos administradores madeirenses com a presença judaica, vieram punições e perseguições. Com isso muitos judeus se refugiaram nas Ilhas Canárias, Cabo Verde, São Tomé, e Brasil. No final do século XVI noventa e quatro cristãos novos foram arrolados em processos inquisitórios. Em 1618 esse número não passava de cinco! Fonte Bibliográfica Ilha da Madeira |