Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


04-06-2016

BRASIL SÓ SAI DA CRISE COM NOVAS ELEIÇÕES, DIZ OCDE


Economista Jens Arnold, diretor da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), afirmou que, segundo o relatório da entidade, se não acontecer um novo pleito no Brasil, comandado pelo presidente interino Michel Temer, será "difícil criar o consenso necessário para implementar as reformas de que o País necessita"; ele rebateu o ministro das Relações Exteriores, José Serra, que disse não haver "sofisticação de análise" no relatório da instituição; "Seguimos a situação brasileira há muitos anos, eu pessoalmente há seis anos, e acredito que conheço a economia brasileira bastante bem", pontuou Arnold

4 DE JUNHO DE 2016 ÀS 21:04

247 - O Brasil não terá condições de sair da “recessão profunda” e de retomar o caminho do crescimento econômico até que ocorram novas eleições, avalia a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que agrupa 35 países — a maioria do bloco de países desenvolvidos. De acordo com a instituição, o atual clima político impossibilita a adoção de reformas urgentes e necessárias para o País. 

A OCDE piorou suas projeções para a economia brasileira na última quarta-feira (1). Para este ano, a previsão para o resultado do PIB passou de queda de 4% para retração de 4,3%. Para o ano que vem, a expectativa passou de variação nula para um tombo de 1,7%. Para a economia mundial, a previsão para 2016 foi mantida: expansão “decepcionante” de 3%.

O economista Jens Arnold, diretor da OCDE, reforçou que, no relatório da entidade, "o cenário base é o de que, até que ocorram novas eleições no Brasil, vai ser difícil criar o consenso necessário para implementar as reformas de que o país necessita".

"Por mais que haja muitas propostas saídas ultimamente do governo, que coincidem em grande parte com as recomendações que a OCDE fez no passado, a pergunta é: até que ponto estas medidas serão implementadas? Uma coisa é o governo anunciar planos, outra coisa é criar o consenso e a força política necessários para fazê-las passar pelo Congresso, que está extremamente dividido e polarizado neste momento", diz Jens Arnold, em entrevista ao jornal O Globo.

Entre as reformas necessárias para o Brasil, Arnold cita um importante ajuste fiscal, “não somente de curto prazo, mas incluindo também variáveis estruturais como a reforma do sistema previdenciário”. Ele defende, ainda, a desvinculação dos benefícios ao salário mínimo. "O país poderia ter alcançado 25% mais de redução das desigualdades nos últimos trés anos se isso tivesse sido aplicado", acrescentou.

Arnold rebateu as críticas do ministro das Relações Exteriores, José Serra, que disse que o relatório da OCDE não tinha “sofisticação de análise”.

"Não conhecemos o futuro melhor que outros, mas fazemos nossas previsões baseadas nos possíveis cenários que imaginamos e com as informações que temos. Seguimos a situação brasileira há muitos anos, eu pessoalmente há seis anos, e acredito que conheço a economia brasileira bastante bem. Conhecemos bem os dados do Brasil".

Brasil só sai da crise com novas eleições, diz OCDE

 

   
 

Brasil só sai da crise com novas eleições, diz OCDE

By Brasil 24/7

Economista Jens Arnold, diretor da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), afirmou que, ...