Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


22-04-2015

Libertando A Esperança Do Sufoco - Manuel de Sousa


“Libertando A Esperança Do Sufoco”

 

Escuso-me a gritar de dor ou em pânico

Não quero assustar-me ou a outros

Se tiver que me queixar será em silêncio

Usarei o ar alegre para transmitir aos restantes

Passarei uma mensagem de esperança renovada

Darei a minha mão às mãos de quem necessitar

Estarei pronto para acudir a quem sufoca

 

Olharei ao espelho e virarei as costas

Irei para longe da vaidade ilusória

Desviarei minha passada trocada de tal destino

Explorarei o caminho mental para a liberdade plena

Escreverei no solo poeirento com um graveto

Enterrarei todos os aspectos pessimistas

Abrirei trilhos para desbravar outras oportunidades

 

Apanharei o primeiro avião para fora de mim

Sairei cá para fora como um caracol livre da casca

Aprenderei a olhar directo para qualquer estrela

Ficarei atento a todos os sons e movimentos

Crescerei com a evolução do brilho resultante

Exaltarei o nome feito de sonhos e critério

Contarei as sílabas a cada palavra sagrada dita…

 

Escrito em Luanda, Angola, a 22 de Abril de 2015, por Manuel de Sousa, em Alusão à primeira palavra proferida pelos Homens e Mulheres nossos Antepassados e que terão estado na origem de tão vasto conhecimento hoje em nossa posse, mesmo que, embora seja tao somente ainda um gotinha de água num tão vasto Oceano Cósmico…

 

2.

 

“Transposição Milagrosa De Experiencias”

 

Retirem debaixo dos meus pés a terra

Transfiram-me para qualquer outro planeta

Transformem-me em pretendente a ser outra coisa

Quero beber na fonte inesgotável de inumeráveis experiencia

Pretendo ter reforçado o conceito de ter ate ao final das contas

 

Façam com que acredite em milagres sem questionar seja o que for

Levem-me a todas as pias sacras para que seja de novo baptizado

Lavem o interior com infindáveis marcas de sabão ou sabonete

Purifiquem-me a alma a ter dizer que já é hora de parar

Retirem-me da lista de pecadores e a esta da frente

 

Benzam-me com dizeres que façam de mim um santo

Elevem-me ao altar do saber que seja o mais eterno possível

Coloquem-me num pedestal que nem o altíssimo me veja bem

Disfarcem-me de planta camuflada no seio de uma imensa floresta

Tropicalizem-me as cordas vocais para que só fale o verbo aos soluços

 

Peguem em mim e torçam-me a vontade até que fique sem tutano ósseo

Confundam-me a realidade absoluta com o neo-realismo clássico

Ensinem-me a beber vinho sem álcool e a pintar sem pincel

Ficarei apto a corrigir as linhas verticais e não o horizonte

Entornarei as tintas todas das cores do dia-a-dia…

 

…De maneira insensata e numa forma consciente também…

 

Escrito por Manuel de Sousa, em Luanda, Angola, a 22 de Abril de 2015, em Dedicação a todos aqueles que, conscientemente, conseguiram libertar-se de hábitos negativos e prejudiciais à saúde e ao bom ambiente social e ao sensato equilíbrio moral e das boas práticas e princípios…

 

 

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