Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


02-06-2016

Portugal e a aurora da ciência moderna


Na sequência de uma série de ensaios publicados nos últimos vinte anos sobre esta problemática em que, por um lado, se esboça uma crítica de alguns exageros portugueses mas, por outro, se procura chamar a atenção da historiografia contemporânea para importantes omissões no que respeita ao que em Portugal se passou no período dos descobrimentos portugueses [1], o presente ensaio procura retomar o que hoje se conhece do acontecido em Portugal no domínio da modernidade científica e que é comummente aceite entre os historiadores portugueses, enquadrando-o na narrativa mais global do desenvolvimento da mentalidade e metodologia científicas e da história da ciência em geral. [2]

Robert J. Bernstein, no seu livro Beyond Objectivism and Relativism, afirma, ao avaliar sucintamente as teses de Thomas Kuhn , que

“Popper (e outros que partilharam de opinião idêntica) com razão fez notar que a linha estabelecida entre ciência, no sentido corrente, e ciência revolucionária, é menos nítida do que Kuhn por vezes sugere. A ciência normal é mais parecida com a ciência revolucionária e a ciência revolucionária está mais próxima da normal, do que Kuhn (às vezes) nos leva a crer”. (Bernstein, 1983:37)

John Krige escreveu em sintonia com as linhas acima transcritas ao desenvolver os pontos de vista de A. Koyré e M. Clavelin, dois historiadores que, embora coincidentes com a opinião de Kuhn, no que diz respeito ao facto de a cosmologia e a mecânica aristotélicas terem sido rejeitadas e substituídas por uma nova concepção do mundo, enfatizam todavia a ideia de que a transição de uma mundividência para outra levou o seu tempo – “foi um processo, não um acontecimento”. (Krige, 1980:37)

Krige alega um aspecto da perspectiva de Feyerabend sobre revoluções científicas, nomeadamente a que respeita ao “desenvolvimento desigual da ciência”, sumariando a sua tese nos seguintes termos:

Pelo menos, para Koyré, continuidade e descontinuidade não são categorias que mutuamente se excluem; mas não são também meios igualmente eficazes na compreensão do processo histórico.

O meu objectivo (…) é defender uma concepção de descontinuidade que – tal como a de Kuhn e Feyerabend – encara essas transições como implicadoras de substituição total de um sistema de pensamento por outro, mas diferindo da concepção daqueles dois outros, na medida em que confere especial relevância ao facto de que tais transições levam tempo. (Krige, 178)

Krige termina o livro insistindo na reafirmação de que “as transformações revolucionárias do pensamento humano não são cataclísmicas nem, de modo algum, representam a demolição de uma estrutura prévia em velocidade de relâmpago"; salienta o facto de que a rejeição do antigo sistema e a sua substituição por outro não ocorreu simultaneamente; sublinha que a “ciência se desenvolve de modo desigual”, e que “a história descontínua é sensível às diferenças; procura explicá-las; e identificar as estruturas profundas das quais ela própria constitui os efeitos visíveis. É paciente. Compreende que são precisas várias décadas, talvez séculos, para que um universo de discurso ou padrão de relações substitua outro, seu rival." (Krige, 219)


Kuhn provavelmente concordaria. Os críticos podem simplesmente ter sentido necessidade de sublinhar um aspecto menos acentuado por Kuhn que pretendeu sobretudo demonstrar a existência do fenómeno da mudança de paradigmas. De qualquer modo, neste texto utilizar-se-á o empreendimento dos Descobrimentos portugueses nos séculos XV e XVI como caso exemplar, susceptível de corroborar as posições de Bernstein e de Krige. Se a minha demonstração for bem sucedida, o caso português irá reforçar os limites cronológicos aplicados por A. Ruppert Hall à primeira revolução científica – 1500 a1800 – recentemente adoptadas também por Stephen Brush, ainda que alguém como Steven Shapin ponha em causa a própria ideia de revolução científica (Shapin, 1996) [3]. Não significa isto que Portugal a tenha antecipado, realizando-a um século mais cedo, mas antes que a reconhecida revolução científica do século XVII terá recebido em Portugal um significativo impulso. Assim a generalização da atitude experimental ocorrida no período dos Descobrimentos deverá passar a constituir um argumento em favor de Krige e Bernstein, reforçando as suas noções de dispersão espácio-temporal e da existência de descontinuidades no processo evolutivo da ciência. Um corolário da tese, sustentada por um escrutínio minucioso acerca do que em Portugal aconteceu, constituirá um argumento contra uma outra tese, defendida por Ernan McMullin, segundo a qual “a meta do controlo técnico não desempenhou virtualmente qualquer papel nas origens da ciência”. [4]


Em ensaios anteriores sobre esta temática tenho acentuado a dificuldade em revisitá-la equilibradamente, devido às implicações políticas que se foram acumulando ao longo dos anos. Há posições extremas e chega a ser quase impossível entabular diálogo. [5] A controversa figura do Infante D. Henrique pode servir de exemplo, permitindo-nos simultaneamente estabelecer o paradigma teórico dentro do qual nos situaremos.


Objecto, como se sabe, de interpretações profundamente díspares, mesmo antagónicas, algumas das quais rondado claramente o mítico, o Infante inspirou a visão romântica de si e da sua ‘Escola’, ainda viva em certas narrativas populares das descobertas, sobretudo no mundo anglo-saxónico que, desconhecendo quase em absoluto o que no campo científico se passou em Portugal, não têm apesar disso qualquer rebuço em atribuir a D. Henrique um papel de pioneiro.

Essa imagem nasceu em Inglaterra (com Samuel Purchas, no século XVII) e tem vindo a ser depurada dos seus elementos míticos pelos historiadores portugueses do nosso século. (Ver, por exemplo, Leite, 1958-1960). Todavia, se o Infante não foi criador de novas embarcações, treinador de marinheiros ou instrutor de pilotos, “ele encontrou tudo isso às suas ordens”, como diz o historiador Bailey W. Diffie. “O que era necessário fazer, e ele fez, era canalizar as energias portuguesas”, acrescenta. (Diffie and Winius, 122) Após ter examinado toda a literatura disponível sobre este tema, Diffie sumariza o legado do Infante ao mundo nos seguintes termos: “Nenhum outro nome tem a importância que o Infante D. Henrique assumiu, na história da maior nação do mundo no plano da exploração marítima – Portugal”. (Diffie and Winius, 122) Terá sido naturalmente também nesse sentido que Sir George Thomson, físico britânico, declarou que o Infante D. Henrique, o Navegador, foi “a parteira da ciência” (the midwife of science). (Hooykaas, 426) [6]


O objectivo deste ensaio, porém, não é a reavaliação do papel do Infante mas sim uma revisitação do período com ele ou por ele iniciado, já que, se não começou como uma "Escola", admite-se que aos poucos foi surgindo em Portugal, em torno ou não do Infante D. Henrique, uma plêiade de intervenientes no processo da expansão. Esses acabaram estabelecendo entre si uma espécie de comunidade que se interfecundou, abrindo caminho para a instauração de uma nova mentalidade que hoje chamamos "científica" e "moderna" - pelo menos na vertente da atitude face à descoberta do real em moldes diferentes - mudança significativa relativamente ao que era a generalizada atitude medieval.


Não significa isto, porém, que essas figuras intervenientes tenham inaugurado na história da humanidade o processo que veio desaguar na ciência moderna [7]. Todos sabemos da limitada mas importante actividade científica desenvolvida na China [8] e sobretudo na Grécia, onde floresceu provocando um extraordinário interesse pelo conhecimento do universo. Tendo embora decrescido posteriormente a esse período áureo, encontramos ainda sinais bastantes de actividade científica em Roma, se bem que mais numa dimensão tecnológica. Ela nunca desapareceu de todo, tendo ressurgido aqui e ali ao longo da Idade Média, embora com muitas interrupções e longos períodos de dormência. Mas nem então esteve morta, como é do conhecimento geral, sendo hoje completamente refutada a ideia de que não teria havido qualquer interesse científico nesses longos mil anos. Tem-se agora bem mais claro o caminho percorrido pela ideia de se querer agarrar o real através da observação e da experiência, um percurso cheio de continuidades e descontinuidades, sobretudo devido à ausência de intercomunicação entre os actores, dadas as distâncias, a pobreza de meios técnicos para que essa comunicação se estabelecesse e os mundos isolados em que geralmente acontecia algum florescimento de actividade científica.


O caso português aparece pois neste processo como mais uma dessas referidas descontinuidades, com a diferença de ter envolvido um razoável número de participantes, de se ter prolongado no tempo e estendido por diversas áreas de intervenção chegando mesmo a cimentar-se e a evoluir progressivamente a ponto de acabar por influenciar o impulso seguinte de outros grupos no centro e norte da Europa. Com efeito, os avanços ocorridos em Portugal nesse período tornaram-se a "visão recebida", partilhada pelos actores que se sucederam no processo de instauração do que hoje se considera serem as bases da ciência moderna, completada com a intervenção fundamental de figuras que mais directamente viriam acelerar e provocar a chamada primeira revolução científica, consumada com Newton e Galileu.


O objectivo central deste ensaio será pois o de chamar a atenção para um empreendimento que, quando percebido e analisado numa perspectiva abrangente, nos permite concluir que, se a empresa portuguesa não começou com uma Escola de Sagres tecnologicamente orientada, foi em contrapartida algo que se deslocou progressivamente na direcção de uma "comunidade pensante” voltada para a compreensão do mundo empírico, à medida que o império marítimo se foi estabelecendo, cerca de cinquenta anos após a morte do Infante D. Henrique. Nele se destacam nomes por de mais conhecidos entre nós, figuras como Duarte Pacheco Pereira (c.1460-1533), Pedro Nunes (1502-1578), D. João de Castro (1500-1548), Garcia de Orta (1503-1568), e Fernando Oliveira (1507-1585?). A este grupo, deveria acrescentar-se, se bem que já noutro contexto, o filósofo Francisco Sanches (1551-1623).


As obras destes autores constituem um considerável “corpus” bibliográfico e oferecem-nos a prova de que, no campo das ciências náuticas, geografia, astronomia, matemática, cartografia e medicina tropical, assim como na metodologia científica e na cooperação de homens orientados para aspectos teóricos com artesãos e técnicos, se desencadeou em Portugal um notável espírito científico e se desenvolveu uma atitude ainda hoje considerada fundamental no estabelecimento de uma mentalidade empírica. Por outro lado, mesmo sendo possível nomear outros autores, cujas obras revelaram (ou contribuíram para) o seu desenvolvimento, foram de facto as figuras acima mencionadas os expoentes de entre os pioneiros do dito espírito novo. Do conjunto das suas obras salientam-se: Duarte Pacheco Pereira, Esmeraldu de Situ Ortis, escrita entre 1505 e 1508, simultaneamente roteiro, um regimento de navegação e livro de cosmografia; Pedro Nunes, Tratado em Defensão de Arte de Marear (Lisboa, 1537); D. João de Castro, principalmente os Roteiros, escritos entre 1538 e 1541; Garcia da Orta, Colóquio dos Simples e Drogas e Cousas Medicinais da India, publicado em Goa em 1563; Fernando Oliveira, em particular a obra Ars Nautica (1570); a Francisco Sanches, Quod Nihil Scitur(1581).

A historiografia anglo-americana, onde a história da ciência mais se tem desenvolvido, padece de um crónico desconhecimento do trabalho realizado em outras línguas, exceptuando-se provavelmente as obras traduzidas do alemão e o francês. Ao longo dos anos a situação tem evoluído bastante, mas nem por isso a língua portuguesa foi contemplada. Actualmente, com frequência os interesses de historiadores (americanos sobretudo) se alargam às minorias culturais da chamada ultra-periferia, acabando assim por nunca contemplarem o caso português. Ao fim e ao cabo, a história de Portugal, por mais periférica que seja na perspectiva anglo-americana, é sempre a da expansão europeia, hegemónica, colonialista e capitalista. O resultado tem sido que a excelente historiografia portuguesa das últimas duas décadas quase não chega a penetrar as narrativas históricas anglo-americanas. A lacuna é ainda maior no domínio da ciência. É por isso que, neste ensaio, se procura fazer um balanço quanto possível equilibrado do que parece poderão constituir peças importantes para a compreensão da história da ciência e que por acaso ocorreram em Portugal no período da expansão. Não tenho pretensões de trazer novidades aos especialistas portugueses, apenas a intenção de seleccionar entre o que hoje sabemos os elementos que poderão e, creio, deverão, ser enquadrados nas ditas narrativas anglo-americanas e nas da historiografia dominante em geral. Só entrando em diálogo, no paradigma em que esses elementos são discutidos, poderemos esperar convencer os historiadores das novidades ocorridas em Portugal e das lacunas que as suas narrativas históricas comportam.[9] Poderíamos assim, e na perspectiva anunciada, sintetizar os aspectos inovadores que esse conjunto de obras revela em comum, embora nem todas o façam ao mesmo nível e nem todas contenham a totalidade dos aspectos enumerados: a) Rejeição da autoridade dos Antigos per se; b) Aceitação da experiência como critério de verdade; c) Desenvolvimento de uma perspectiva e metodologia científicas; d) Interface de teoria e prática entre eruditos, artesãos e marinheiros; e) Consciência generalizada da importância dos novos conhecimentos adquiridos pelos navegadores portugueses na abertura de novas fronteiras.

 

Nota: Para uma versão mais alargada deste texto, em que são desenvolvidas as suas principais ideias ver: Anais da Universidade de Évora, n. 12 (Dezembro 2002), pp. 19-61.


Onésimo Teotónio Almeida


Referências

[1] Ainda muito recentemente fiz um balanço mais genérico desta questão (Almeida, 2001a).
[2] Este ensaio é a reformulação e actualização de um outro ("Portugal and the Dawn of Modern Science", em George D. Winius, ed., Portugal. The Pathfinder. Journeys from the Medieval World, 1300-ca.1600, Madison, 1995 (Almeida, 1995).
[3] Numa introdução à tradução portuguesa do volume tentei sublinhar, em concordância com outros críticos, que Shapin acaba aceitando (até no próprio título do livro) a ideia de que existem revoluções científicas. (Almeida, 1999a). Floris Cohen, por exemplo, ainda não há muito tempo usou essa designação no título de uma obra que tem tido larga aceitação. (Cohen, 1994) O uso continua a ser comum. Ver por exemplo J. Henry (1997). Por outro lado, veja-se Peter Dear (1997).
[4] Tratei desenvolvidamente dessa questão noutro lugar (Almeida, 2002).
[5] Num dos ensaios elaborei um pouco sobre as razões dessa dificuldade (Almeida, 1998)
[6] Mau grado a opinião de alguns historiadores portugueses, o Infante continua a ter um lugar na historiografia anglo-americana, como se pode ver por este exemplo de um livro muito bem recebido pela crítica - The Discoverers, de Daniel J. Boorstin:
"Se o Infante D. Henrique não construiu de facto uma moderna Escola de investigação, ele efectivamente reuniu todos os ingredientes necessários. Juntou livros e mapas, capitães de navio, pilotos e marinheiros, cartógrafos, construtores de instrumentos de navegação, de bússolas, de naus e de descobertas, tudo para preparar expedições, sempre para mais longe, rumo ao desconhecido. Uma vez começada, a obra do Infante jamais teria fim." (Boorstin, 164)
[7] Uso várias vezes neste ensaio termos como 'moderno' e 'modernidade' sem me demorar a defini-los por o ter feito já num ensaio a ser publicado noutro lugar: Modernidade, Pós-modernidade e Outras Nublosidades. Lisboa: Gradiva, 2002.
[8] Sobre um certo desenvolvimento da mentalidade científica na China veja-se a volumosa obra de J. Needham Por exemplo (Needham, 1981).
[9] Obviamente que será preciso fazer isso em inglês e nas outras línguas de grande circulação, se não nunca seremos ouvidos.


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