01-09-2015Poesia em patuá (dialeto de Macau) com tradução para português: Cidádi di Nómi SántoRuínas de São Paulo em Macau – “Cidade di Nómi Santo” Publicada no livro do poeta macaense José dos Santos Ferreira “Adé” – Macau Jardim Abençoado – a poesia Cidádi di Nómi Sánto em patuá, dialeto de Macau, traz a tradução para português feita pelo autor, o que ajudará a compreensão daqueles que pouco ou nada o conhecem. O dialeto dos tempos em que Macau era território português tem a pretensão de alcançar, por final, o reconhecimento como Patrimônio Cultural Imaterial pela UNESCO na forma de “teatro em patuá”, pois como do território já o obteve e espera que também seja reconhecido pela China, já que em 1999, Macau foi devolvida à nação chinesa. José dos Santos Ferreira “Adé”, poeta macaense Cidádi di Nómi Sánto / Cidade de Nome Santo poesia de José dos Santos Ferreira (Adé) 1 – Nôsso Macau, nómi sánto, / Nossa Macau de nome santo Vosôtro olá! / Vede, vede todos bem Qui ramendá unga jardim; / parece um jardim Fula fresco na tudo cánto / Por todos os cantos flores frescas Sã pa ispantá. / É de pasmar Sai semeado, nom têm fim. / Saem plantadas sem fim
2 – Gente di Macau, na passado, / Gente de Macau, no passado Co tánto lágri já regá / Com lágrimas amargas regou Su fula cheroso; abençoado, / Suas perfumadas flores, abençoadas Qui Dios já ajudá semeá. / Que Deus ajudou a plantar Na mundo assi transtornado. / Num mundo tão perturbado Sã fazê triste coraçám / É de entristecer corações Olá gente faltá cuidado, / Ver gente descuidada Dessá fula muchá na chám. / Deixá-las murchar no chão
3 – Macau, masquí chám pequinino, / Macau, embora torrão pequeno Vosôtro pôde crê. / Podeis todos crer Sã unga grándi casa cristám. / É uma grande casa cristã Alumiado pa luz divino, / Iluminada por luz divina Inchido di fé, / Cheia de fé Co amor na coraçám. / Com amor no coração
4 – Fé co amor juntado / Fé cristã e amor juntos Sã ancuza qui Dios más querê, / São sentimentos que mais agradam a Deus Macau quirido, abençoado, / Macau querida, abençoada Ne-bom, ne-bom disparecê! / Não pereças, não! Vôs têm nga obra começado, / Tens uma obra começada Qui mundo cristám conhecê, / Que o mundo cristão conhece Cidádi di nómi sagrado, / Cidade de nome sagrado Vôs nom-pode disparecê! / Tu não podes perecer (Dezembro de 1986) |