Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


04-02-2016

Estado Português adquire o Cetro Funerário do I Imperador do Brasil e Rei de Portugal


Pedro I, c. 1830, de Simplício Rodrigues de Sá.

A aquisição deste cetro constitui uma importante ação de valorização do património artístico português.

O Estado português adquiriu um cetro em bronze dourado, alusivo a D. Pedro IV, primeiro imperador do Brasil, e que passa a fazer parte da coleção do Palácio Nacional da Ajuda (PNA).

O cetro, em bronze, “inscreve-se no universo da arte funerária régia, uma vez que foi produzido para ser colocado sobre o esquife de D. Pedro, falecido a 24 de setembro de 1834, depositado no Panteão Real de Bragança, no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa”, informa o PNA em comunicado.

Segundo o inventário de património móvel da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), o cetro, em bronze fundido, cinzelado e dourado, tem uma altura de 89 centímetros e uma largura de 11 centímetros.

A peça é encimada por “um resplendor que ostenta, de um lado, as armas do reino de Portugal e, do outro, as armas do império Brasileiro, assente sobre um livro que representa a Carta Constitucional da Monarquia Portuguesa de 1826”.

D. Pedro, filho de D. João VI, proclamou a independência do Brasil, em 1822, e tornou-se no seu primeiro imperador, tendo abdicado a favor do filho, para assumir a regência do reino de Portugal, em 1832, e entregar o trono à filha, D. Maria II, coroada em 1834 e que reinou até à sua morte, em 1853.

O cetro, em meados do século XX, ficou sob a guarda de um prior da igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa, que mais tarde o ofereceu a um familiar que “o transacionou no mercado de arte e antiguidades”.

“O proprietário seguinte propôs ao PNA a sua compra, o que viria a acontecer em dezembro último, através da DGPC”, esclarece o comunicado.

“A aquisição deste cetro constitui uma importante ação de valorização do património artístico português e, em particular, das coleções do PNA, onde se conserva o notabilíssimo conjunto de objetos de regalia da coroa portuguesa, no qual se preservam três cetros régios, a matriz tipológica para este objeto de arte funerária”, esclarece o PNA.

Recorde-se que em Portugal, mais propriamente no Porto, está também o coração que D. Pedro IV doou à cidade. Não está guardado a sete chaves, mas são precisas cinco, mais mil cuidados e uma complexa operação para o retirar do mausoléu da igreja da Lapa, como aconteceu em 2009.

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