Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


23-08-2004

EUA:Cartas aos compatriotas de um estudante R. Tamagnini


Ricardo Tamagnini
may,2003


Mui estimados amigos lusitanos,
Pois é, aqui vai mais uma mensagem geral... desta vez vai com til's e acentos porque já instalei a possibilidade de escrever em teclado português. O chato é que não sei exactamente, aonde se encontram as letras... pelos menos já entendi que na tecla do "dois pontos" está o C cedilhado.

TRABALHO
Tive duas apresentações finais. A primeira, a qual estava pronta 2 dias antes do tempo, correu pessimamente ! Feito parvo, passei os restantes dias a compor os gráficos, cores, número de letras ..., coisas sem importância. Como confiei nos meus dotes de improvisação e esqueci-me de a testar em casa. Resultado, passei 2 horas a gaguejar ... não sabia traduzir palavras como coeficientes marginais, externalidades positivas, estrutura fundiária, efeitos secundários, entre outras mil palavras.
Com a clareza de espírito que me acompanha sempre nestas ocasiões, adoptei o sistema da tradução "à la letre", tipo: " in April, thousand's water " e aí, haviam de ver a cara do pessoal. Parecia uma reunião dos "Tamburiles" com paralisia facial. Os queixos caídos, os olhos esbugalhados, não estavam a apanhar nada. Quando a coisa estava a ficar feia, improvisei com a utilização de linguagem matemática: equações e funções estatísticas !! que é sempre uma linguagem muito mais fácil de se explicar e entender ...e claro, que utilizando símbolos como W= emprego (work) e L= terra (land) para confundir os poucos que entendiam alguma coisa.
Fiz a coisa mesmo bem feita. Não podia haver alguém que pudesse entender aquilo ! É caso para dizer que a plateia AMOU !!! Eram bravos atrás de bravos, gritando por encores !!! Flores e uma audiência enlouquecida ....
Na segunda vez, fiz uma apresentação muito menos técnica... mais baseada na conversa da treta, conclusões, e problemas encontrados, com graças no meio e episódios curiosos -ou - históricos, que eu gosto muito de contar e que fica sempre bem numa apresentação, mesmo que o assunto não tenha nada haver (que é o que acontece na maioria dos casos).
Contei todos os melhores que sabiam !! Correu lindamente e todos gostaram .... No final, recebi da directora do departamento, mulher de um senador americano, o comentário que a minha apresentação tinha sido muito "polaca" (polish). É claro, que pensei que ela era descendentes de polacos (ou o meu sotaque era polaco) , sorri muito e agradeci ... e para quebrar o gelo, disse que tinha gostado muito de conhecer Praga, e que realmente o português é confundido com o russo ou polaco. Dois dias depois, o Adam explicou-me que ela tinha dito que a minha apresentação tinha sido muito polida (polish). Isto é, brilhante, esclarecedora . Agora estão a ver o figurão que fiz em frente da senhora !!
MESTRADO
Agora estou a escrever e adaptar as coisas para serem integradas na tese. A parte prática correu muito bem, a parte teórica e conclusiva está a dar-me um trabalhão.
MUSICA
Fui o único aluno escolhido da minha classe (da Profa. Chinesa) para cantar no concerto de natal. Isto porque além desta linda voz que deus me deu e da cara de miúdo angélico que tenho, o facto de ser o único barítono da classe, e já ter cantado a criação de Haydn (no coro), criaram condições especiais para ser escolhido, isto é, não havia alternativas.
Para esta missão, a minha Profa. queria que eu tivesse à altura do acontecimento, isto é, que vestisse um smoking BRANCO!! Não podia estar mais ridículo. Até meia branca vesti!!! Ao meu lado ficava uma bola dourada, vulgo, professora chinesa, cheia de lacinhos, e folhinhos....mas com 50 ganchos nas costas por já não caber dentro do fato da guerra dos cem anos ! EU, o criado de mesa, era o anjo Rafael, a bola dourada e cintilante; anjo Gabriel.
A última apresentação ficou alegremente marcada com o episódio da pianista, que com os nervos teve um bloqueio e começou a chorar. Valeu-nos o seu prof. que estava a mudar as páginas !!
ÓCIO
Na 5ª feira passada, aceitei um convite de um casal que estão sempre a discutir, mas que ao menos me convidam para programas. O Matt, namorado da minha colega Julie, é especialista em tudo, especialmente em assuntos de garganta. Bom, convidou-me a ir esquiar, pois nos 2 dias anteriores tinham nevado uns 5 inches (creio que são 12 cm).
Partimos para a estância da Disney, Sugar Bowl a mais perto de Chico. Através de uma promoção especial de corn "flakes" que sabem a querosene com sabão azul e branco, consegui um "forfait" por 40 dólares, um dia! Os preços normais são 70 dólares !! É um roubo !! O aluguer do material custou-me 30, e o mais "roscof" !!
Às 6:50 passaram em minha casa e às 9:10, estava de "skies", "forfait" e pequeno almoço tomado, na primeira cadeirinha. A neve estava muito boa, mas não foi a melhor. A estância é pequena mas, na região, é a que mais neve tem. Como era um dia de semana estava às moscas !! Havia pistas só para nós. Estava um dia agradável, com algumas nuvens e temperaturas à volta dos 10 graus positivos.
Mesmo com miserável material alugado, dei grandes bigodaças aos americanos. Especialmente em Downhill . Eles têm umas maquinetas que dá para fazer uns "racings" !
Ao Matt e o Phill até lhes custou engolir o almoço. A mim também, mas porque me custou 4 contos, um bife Hamburgo e uma bebida energética.
A volta, vim com o John, o prof de piano, que no inicio era muito arrogante, mas que no final do dia já se encontrava mais amansado. Conversa puxa conversa, falou-me que teve um envolvimento especial com uma portuguesa, a única pessoa portuguesa que conheceu, chamava-se Bárbara Dória. É MINHA PRIMA !!!!! não é incrível ?!?! O mundo é uma aldeia. A Bárbara também é pianista, e tem a idade dele .. uns 35 anos ...
Quanto a passagem de ano, o Diogo desafiou-me a ir a Nova York. Por isso entre dia 29 e 4 de Janeiro estarei a rever o Atlântico. Vou gastar um dinheirão ! Acho que quando voltar, vou passar a pão e água uns 2 meses !!
Bom, e para finalizar queria aproveitar para vos desejar algo de diferente .... mas obrigatório ..... Bom NATAL e boas entradas !!
Em principio dentro de 3 semanas já estarei em Portugal !!
Beijos a tutti !! E muito obrigado pelos "mails" que nunca escrevem!! É muito simpático! RICKY NELSON

July,2003
Caríssimos amigos,
Afinal ainda vai mais uma pequena crónica!!
A contagem decrescente já chegou a casa das unidades!!
Voltei a jantar em casa da minha Profa. Chase que organizou um jantar para a minha despedida. Estavam além da família Chase, mais 5 pessoas, 3 alunos e dois professores.
Foi muito simpático e graças a deus encomendou pizas... no entanto, fez questão em dar um toque pessoal ao jantar, pelo que nos deliciou com uns "raviollis" de abóbora com caril. A combinação parece ser bombástica, mas melhor que aumentar as potencialidades, esquecendo-se de adicionar gordura à massa. Resultado, eram bolas de pura farinha com um pingo de uma goma a saber a porco doce. Cada vez que trincávamos um naco, era impossível não tossir.... mesmo que antecipadamente estivesse um pouco de agua na boca!! Havia num perímetro de 2 metros da mesa uma nuvem branca de farinha. Quando cheguei a casa tinha farinha nas orelhas!!!
Claro que aquilo não podia acabar só por ali. Mais uma vez a reitora enfrascou-se e chateava todo a mundo porque queria dançar!!! Não havia o menor clima para danças, mas não se pode fazer nada... ou melhor fiz, pisei-lhe os calos duas vezes que acabei com a dança num instante!
No fim-de-semana passado, fui com o Adam e a mulher a uma reunião de um grupo de amigos deles que são "motares". A líder é uma viúva de um astronauta que morreu na "challenger". Ela eh investigadora da NASA. Apenas me dirigiu a palavra 2 vezes (olá e adeus) mas como não estava lá ninguém para comprovar, ficará registado nos anais da história que eu tenho um grande amiga investigadora/astronauta da NASA... somos unha com carne!
Bem gostaria apenas que imaginassem a figura ridícula que fiz. Fui de mota com a Diane, pois o Adam pesa 200 kg. Quando cheguei ao ponto de encontro, todo o mundo estava "encadernado" dos pés a cabeça. Casacos, calcas, "chaps", blusões tudo de cabedal preto! São todos cromos, especialista com doutoramentos, pais de família, mas iguais ao falecido marido da duquesa d'Alba. Os homens são barrigudos, com barbas e bigodes e as mulheres esqueléticas e nervosas!
E eu, o tuga .... de calcinha "marron" de veludo "cotelet", sapatito de vela e pullover verde Outono! Não podia estar mais integrado!!! Falta um pormenor... estava encharcado dos pés a cabeça!! Graças a minha bicicleta que não tem guarda-lamas, chego a casa sempre com o meu casaco cheio de lama. Esperto que sou, lavei o casaco 3 vezes, e este perdeu poder impermeabilizante. Aliás ganhou outro poder, tornou-se num desumidificador regional! Qualquer humidadezinha que exista na atmosfera, ele absorve-o! Faca chuva faca sol chego sempre encharcado!!
Bom, voltando ao encontro de "motares", um deles, um calmeirão, capaz de ter para cima de um metro e treze centímetros, deu-me um casaco que já não utilizava... ou seja, adquiri um casaco "motare" !!! claro que fico com o umbigo ah mostra, mas ao menos cheguei a casa seco!!
AZARES DA VIDA
Há pessoas com azar na vida.... Eu sei.que há gente com vida duras e difíceis... mas Deus é justo, por isso deu uma viagem de 2 pessoas, de graça, a S. Salvador da Bahía à Patrícia Cotrim! E não é que fui convidado para lhe fazer companhia? É chato, não é? Com tudo pago, uma semana... e o pior eh que temos uma anfitriã... a Xotora Mariana Avillez !!!! Sim, é muito azar!!!
Pois eh parece que dia 28 vou esturrar os poucos miolos nas águas quentes e azuis do atlântico. Não fiquem com inveja, pois ai também há atlântico... eh um pouco mais fresco!!! Mas enrija... faz bem aos ossos!! Eu até vos digo que preferia muito mais ir a Costa da Caparica em Janeiro do que ter que estar naqueles caldos. E o azul clarinho? Até enjoa !!!
Bom, só queria acrescentar que as minhas roupas incharam nesta terra!! É inacreditável a tralha que fiz em 5 meses !!! Tenho uma mala extra que me deram e já está cheia!!
Por ultimo, não se já sabem que o João Esparguete aparece na capa da revista Science e no Jornal do Incrível também... Parece que descobriram que o animal é capaz de correr!! E há testemunhas e suporte fotográfico...A comunidade científica de ciências naturais está a viver uma revolução!!!
Saudações tuguenses NELSON

August,2003
Babes and Dudes,
Pois é, creio que esta será a última e derradeira crónica nos "States". Haveria algumas coisas que gostaria de descrever, mas apenas vou focar dois episódios mais mediáticos, o natal e a passagem de ano.
NATAL
Na América não se faz nada no dia 24 ! Apenas comprar, gastar e derreter!
Para quem não sabe, fui convidado para o almoço em Santa Rosa, com a família da minha amiga e colega Julie, e jantar em casa da Prof. Chase.
Dormi no sofá da sala de jantar dos avós maternos da Julie. Ás 6 da manhã acordei com umas lambidelas pela cara toda, de uma língua fria, mole e comprida da Shaggy. Cadela de raça lavrador dos avós da Julie. Confesso que aquilo me deu certo nojo pelo que me levantei para lavar a cara. Quando não é o meu espanto, toda a família já estava num excitamento, fazendo um burburinho, que quando perceberam que eu já andava na casa de banho, perderam os receios de me acordarem. Resultado, às 6 e meia da manhã estavam 12 crianças, quase todas elas com mais de 40 anos, ao berros a desfazerem embrulhos!! A cadela num excitex !! tive direito a 3 peluches para os desfazer em dois segundos....não há explicação para este tipo extravagâncias... com tanta criança vítima de violência e fome, necessitando cuidados vários ...
Às 10 da manhã a minha cabeça teimava em não se aguentar com o sono que tinha. Toda a família trocava cumprimentos e gracejos....sorri durante 3 horas, mas não me perguntem do que é que falavam...

Mesmo estando na América, consegui ter o recorde de presentes que até hoje recebi!! Tive 10 presentes, vinhos, compotas, livros, calendários e as fatídicas, incontornáveis e omnipresentes meias oferecidas pela avó da Julie .... achei fantástico esta atitude universal de ser avó !
Almoçamos PÍRUM recheado, assado no forno, com puré de batatas, um assado de milho fantástico (farinha de milho com graus de milho e mais um vegetais. É um pouco doce mas muito invulgar)... brócolos em molho branco e compota de bagas do bosque, que não sei o que seja.... uma das dezenas de "berries" que eles para aqui têm.

Por volta das 3 da tarde, a família Simmons e eu saímos de Santa Rosa em direcção de Chico. A viagem fez-se em 3 longas horas de carro... muito difíceis para quem tinha dormido apenas meia dúzia. A certa altura acordei com o vento e frio provenientes da janela da Julie. Parece que tinha adormecido e nos "entretantos" tinha perdido alguma compostura em termos de produção de gás natural. Fiquei roxo de vergonha.
Às 7 horas cheguei a casa da Prof. Chase. Apenas estava a família Chase, Jacqueline o marido e os dois filhos, mais a catedrática Profa. Levi, a filha e um rapaz capaz de ter mais 2 anos do que eu, e, por mera coincidência, foi aluno da Profa. Levi há cerca de 8 anos. A filha tem 7!! Desta vez portei-me bem e não disse nenhuma asneira.
Fiz um sucesso com as minhas "raspadinhas" ! Ofereci raspadinhas desde o septuagenário avô da Julie à filha Levi. Gastei 4 contos em raspadinhas e ninguém recebeu nada, mas fiz boa figura. É difícil comprar coisas para pessoas que conheço quanto mais para pessoas que nunca vi na vida... e com a agravante de não ter dinheiro nem vontade para o gastar.
O jantar de natal foi, Pirum recheado, puré de batatas, as "berries" e brócolos em molho branco.... apesar da semelhança de ingredientes podem crer que nada tinha de semelhante. Desta vez o peru veio do forno esturricado por fora mas com um invulgar interior ainda vermelho e congelado. É uma técnica muito específica chamada aselha! ó que maravilha, To Zé !! Aos brócolos, perguntei se eram sopa, e do puré tinha a capacidade de partir os mais vigorosos molares. Julgo que dissolveram as batatas com sílica quartziana.
Calculo que a Profa. Levi tenha alguma alergia ao Natal. Primeiro, o apelido judeu, segundo, a sua curiosa vida familiar não deve ser muito fácil de se integrar nas famílias conservadoras americanas. Resultado, quando chegou, pareceu-me que já vinha com muito "sumo de uva" no buxo.
Pelas 10 da noite já estava eu ao piano com a cabeça, da sempre sisuda Profa. Levi, no meu ombro esquerdo balbuciando canções do Sinatra. Muito cantou, falou e bebeu aquela mulher... até fado, cantou. O Frank, o antigo aluno e pai da criança, estava pouco-à-vontade.... mas no fim, também já se ria! Foi até bastante divertido.
Nessa noite recebi uma garrafa de Champanhe.... finíssimo... feito em Espanha e embalado na Tailândia, de seu nome "Cristalino". Palavras para quê.... e mais, diria que na manhã de 1 de Janeiro, não me saía da cabeça!!! saiu, mas foi difícil e à custa de muita garrafinha de água!
NOVA IORQUE
Antes de partir, toda gente alertou-me para as adversidades climatéricas da cidade, pelo que me apetrechei com as roupas mais quentes que tinha. No dia mais frio fez 12 graus. Muito embora resfriasse a noite e um gorro soubesse bem às orelhas, nada podia ser menos indicado que os meus três pares - de - meias da neve. Os meus pés estavam sempre num assado e ao segundo dia, as minhas botas de montanhismo envergonhavam o mais fedorento dos queijos de cabra corsos.
Compramos um passe por 10 contos para ver 6 museus. Gastamos tudo nos 4 dias. Alguns deles tinham colecções fabulosas e outros embora fossem muito grandes apenas focamos um ou dois aspectos. Há milhares de coisas para falar, ficam algumas imagens como um porta-aviões da segunda guerra, os famosos dinossauros e a alergia do Diogo à exposição temporária do Modern Art Museum... particularmente a colectânea de foto - biografias de pessoas que se suicidaram ou foram mortas por outras.... Gente tão simpática.... "ele" é mesmo esquisito....
Tínhamos um passe de metro que o Diogo fez questão em dificultar a sua rentabilidade. Toda a gente sabe que adoro andar, mas o bicho obrigou-me a palmilhar SEM EXAGERO, 10 a 15 km por dia. Ao fim de 3 dias, o Diogo já se queixava que as calças lhe caíam pelo rabo abaixo.
No dia dos meus 29 anos, parte B, fomos jantar a um restaurante muito "cool". Os preços são proibitivos! Valeu-nos, também, as lembranças lusas: as sempre ansiadas empadinhas, o vinho 2 quintas, o queijo de ovelha e os recortes do Calvin & Hobbes que a minha mãe me enviou!
A Passagem de ano foi numa estação de metro... mas às 00:03 já estávamos à superfície. Foi muito animado... graças ao "Cristalino". Fizemos nessa noite mais de 20 km, desde Times Square até Greenwich Village e volta à Chelsea. São pelo menos 10 paragens de metro!!!
O Empire State Building é um edifício rasteirinho... cerca de 3 metros, mais um cabo de martelo, uma mão-travessa e um bocadinho sem importância. Foi construído em 1930 por desempregados da recessão de 1929. Parece que fizeram apenas uma pipa de massa... a vista nocturna do topo é impressionante...
Dizem mal que Lisboa tem buracos, haviam de ver os de Nova Iorque, tem buracos muito maiores! Há um deles que tem mais de 6 meses que não há meio de taparem aquilo.... bom, realmente é incrível o que caiu, parece que há outro pequeno edifício de 30 andares que vão ter que o deitar abaixo pois não conseguem salva-lo.
Da cidade, que segundo os locais não há brancos nem pretos, apenas azuis, apenas 10% da cidade - 20% de Manhattan - é azul clara, o resto é azul-escuro. New Jersey, Newark, Queens, Bronx e para lá da 2ª e da 10ª Avenida, fazem qualquer Loures ou Massamá, dignas de receberam o distintivo da UNESCO, Património da Humanidade. Não entendo como se pode dizer que a cidade é bonita, mesmo existindo uma grande área, o sul do Central Park, onde as pessoas possam "sonhar" em passarem por ricas e cheias de status por uns dias. Para mim, é um bluff típico americano... a imagem, o fingir!!! No entanto, as óperas, as incríveis livrarias, os teatros, os museus, a imensa oferta cultural, a velocidade e o ritmo da cidade fazem desta cidade uma das mais brutais e complexas que vi até hoje.
A volta correu com normalidade. Da primeira vez que cheguei aeroporto, estava 25 horas adiantado (fiz confusão com 00:20 com 24:20), da segunda, como cheguei 40 minutos antes do voo não me deixaram embarcar. Resultado fui para Denver, Colorado, onde cheguei às 3 da manhã, esperando-me a agradável temperatura de 18 graus negativos. Como não há para fazer nesta cidade medonha, passei o tempo a atirar bolas de neve com uns miúdos que vivem em volta do hotel do aeroporto. Digno de registo, foi a construção do meu primeiro homem de neve! Tinha a minha altura!! Até cenoura teve direito para fazer o nariz!
Bom, acho que desta me alonguei bastante... escrever, acalma as imensas saudades que tenho de todos vós. Já falta pouco... mais 2 semanas e estou aí!
Saudações deste vosso amigo imigra, NELSON