8. Luís Filipe Maia,
Portugal
1. José Manuel Barbosa Alvares : barbosaalvares@hotmail.com
Los judios en el reino de Galicia
20 de Dezembro de 2002
Umha saudaçom.
Como o prometido é dívido, aqui envio a bibliografia do livro do que tinhamos
falado ao que diz respeito dos judeus na Galiza:
ÓNEGA, JOSÉ RAMÓN: Los judios en el reino de Galicia. Editora nacional.
Cultura y Sociedad. 1981.ISBN:84-931225-1-3
Pode pedi-lo a: Editora Nacional: Torregalindo, 10 Madrid-16 Espanha
Ou pedi-lo à livraria Torga de Ourense: http:///www.torga.net
Aqui tenhem-no seguro já que foi onde o procurei e onde o encontrei. *Cristobal Colón ¿judío gallego? (página 435 em adiante); *Marranos portugueses y relaciones con Galicia. (página 469 em adiante); *Linaje gallego del filósofo Baruch Espinosa. (página 485 em adiante); *E também há um capítulo que fala da origem galega e judia de Miguel de Cervantes Saavedra, mas nom escrevim a página, mas se você tiver o livro já o ia encontrar.
Ainda há um outro livro que tentei procurar do Salvador Freixedo sobre as origens galegas do Cristovao Colombo, que ainda nom localizei, mas sem
qualquer dúvida vou dar com ele.
&&& &&& &&& &&&, barbosaalvares@hotmail.com : Estudos Judaicos : Podem comentar o texto abaixo e me explicar a origem da língua sefaradi . Galega? Castelhana?
- José Manuel Barbosa Alvares
07 de Novembro de 2002
Sepharad é o nome judéu da Espanha e o sefardi ou sefardita é o nome que recebe a língua castelhana ou espanhola falada polos judeus expulsos da Coroa de Castela no ano 1492 polos Reis Católicos Isabel e Fernando. Hoje o djudeo-espanyolo como escrevem eles fala-se em certos lugares de Turquia, dos Balcans e do Norte de África, mas essa nom era a língua dos judeus galegos que quando fôrom expulsos do Reino da Galiza incluído na altura dentro da Coroa de Castela marchárom para alguns lugares da Europa onde só três anos depois chegaram os judeus portugueses. Holanda, Alemanha, Belgica, e algum outro país acolhêrom os judeus galegos que com o tempo acabárom por nom se distinguirem dos judeus portugueses. Ao final todos eram considerados judeus portugueses, e isso foi porque na Galiza falavam a mesma língua do que em Portugal com o qual a uniom e confusom foi muito fácil, mas como a
Galiza "nom existia" os judeus galegos também nom, só eram judeus portugueses de estranha procedência.
Em resumo, embora as autoridades espanholas, e mesmo galegas, levadas pola sua ignorância, digam que Ribadávia foi dos sefarditas, a realidade é que na Galiza nunca naquela altura ninguém falava sefardita, só o galego-português dos séculos medievais. Embora teimem as autoridades de Ribádavia em celebrarem umha festa o último fim de semana de Agosto chamada "Festa da Istória" (assim escrita por eles) na que todos vam vestidos à moda medieval e teimem por representarem as lojas onde se vendem doces como o leite frito, as torradas, os doces judeus, etc falando em espanhol medieval, a realidade foi muito diferente. Os judeus galegos nunca fôrom sefarditas e provavelmente hoje, os seus descendentes estejam
com a ideia que som descendentes dos judeus portugueses.
É mais umha forma de ignorarem a existência da Galiza.
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3. Margarida Castro, margaridacastro@ldc.com.br : Ribadávia na Galiza .
04 de Dezembro de 2002
Na encantadora Galiza, região autônoma da Espanha, assistimos ao surgimento de grupos que não temem as ameaças aos que defendem a cultura regional, mantendo o sonho literário e a defesa da língua galego-portuguesa. Estamos agora no município de Ribadávia que tem um intelectual comprometido com seu povo, Xosé Luís Chao Rey, uma figura cuja obra pela cultura galega, principalmente pelo teatro, tem sido estudada e discutida.
Pois na pequenina Ribadávia, no bairro medieval, com ruelas estreitas, casas escuras e vestígios do castelo dos outrora poderosos senhores, surgiu o grito em defesa do patrimônio cultural galego. Chao Rey é o líder do grupo que defende o renascimento da história da vila, que séculos atrás chegou a ser capital do reino. Este grupo fundou o Centro de Estudos Medievais, e por contarem com o apoio entusiasmado de galegos orgulhosos da suas tradições, conseguiram que a instituição passasse a ser modelo
internacional de muitas outras similares.
Ribadávia já foi centro do Congresso Internacional "Judios y Conversos en la Historia" , o qual trouxe para ali as maiores autoridades mundiais no assunto (www.redjuderias.org/itinerarios/ribadavia.html). E lá, todos os anos, no final de Agosto, ocorrem as Jornadas de Cultura Sefaradita , encenada por participantes locais, com interpretação de cantos populares sefaradistas, da liturgia dos judeus - espanhóis e cantorias típicas nas línguas sefaradi, galega e hebraica. É a judeidade medieval transplantada para a pequenina e bela Ribadávia! Um projeto original da Galiza que acolhe os falantes e cultores de um dos mais belos idioma dos judeus na diáspora,
uma das línguas românticas, hoje perigosamente a caminho da extinção.
Contudo, o idioma dos judeus expulsos do reino espanhol sobreviveu porque
seus descendentes o tornaram instrumento de uma literatura caracterizadora
de sua história.
Trabalho corajoso, o do grupo galego, por ter adotado a bandeira da construção do futuro junto com o resgate da memória, sentimento igualmente partilhado pela autarquia. Uma iniciativa que confirma sua cidadania universal e que fermenta, entre os munícipes, a vontade para outros empreendimentos. Porque um povo culto pode afrontar outros obstáculos e vencer. Cidades como esta não morrem!
&&& &&& &&& &&&jmanuel@outeiro.com : [agal] "declaración" contra lusismo
4. J. Manuel Outeiro,
radical
1 de Dezembro de 2002
Fonte: www.lavozdegalicia.es/inicio/noticia.jsp
"O Couto Mixto garda o compromiso co galego da Fundación Premios da Crítica"
-Dezasete institucións e 149 persoas, entre elas nove académicos, ratificaron a declaración a prol da lingua
-O antigo territorio independente foi escenario desta reivindicación milenaria.
(...) Xesús Ferro Ruibal foi o encargado de dar lectura á «Declaración de Compromiso coa Lingua Galega promovida pola Fundación Premios da Crítica». No documento Falamos unha lingua milenaria faise referencia á independencia e singularidade do
galego, a súa historia, á necesidade de asegurar o seu futuro e á aposta de traballar «por riba de ideais políticos e relixiosos para construir a Galicia do século XXI».
Asinantes
A declaración da Fundación Premios da Crítica é, como se asegurou neste acto de Santiago de Rubiás, de «compromiso coa lingua galega, de fe no seu futuro e de inequívoca afirmación da autonomía do galego fronte ó castelán e ó portugués
distanciándose así de todo tipo de lusismo radical ou progresivo e de todo tipo de pesimismo esterilizador».
Asinan o documento 17 institucións. Ademais das organizadoras aparecen na relación, entre outras, a Otero Pedrayo, a Lois Peña Novo, o Padroado Rosalía de Castro, Ir Indo ou o Liceo de Ourense. A título persoal asinan a declaración, entre outros,
Xesús Alonso Montero, Miguel Anxo Araúxo Iglesias, Manuel Bragado, Alfredo Conde, Xesús Ferro, Olga Gallego, Franco Grande, García Mañá, Constantino García, Manuel González, Luis González Tosar, Isla Couto, Neira Vilas, Helena Villar, Xesús Taboada Cid ou Antón Pulido, entre outros.
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5. Manuel de Sousa, manuel.sousa@exponor.pt :Os galegos e o galego
18 de Novembro de 2002
Caro José Manuel,
Infelizmente não há da parte da maioria dos portugueses uma percepção clara da íntima relação cultural entre a Galiza e Portugal. Consideram a Galiza diferente do resto de Espanha, é uma região mais "portuguesa", dizem, onde
as pessoas falam mais "à nossa moda". Mas pouco mais.
Por outro lado, da parte do poder central há actualmente uma óptima relação com Madrid. Retirando o período da união ibérica (1580-1640) nunca na nossa história fomos tão amigos. É claro que isto só se entende no contexto da União Europeia e no facto de Portugal se ter que unir a um país mais forte mas com interesses, em muitos aspectos (mas nem sempre!), coincidentes, para dar mais força às suas posições.
Por conseguinte, qualquer acto de hostilidade em relação a Madrid é de evitar. Bem basta a questão do basco Telletxea, refugiado em Portugal desde 1994, e que Madrid constantemente exige a extradição (embora sem êxito!).
Quero com isto dizer, para além de mensagens de solidariedade, não esperem grande apoio vindo de Sul do Minho...
Se quiser a opinião de uma pessoa que, como já pôde ver, acredita na comunhão da língua, mas tem os pés assentes na terra, visto de fora não é evidente a própria individualidade linguística da Galiza. Eis algumas situações que, quem vem de fora, rapidamente verifica:
1. Grande parte dos galegos, principalmente os das cidades, prefere o castelhano ao galego.
2. Os principais jornais da Galiza ("La Voz de Galicia", "Faro de Vigo", "La Region", entre outros) são escritos em castelhano.
3. À excepção da TVG, as televisões vistas na Galiza são em castelhano. Os filmes nos cinemas são, regra geral, dobrados em castelhano. Bem como quase todos os livros em quase todas as livrarias.
4. E, para agravar tudo isto, ainda existem diferentes versões do galego ou, pelo menos, da sua grafia. Normalmente vê-se "Galicia" mas, às vezes, "Galiza". Umas vezes vê-se "A Coruña", outras vezes "A Cruña", outras também
"Corunha" e há ainda o alcaide da própria cidade que prefere "La Coruña"!
Eu sei que há justificações para isto. Eu sei que o galego cedeu terreno ao castelhano nas grandes cidades há já muitas décadas; eu sei que a Galiza está integrada no Estado Espanhol e que todas as pessoas adultas foram alfabetizadas em castelhano; eu sei que há diferentes normas dentro do galego (ILGA-RAG ou galego oficial, AS-PG ou mínimos, AGAL ou máximos, etc., etc.).
O que resulta para fora é uma imagem de grande confusão!
Como é sabido, Portugal não tem quaisquer pretensões territoriais sobre a Galiza ou sobre qualquer outro território, excepção feita a Olivença que consideramos ilegalmente ocupada por Espanha desde 1801 (mas, mesmo neste
caso, o diferendo fica mais pelos princípios do que pelas acções). No entanto, creio que o governo português poderia ter um papel activo junto de Madrid se houvesse na Galiza unanimidade acerca da língua galega como sendo
tão-somente uma variante do português, como é o português do Brasil, por exemplo.
Iniciativas como a normalização da grafia pelo trabalho conjunto da academia galega com as academias portuguesa e brasileira, a adopção de programas curriculares idênticos no domínio da língua materna, eventualmente dos
mesmos manuais escolares nos primeiros anos de escolaridade, intercâmbios de estudantes, edição conjunta de livros, extensão de canais de televisão a um e a outro território, etc., etc. - Poderíamos estar aqui o resto do dia a
escrever sobre o que poderia ser feito!
Mas, para que isso tudo acontecesse era necessária uma maior assumpção da galeguidade por parte de amplos sectores da população galega. O que, na minha opinião, está longe de acontecer.
Acho que antes de buscar responsáveis pela situação em que se encontra o galego fora, há que buscá-los dentro da própria Galiza. O apoio de fora poderá vir ou não mas, antes de mais, há que contar com nós próprios...
É que certamente ninguém olhará tão bem pelos do interesses do galego como os próprios galegos!
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6. Daniel Cunha ,
no Brasil
22 de Novembro de 2002
Margarida,
Aqui vai a lista, com as cores da bandeira, dos estudiosos da língua e cultura galegas que atuam na melhor publicação dentre as universidades brasileiras sobre o assunto.
Um abraço, Daniel
Lista de colaboradores do Centro de Estudos Galegos da Universidade Federal
Fluminense
Astrid CABRAL – Escritora amazonense radicada no Rio de Janeiro.
Alfredo MACEIRA RODRÍGUEZ – Professor da Escola de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Carlos Paulo MARTÍNEZ PEREIRO – Professor de Filologia Portuguesa da Universidade da Coruña.
Cleudene de Oliveira ARAGÃO – Professora de Língua e Literatura Espanhola e Hispano-Americana Da Universidade Estadual do Ceará.
Dalma Braune Portugal do NASCIMENTO – Professora de Teoria Literária e Literatura Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (aposentada).
Délia CAMBEIRO – Doutoranda em Literatura Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Elena PÁJARO PERES – Mestranda em História Social da Universidade de São Paulo.
Flávio GARCIA – Professor de Língua e Literatura Portuguesa da Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Francisco SINGUL LORENZO – Historiador da Consellería de Cultura da Xunta de Galicia.
Gonzalo ARMÁN – Escritor galego radicado no Rio de Janeiro.
Ida Maria Santos Ferrreira ALVES – Professora de Literatura Portuguesa da Universidade Federal Fluminense.
José Carlos BARCELLOS – Professor de Literatura Portuguesa da Universidade Federal Fluminense.
Leila Rodrigues ROEDEL – Professora de História Medieval da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Lênia Márcia de Medeiros MONGELLI – Professora de Literatura Portuguesa da Universidade de São Paulo.
Luís Flávio SIECZKOWSKI – Doutorando em Literatura Portuguesa da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Maria Alice AGUIAR – Professora de Literatura Brasileira da Faculdade de Formação de Professores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Maria del Rosário Suárez ALBÁN – Professora de Lingüística e diretora do Centro de Estudos da Língua e da Cultura Galegas da Universidade Federal da Bahia.
Maria do Amparo Tavares MALEVAL – Professora de Literatura Portuguesa e Galega da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e diretora do Núcleo de Estudos Galegos da Universidade Federal Fluminense.
María Xosé QUEIZÁN – Escritora e professora galega, natural de Vigo, onde leciona no Instituto de Bacharelato "Alexandre Bóveda".
Nélida PIÑON – Escritora descendente de galegos, residente no Rio de Janeiro, professora de Humanidades da Universidade de Miami e Presidenta da Academia Brasileira de Letras (1996 – 1997).
Reynaldo Valino ALVAREZ – Escritor carioca descendente de galegos.
Rodolfo ALONSO – Escritor argentino descendente de galegos.
Sérgio Nazar DAVID – Professor de Literatura Portuguesa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Sérgio ELIA – Professor (aposentado) de Lingüística da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Faculdade de Humanidades Pedro II.
Tereza Cristina Meireles de OLIVEIRA – Professora de Literatura Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Yara Frateschi VIEIRA – Professora de Literatura Portuguesa da Universidade de Campinas (aposentada).
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7.
Orlando Azevedo , orlando.delfim@mail.telepac.pt : Um Iberismo Diferente (CONCORDA COM ESTA OPINIÃO?) –Ver texto de Vamireh Chacon no final desta comunicação
02 de Novembro de 2002
1. O autor fala em "Hispanidad", conceito totalmente ultrapassado hoje. Hoje, falamos em Portugal de "Europeísmo", por um lado, quando nos referimos à integração de Portugal na União Europeia (que inclui a Espanha), e de Lusofonia por outro lado, no que respeita à Universalidade da Língua Portuguesa.
2. O autor constrói uma autêntica "sopa de pedra" de conceitos diferentes e até contraditórios que visam sustentar a ideia do Iberismo. Numa altura em que os Bascos, Catalães e Galegos querem mais autonomia política (senão a própria independência), é ridícula a ideia de um Iberismo político.
3. O Iberismo cultural é o que é : algumas raízes comuns em árvores que cresceram com formas e folhagens diferentes e que deram frutos distintos, para bem da diversidade cultural universal.
4. A Lusofonia é uma cadeira de três pés, estável : Portugal, Brasil e PALOP's. O Brasil desempenha um papel importante na trilogia da universalidade da língua, e não me admira que seja do Brasil que surjam hoje ideias e correntes a favor da "Hispanidad" e "Iberismo", porque dada a importância do Brasil na Lusofonia, é já e será cada vez mais, o alvo preferencial dos detractores da ideia lusófona.
Um Iberismo Diferente* por Vamireh Chacon
Portugal, Castela e Galícia já estiveram mais próximos entre si. Descendendo do tronco comum, era normal, até o século XVI e um pouco além, época da descoberta e início da colonização brasileira, seus poetas se expressarem nos três idiomas simultâneos: Camões escreveu versos em castelhano, Cervantes em português, ambos em galego. Gil Vicente em maior escala ainda que os outros.
De Camões guardam-se poemas, em que chega misturar as duas línguas:
"Vida que a alma entristece
Em que toda a dor consiste,
El dia que hade ser triste,
Para mi solo amañece".
O português Oliveira Martins, quem melhor entendeu a necessidade de ressurreição e expansão do Iberismo, antes de defini-lo, analisou seu itinerário: "O antigo Reino de Leão-Castela que, completada a Reconquista, encorporado o Aragão e a Navarra, nas mãos de Fernando e Isabel, se passou a chamar a Espanha, definindo assim o pensamento da unificação peninsular, que Felipe II julgou ter consumado: esse Reino tem decerto o ideal da unidade: tradição não a pode ter".
Com efeito, os particularismos dos foros e das culturas acabaram confederando-se mais na prática, que na teoria. Donde, a sua resistência à síntese final.
A inabilidade do neto de Felipe II, último beneficiário da herança castelhana de derrota portuguesa em Alcácer Quibir em 1578, pôs tudo a perder em 1640: "O dualismo restaurado em 1640 nem se parece com o de Aviz, pois assenta sobre a idéia de oposição, quando aquele se apoiava na de cooperação com a esperança mais ou menos vaga da unidade; e muito menos pode parecer-se com o sistema anterior a 1383, pois ainda então não havia na Espanha dualismo, mas um feixe de Estados mais ou menos autônomos, incluindo até os muçulmanos".
Para sobreviver, nos séculos XVII e XVIII, Portugal teve que recorrer à proteção britânica. Com a invasão napoleônica rompendo o precário equilíbrio, ressurgiu o Iberismo rejuvenescido. Prossegue Oliveira Martins: "Depois, o estabelecimento das duas dinastias liberais pela quádrupla aliança das nações peninsulares e da Inglaterra e França, afastou as idéias de união, até que a Revolução de 1868 de novo as tornou a trazer para a tela política". Quando então a Espanha quis retornar à Monarquia, convidou o Rei de Portugal, Dom Luís, que preferiu recusar: "Português nasci, português quero morrer". Como se a união entre Lisboa não pudesse ter sido pessoal e dual.
De qualquer modo, passou o tempo em que estes assuntos se resolviam por arranjos dinásticos. O Iberismo assumiu uma dupla fisionomia: ou a confederação portuguesa-espanhola, ou os "Estados Unidos Ibéricos (sic!), dando-se autonomia federal aos velhos Reinos da Espanha, um dos quais seria Portugal".
As propostas multiplicaram-se, confundiram-se, transformando o Iberismo num "labéu", mostra ainda Oliveira Martins, "fazendo crer que no meio de um ódio universal à Ibéria, todos em Portugal são ibéricos!".
Nada disto desanimou Oliveira Martins, apesar de todas as incompreensões: "A ambição, porventura quimérica, do meu espírito é a liga de todos os povos que falam castelhano e português: a liga ibérica, ou hispânica, de todos os descendentes de nossas duas nações". "De um extremo a outro extremo da terra, em toda a sua máxima circunferência, a face e a fala hispânicas imperam em domínio onde ainda hoje nunca o sol se apaga". "O corpo gigantesco do nosso Império jaz por terra inerte, mas respira ainda, a espantar de novo a História com a grandeza das suas façanhas".
Não só o menor Portugal tem prudência quanto à união ibérica, também a maior Espanha, no melhor de ambos. É o caso ainda de Ángel Ganivet concluindo, pesaroso embora realista: "Faz tempo que a mim também entristecia ver o mapa da nossa península tinto por duas cores distintas; direi mais, minha tristeza aumentava, vendo que a divisão da península era de cima para baixo, cortando montanhas e rios, e formando duas nações incompletas".
"Mas depois de ter visto tantas uniões artificiais, mudei de opinião: se tínhamos de estar unidos – como a Inglaterra e a Irlanda, como a Suécia e a Noruega, como a Áustria e a Hungria – mais vale que prossigamos separados e que esta separação sirva, pelo menos, para criar sentimentos de fraternidade, incompatíveis com um regime unitário violento".
"A verdadeira Ciência Política não está nestes artifícios; consiste em trabalhar com perseverança, para que a própria realidade, aceita integralmente, rume ao futuro, avançando e não retrocedendo, na direção da solução que pareça a mais lógica. Este é o único meio, que tem o homem de influir proveitosamente no desenvolvimento dos fatos históricos: conhecendo a realidade e submetendo-se a ela, sem pretender confundi-la, nem burlá-la".
O realismo pode excluir o sentimentalismo, porém não o sentimento. Daí a continuidade do amor espanhol por Portugal, tanto no andaluz Ganivet, quanto no basco Unamuno, no galego Madariaga e no castelhano Sánchez-Albornoz.
Confessava Unamuno que fazia pelo menos uma viagem por ano a Portugal, sempre voltando tocado por este "povo sofredor e nobre". Sua admiração se concentrava em Teixeira de Pascoaes, Antero de Quental ("na Espanha não há nada que se lhe pareça") e Guerra Junqueiro, "o primeiro dos poetas portugueses de hoje e um dos maiores do Mundo".
E sobre a fraternidade das duas línguas: "Cervantes disse do idioma português, que é o castelhano sem ossos e, retrucando-lhe, caberia dizer que o castelhano é o português ossificado". "Saudades, soturno, luar, nevoeiro, mágoa noivado... vozes cuja alma é intraduzível". "Para nós há nele algo juvenil...".
A raiz desta empatia se comunicava mais diretamente com o popular, que se pode imaginar, se fosse levado em conta apenas o intimismo crescente do pensamento unamuniano. Sucede ter este começado pelo Socialismo, conforme se vem descobrindo em recentes pesquisas, sobre o jovem Unamuno quase esquecido...
É bem verdade que se tratava de um Humanismo social, ético, pacifista e anti-estatal numa linha quase tolstoiana, pós a leitura de heterodoxos marxianos e liberais, mas, de qualquer modo, nunca seria esquecida a generosidade do impulso de juventude, pelo maduro e velho Unamuno. Um escritor soviético, do porte de Ilya Ehrenburg, compreendeu sua grandeza e seu dilema, ao considera-lo uma terra de ninguém, "no man´s land", no fogo cruzado das contradições não resolvidas, embora carregadas heroicamente.
Daí a sensibilidade diante do social, acompanhando Unamuno pela vida afora, levando-o a dizer em Solilóquios y conversaciones: "Em primeiro lugar, o que um cidadão necessita ter é Civismo e não pode haver pátria, onde os cidadãos não se preocupem com os problemas políticos". E En torno al Casticismo: "Poucas verdades mais profundas que a de que, na hierarquia dos fenômenos sociais, os econômicos são os primeiros princípios, os elementos".
Por isto, quando surgiu o Fascismo, sobretudo nazista, Unamuno não vacilou em condená-lo: "Emblema racista, e do mais bárbaro e inculto Racismo, do Racismo xenófobo e antisemita, é a suástica, a cruz dissimulada, na Alemanha e na Áustria, entre os povos germânicos" (Visiones y comentários).
O mesmo calor humanista aqueceu os liberais Cláudio Sánchez-Albornoz e Salvador de Madariaga, nas suas visões do Iberismo.
Sánchez-Albornoz, o último Presidente da República espanhola no exílio e distinguido historiador, lembrava que "a divisão da península acarretou muitas misérias a todos os peninsulares". Concluindo: "Nossa divisão será, um dia, superada, embora pareça hoje impossível. Há muitas flexíveis fórmulas políticas, para alcançar-se o futuro entendimento dos povos hispanos".
A história não se fez à base de "ses", mas, mesmo assim, se a Espanha não tivesse Madrid como capital e sim Barcelona ou Lisboa, como não seria hoje diverso o mapa do Mediterrâneo ou o da América Latina?...
Para superar tal pergunta, a Constituição de 1978 determinou, no seu item 3 do art. 11, que "O Estado (espanhol) poderá estabelecer tratados de dupla nacionalidade com os países ibero-americanos, ou com aqueles que tiveram, ou tenham, uma vinculação particular com a Espanha". Tenta-se assim substituir a "Hispanidad" de Ramiro de Maeztu, abusada por Franco, pelo Ibero-americasnismo democrático, prolongamento do Iberismo a renovar-se.
Nesta linha, o General Gutiérrez Mellado, primeiro Ministro da Defesa, afirmava em discurso oficial, na qualidade de representante na festa da Independência do México, em 16 de setembro de 1977: "A vertente ibero-americana constitui um dos eixos vitais da política geral do governo espanhol".
Tentando converter a teoria em prática, o diplomata Salvador Bermúdez de Castro reconhecia, logo de início, as limitações decisivas impostas à antiga "Hispanidad" pelas circunstâncias políticas do após-guerra e do contexto interno espanhol. Para superá-las, deveria surgir uma fiel observância ao "princípio de credibilidade" nos novos princípios e ao de "continuidade" na nova ação.
Para consumá-los, caberia a concentração em três "eixos conceituais": a Espanha, ou melhor, a Hispania depurada, enquanto "vínculo" comum entre a
península e a América ibérica; a Espanha como "ponte" entre os dois Mundos e a Europa; a Espanha unindo-se ativamente à "integração" da Ibero-América.
O instrumento básico, para a concretização destes objetivos, seria, no lugar do antigo Instituto de Cultura Hispânica, o Centro Ibero-americano de Cooperación, subdividido num Departamento de Documentação e Pesquisa, num de Cooperação Econômica e Financeira, e noutro de Cooperação Cultural e Científica.
Assim o trabalho receberia nova sistemática e renovado impulso. As mudanças internas, na Espanha, e as mundiais, sobretudo na Ibero-América, propiciam este outro aspecto da experiência espanhola, vista na perspectiva da sua política externa.
Salvador de Madariaga, outrora Embaixador da República espanhola em Washington e na Liga das Nações, durante os difíceis anos de Guerra Civil, previu no seu livro España, escritos no fragor daqueles acontecimentos, que seu país poderia deixar de ser uma anomalia num momento de Federalismo democrático europeu, "que estabilizasse seu próprio Governo livre".
Seria uma integração por círculos concêntricos, à base da auto-determinação dos povos. Neste ponto os portugueses têm razão em precaver-se, na expectativa da confirmação do Confederalismo europeu e ibérico, contanto que a prudência não se transforme em imobilismo.
Isto é sobretudo verdade, enquanto o País Basco, por exemplo, não deixar de ameaçar transformar-se numa espécie de Ulster ibérico, com sua ETA se assemelhando ao IRA, inclusive gozando de refúgio e reabastecimento fora das suas fronteiras.
Difícil problema, este, o basco.
Última cultura neolítica, falando o idioma do Homem de Cromagnon, sem qualquer parentesco nem com os celtas, romanos, visigodos ou árabes, foi redescoberta durante a primavera das nacionalidades, em fins do século passado e começos do atual. Sabino Arana Goiri, nascido em 1865 de família carlista, lança o movimento através do jornal Biskaitarra e da revista Euskadi, surgidos em 1893.
Só os tradicionalistas intransigentes o acompanharam. Mesmo um basco, tão cioso das suas origens como Unamuno, então Deputado constituinte em 1931/33, propunha a oficialização e que ninguém se visse a usar línguas "regionais"(sic), reduzidas ao facultativo. O que não impediu a estranha fusão do populista-reacionário Carlismo com o Trotzkysmo-Maoismo na ETA, que intimida, mas não consegue a adesão nem das massa, nem da classe média bascas.
Mas a superação do separatismo catalão representou um grande passo, nesta nova fase de integração, dada a importância econômica do arco em torno de Barcelona. Avanço devido em parte ao líder liberal Josep Tarradellas, moderado continuador do Catalanismo. O que faz lamentar não ter ainda Bilbau encontrado seu caminho integrador, apesar do seu peso industrial e financeiro. Enquanto a Galícia já conseguiu impor-se na península, forte unida, fraca dividida.
Contribuindo para a convergência, a Constituição espanhola, de 1978 fala em "Comunidad Histórica" (no seu artigo 56), prolongando-se no Além-Mar.
E que fazemos, então, nós brasileiros, diante dos vizinhos hispano-parlantes e dos africanos lusófonos, quando até Franco manteve o reconhecimento da Cuba fidelista e teve sua morte reverenciada com luto oficial em Havana?...
* In A Experiência Espanhola, de Vamireh Chacon, Universidade de Brasília, 1979.
&&& &&& &&& &&& lfilipe.maia@netcabo.pt : A Galiza e a Fundação de Portugal
8. Luís Filipe Maia,
27 de Dezembro de 2002
PRÉ-HISTÓRIA.
>
> Nada se sabe dos homens paleolíticos da parte NW da península ibérica,
> só que as sua vidas estavam orientadas à caça, à pesca e ao marisqueio.
> No neolítico sabe-se da tentativa de domesticar a natureza e os animais
> originando-se com isso a ganadaria e a agricultura, assim como a criaçom dum
> mundo espiritual que se manifestava nas construçons megalíticas das que as
> antigas GALLAECIA e LUSITÂNIA estám cheias. Som as famosas antas, mámoas e
> as pedras fitas tam conhecidas polos nossos paisanos.
> No Calcolítico temos o nascer da metalurgia proveniente do Sul e baseado
> na minaria do estanho, o cobre e o chumbo, matérias primas que dam entrada a
> umha nova época de viagens comerciais por terra e por mar comunicando o
> ocidente peninsular com as ilhas Britânicas, ocidente da actual França e
> mais para o Norte. A sociedade começa a negociar devido ao surgimento dum
> comércio a maior escala do que até agora se tinha dado.
> Estas técnicas metalúrgicas fam evoluir o ser humano e a sua forma de
> entender a vida. O nascimento do bronze e a sua difusom leva a contactos
> entre povos de diversas zonas e a migraçons na busca de terras ricas em
> minerais assim como na busca do domínio das terras por meio da guerra donde
> colhe grande consideraçom a figura do guerreiro.
> Com a chegada dos celtas que se assentam na zona centro-ocidental e NW
> da península começa o surgimento tanto material como espiritual do que mais
> tarde serám chamadas GALLAECIA e LUSITÂNIA mas será na Idade do Ferro quando
> a chamada cultura castreja vai colher importância. Aliás, o comércio polo
> Atlântico para Norte assenta as relaçons e comunicaçons com a Irlanda e a
> Gram-Bretanha, assim como com a Bretanha armoricana. Os autores clássicos
> começam a referir-se a estas terras do NW peninsular como umhas terras
> longínqüas e ignotas cheias de riquezas materiais e mistério.
>
> IDADE ANTIGA.
>
> Com a chegada dos Romanos, chega a história para os povos do ocidente
> peninsular. Um desses povos, os CALLAICOI, situados na foz do Douro vam-lhe
> dar nome a todo o território ao norte deste rio, enquanto no sul vam ficar
> os chamados LUSITANOS (nome derivado do deus celta LUG-LUGSINA) num
> continuum étnico-lingüístico que abrangeria terras da actual Estremadura
> espanhola. Após grandes guerras e grandes batalhas, como a batalha do Douro
> na que segundo os romanos morreram 60.000 galaicos fazendo passar o Douro
> vermelho do sangue dos soldados mortos, a parte ocidental da península fica
> incluída no império romano. Ainda nos anos finais do primeiro século antes
> de Cristo, a resistência do monte Medúlio (provavelmente nas chamadas
> actualmente Médulas de Caruzedo, no Leom de fala galego-portuguesa) onde os
> guerreiro galaicos ali cercados acabárom suicidando-se dizem claramente dos
> sofrimentos dum povo que luitou pola sua independência.
> Toda a faixa ocidental foi incluída dentro da Hispânia ulterior para
> posteriormente ficar dividida polo Douro. Ao norte os galaicos e no sul os
> lusitanos.
> A romanizaçom vai trazer consigo a entrada da língua latina, o direito
> romano e a nova religiom romana, assim como umha rede viária e de obras
> públicas que vam comunicar todo o império, mas os povos galaicos seguem com
> a sua economia tradicional baseada na agricultura, actividades marisqueiras,
> pesca, ganadaria, metalurgia e cerámica, assim como a sua organizaçom em
> ³Gens² e em ³Gentilitas². Os romanos dividírom os galegos em três ³Conventus
> Jurídicus²: O bracarense, o lucense e o asturicense baseando-se em divisons
> anteriores. Assim, seguindo o estudioso galego-argentino Higino Martins: o
> ³Conventus lucense² corresponderia-se com o céltico ³Onaikos Ártabron² ou
> assembleia do norte; o ³Conventus bracarense² seria o ³Onaikos Grówion² ou
> assembleia da terras quentes ou do sul e o ³Conventus Asturicense² que
> corresponderia ao ³Onaikos Austuron² que seria a assembleia do leste
> (Austuroi tem a mesma etimologia do que Áustria, quer dizer ³o leste²).
> A final do império, o cristianismo vem mudar as mentalidades dos
> galaicos e Prisciliano vem deixar a sua pegada na nova espiritualidade até o
> ponto de que o sentimento mágico-místico anterior ao cristianismo pervive
> ainda hoje na Galiza e no Portugal actuais. A figura de Prisciliano foi de
> muita importância no cristianismo galaico-lusitano nascente mas a igreja
> tentou ocultar e mesmo manipular a sua figura já desde aquela altura. Mesmo
> existe a suspeita baseada em muitos dados que na actual Compostela nom estám
> os restos do Santiago que conhecemos como discípulo de Jesus-Cristo, mas do
> heresiarca Prisciliano decapitado em Triers no 395 e trazido à Galiza polos
> seus seguidores.
>
> IDADE MÉDIA
>
> A queda de Roma nas maos dos povos vindos da Germânia tem como
> protagonista aos Suevos na GALLAECIA criadores do primeiro Estado europeu
> organizado após o império romano ter caído. Os Suevos ficárom assentados na
> GALLAECIA e parte da LUSITÂNIA graças à ³hospitálitas² e por meio dos
> ³foedus² chegando com o tempo a fazer parte do povo galego e aceitando o
> cristianismo romano à vez que se organizavam no primeiro ente
> político-administrativo e territorial com leis e reis próprios desde a queda
> dos romanos. O novo reino suevo-galaico no princípio buscava para além do
> assentamento, a expansom o que obrigava aos romanos a buscarem aliados nos
> visigodos com o fim de expulsarem da península a aquele povo vindo do centro
> da Europa. É nesta época quando chega da Panónia o que logo será o bispo
> Martinho de Dume, cuja actividade apostólico-política vai ter umha expressom
> positiva. Cria-se segundo o ³Parochiale Suevorum² a divisom da GALLAECIA em
> freguesias ou paróquias, que actualmente tem personalidade jurídica própria
> em Portugal e que na Galiza actual é a divisom natural do território,
> reconhecida no Estatuto de Autonomia da Galiza mas após vinte anos de
> governo autónomo ainda sem materializar e sem desenvolver.
> No ano 585 os visigodos conquistam a GALLAECIA incorporando-a à
> autoridade de Toledo embora com umha autonomia grande a respeito do centro
> peninsular, com umha administraçom própria, e com a sua personalidade
> política. Com este respeito dos visigodos polo reino suevo-galaico tentavam
> um controlo mais eficaz e pacífico do país de tal forma que nom houvesse
> possibilidade de que ninguém na GALLAECIA sentisse a necessidade da
> secessom; assim os reis visigodos associavam os seus herdeiros nas tarefas
> administrativas em qualidade de autênticos vice-reis da GALLAECIA ficando
> com ela identificados e fazendo que o povo galaico também sentisse como seus
> aqueles futuros reis.
> É nesta época quando o Sam Frutuoso de Braga, nascido no actual Berço
> leonês de fala galego-portuguesa, cria as primeiras regras do monacato
> galego.
>
> OS MUSSULMANOS
>
> No ano 711 os mussulmanos conquistam a península, excepto as zonas
> montanhosas do norte. A sua importância é grande do ponto de vista do
> caminho histórico que se vai seguir e há que ter em conta também que esta
> ocupaçom acabou com o Estado Visigodo embora eles próprios se considerassem
> os legítimos herdeiros políticos dos reis de Toledo, mas embora se nos tenha
> falado, segundo as fontes tradicionais de despovoaçons e repovoaçons há que
> dizer primeiramente que os mussulmanos nem buscárom o assentamento na
> GALLAECIA, nem chegárom a exercer umha pressom constante nem devastadora
> sobre a populaçom galaica. Esta estava dispersa no campo e nom era
> susceptível de sofrer quebranto substancial. A chegada dos atacantes
> safava-se com a fugida ao monte ou afastando-se das suas rotas.
(LM)-D-Curiosamente, em 711, os muçulmanos entraram na Península Ibérica, por convite.Rigorosamente para resolverem uma questão dinástica no reino visigótico e se outras tentativas em anos anteriores não tinham sido bem sucedidas, desta feita na Batalha de Guadalete derrotam as hostes visigóticas do rei Roderico.
Essa vitória abre as portas da Península, seguindo-se Medina Sidónio, Sevilha, Mérida e toda a restante Península com exepção das Asturias ao norte do que hoje é a actual Espanha.
Reconquista rápida, até acontecer a primeira derrota em 718 em Cangas de Onis.
Pelágio o comandante desse reino visigótico asturiano, inicía a fase da reconquista cristã na Península Ibérica.
> As chamadas repovoaçons nom fôrom tal, fôrom porem, umha má traduçom dos
> verbos latinos DEPOPULARE e POPULARE que etimologicamente significam
> devastar e organizar, sem significaçom demográfica. Nom houvo colonizaçom
> nem autêntica ocupaçom árabe-bereber porque na GALLAECIA nom houvo vazio
> demográfico, nem umha organizaçom mussulmana realmente estável já que as
> estruturas básicas anteriores nunca interrompérom o seu funcionamento. A
> chamada reconquista foi na GALLAECIA umha reorganizaçom administrativa com
> um poder centralizado pola nobreza e representado pola monarquia e a igreja.
> Eram portanto os nobres por ordem do rei ou do clero os que tinham de
> reordenarem e controlarem o território.
(LM)-D-Em boa verdade a permanência muçulmana na Galiza, é curta, a reconquista cristã é relativamente rápida. Em 739, Afonso I o Católico alargou-a à Galiza e ao Douro.Esta nota é importante para salientar, que nunca mais estas regiões foram "afectadas" pela influência muçulmana, em oposição ao que aconteceu em mais de metade do actual território português, cuja importância será bem evidenciada em épocas que se irão seguir
> Economicamente foi um passo atrás e a insegurança criou umha complexa
> rede de relaçons feudo-vassaláticas organizando-se a sociedade nos três
> estamentos platónicos: bellatores, oratores et laboratores. A quebra da
> super-estrutura política fai ressurgir formas de organizaçom populares
> básicas e tradicionais perviventes de época pré-romana.
> Com a chegada dos mussulmanos à península, esta ficou dividida em quatro
> entidades segundo as fontes da época: a Marca hispânica dos francos ao sul
> dos pireneus; os territórios bascos, a SPÁNIA, assim chamada polos próprios
> cronistas andalusis, e governada polos mussulmanos, herdeira dos visigodos;
> e a GALLAECIA, quer dizer, o território que ocupava o espaço da tradicional
> GALLAECIA romana, sueva e visigótica. E assim se vai denominar de agora em
> adiante nas crónicas árabes e norte-europeias, e mesmo nos documentos
> cristaos (veja-se por ex. num privilégio do Afonso VI no 1088: ³Regnante
> Adephonsus Victoriosissimo Rege in Toleto, et in Hispania et Gallaetia...²);
> nunca chamada Astúrias ou Leom, términos vazios de quaisquer significaçom
> política num começo.
> .Entre 711 e 813
>
> Começa a reorganizaçom do território cristao desde as velhas estruturas
> e a partir do poder local. Igreja e senhores territoriais som as bases para
> gestar um poder superior que se vai conformando sob a figura dos reis
> sediados nas montanhas astures podendo considerar este período até o 813,
> data do ³descobrimento² do sepulcro do Apostolo.
> O aparelho estatal é débil à vez que a sua autoridade ainda nom é
> plenamente reconhecida.
>
> .Entre 813 e 910
> Nesta etapa assenta-se e consolida-se o Estado no institucional e no
> territorial já que neste momento, e umha vez tomada Coimbra, a extensom do
> reino é a mesma do que a do reino Suevo acrescentando-se-lhe a costa
> cantábrica até o território dos bascons. O território da primitiva Castela
> surge vinculado a Pamplona como um território povoado por montarazes bascons
> de fala romance.
> Com o Afonso II (792-842) cria-se a sé apostólica de Compostela
> reforçando-se umha monarquia bicéfala com o centro político em Oviedo e o
> poder religioso em Compostela em estreita colaboraçom.
> Desde o 850 ao subir ao trono Ordonho I fica fixado o sistema de
> sucessom hereditária da Coroa. No 878 toma-se Coimbra e recuperam-se as
> fronteiras do reino Suevo, mas há que deixar claro que na mente destes reis,
> e de toda a gente desta época, estava a conformaçom territorial herdada de
> épocas anteriores e com clara consciência de estarem governando umha
> GALLAECIA medieval embora a capital fôr em território astur, que por ser
> astur, era por isso galaico, como o era em épocas anteriores. A recuperaçom
> da GALLAECIA na sua totalidade nom impede que a aristocracia moçárabe tenha
> menor poder, mas ao contrário, eles opunham-se ao poder sediado no norte e a
> um episcopado centralizado em Compostela.
>
> Entre 910 e 1037
>
> Ao crescescerem os territórios do Christianorum Regnum ou Gallaeciense
> Regnum, as diferenças entre as classes dominantes e entre os territórios
> vam-se fazendo mais evidentes. Essas diferenças coincidem basicamente com os
> três históricos Conventos jurídicos romanos, onde se vam ir gestando
> projectos políticos diferentes. As primeiras tentativas de secessom vam
> aparecer ao redor da nova Corte criada no 910 em Leom, tentando converter em
> reino o âmbito administrativo da ³sede regia legionense² abrindo-se um tempo
> de inestabilidade na que a Galiza Compostelana vai pouco a pouco fazendo-se
> depositária exclusiva do nome de ³GALIZA².
> À morte do Afonso III a zona leonesa fica separada do resto da GALLAECIA
> até que o rei Ordonho II coroado no 910 em Compostela acaba por reunificar
> todo o território quatro anos mais tarde e estabelecendo a sua corte em Leom
> para evitar movimentos secessionistas.
> O filho do Ordonho, Sancho, vai ver reproduzidos estes factos até que o
> seu irmao Ramiro II governador da region bracarense reunifica outra vez toda
> a GALLAECIA sob o seu poder régio. Mais umha vez Vermudo II coroado rei em
> Compostela vai ter que reunificar mais umha vez todo o território.
> É nesta época quando as tensons som mais graves o que facilita a perda
> de Coimbra no 988 mas o posicionamento unitário da dinastia galega acaba
> impondo-se até que no 1037 acaba com a morte do Vermudo III nas maos do seu
> cunhado o Conde de Castela Fernando, marido da herdeira do império, Sancha,
> a irmá do Vermudo.
>
> .Entre 1037 e 1092
>
> O marido da Sancha, Fernando sobe ao trono encontrando-se com muita
> oposiçom e com um território, Castela, que se soma à Coroa. Fernando
> consolida e fortifica o reino e toma o nome de imperador da Hispânia o que
> lhe daria supremacia sobre os outros territórios peninsulares cristaos e
> mesmo mussulmanos.
> À sua morte separam-se a Galiza Compostelana com Portugal, Leom e
> Castela. Garcia o seu filho menor governará a Galiza até o Mondego com os
> reinos vassalos de Badalhouce e Sevilha. Aqui o entendimento entre os nobres
> é débil, sobre todo por parte dos nobres portucalenses que anunciam a futura
> secessom.
> Garcia foi destronado polo seu irmao Afonso de Leom que se fai com toda
> a Coroa e mesmo conquista Toledo no 1085 que por ser a histórica capital dos
> visigodos e a histórica primada da Hispânia colhe força em detrimento de
> Compostela que à sua vez briga com Braga poloa supremacia da Galiza.
(LM)-D-Para além das disputas religiosas pelo predomínio na Galiza, entre Compostela e Braga e em toda Hispânia entre Compostela e Toledo, que se desenvolverão mais abaixo, é importante resumir a questão religiosa e os problemas que se lhe deparam, para que se perceba a influência determinante da Abadia de Cluny nos rumos da cristandade em garal e na Península Ibérica em particular.
A perda da autoridade papal, que se acentuara em grande parte do sec.XI com a questão das investiduras e a subjugação à coroa alemã, era uma questão crucial na altura.
Muito genericamente as investiduras, consistiam na autoridade de "investir" bispos, cardeiais e inclusivamente os próprios Papas, atribuidas a poderes laicos, como vinha acontecendo pela coroa alemã.Apenas em 1049 Leão IX, havia esboçado o início da retoma do poder cardinalício, confirmada pelos concílios de Latrão(1059) e de Roma(1075). A luta era muito intensa e para além de 3 excomunhões por Gregório VII, Henrique IV imperador alemão, volta a contra-atacar e neste ano de 1085 que coincide com a morte de Gregório VII há-de novo um recuar do poder Papal.
Assim se justifica, no "apagar" do poder da Igreja em Roma, é Cluny que se impôe como o centro da defesa dos poderes cardinalícios.
A luta será muito longa e esta questão das investiduras só virá a terminar em 1122 com a Concordata de Worms.
Outras preocupações assolavam igualmente a Igreja, veremos adiante
> Afonso no 1092 renuncia à soberania directa da Galiza Compostelana e da
> bracarense ou portucalense onde constitui dous condados, o da Galiza e de
> Portugal em maos das suas duas filhas Urraca casada com Reimundo de Borgonha
> e Teresa casada com Henrique de Borgonha. À primeira corresponde-lhe o
> norte compostelano e a segunda o território portucalense.
(LM)-D-Significativamente, Afonso VI mesmo depondo o irmão em 1071, mantém a coroa da Galiza em seu poder (note-se que na altura não tinha descendência), mas preserva a identidade do reino da Galiza.
Não obstante em 1088 o conde Rodrigo Oveques com a cumplicidade do bispo de Compostela, revolta-se contra a autoridade real, mas se a questão se resolveu com a submissão de Oveques, a cadeira episcopal só voltou a ser ocupada em 1093.
5 anos de vacatura e aqui virá a propósito referir, outra das preocupações da Igreja na época e que consistia no retorno ao ritual romano no âmbito da reforma gregoriana e que Cluny (mais uma vez) pugnava por manter viva. Foi Dalmácio um monge de Cluny o eleito
.
Provavelmente esperando que a filha Urraca, fizesse 10 anos ou que o irmão Garcia morresse o que veio a acontecer quase ao mesmo tempo, Afonso VI casa-a com D.Raimundo de Borgonha em 1091, entregando-lhe o governo da Galiza e do Condado Portucalense que se estendia até Coimbra.
Só em 1095 Afonso VI reformula esta concessão, retirando o Condado Portucalense do domínio de D.Raimundo e entregando-o ao novo genro D.Henrique
.
Mais do que saber as razões da reformulação, que se atribuem a imperícia militar atendendo as derrotas de Raimundo em Lisboa e Sintra para os almorávidas, talvez só por si não justifiquem, é mais importante que se analisem 2 questões importantes, por um lado que diferenças existiram nas doações territoriais aos genros e por outro lado que tipo de relacção feudal manteriam com Afonso VI.
Muito discutida a caracterização da doação a D.Henrique do Condado Portucalense, julgo ser hoje indiscutível que a doação foi hereditária, mas, estamos na Idade Média e se autoridade do conde é absoluta no Condado,a Afonso VI são devidos direitos de vassalagem.
Quanto a Raimundo e à Galiza a situação é diferente, mais uma vez a identificação da coroa da Galiza com próprio Afonso VI, não lhe permite outra concessão que não a de governar em seu nome, que no fundo sendo casado com a sua herdeira legítima, serviria de garantia de não alienação futura.
NOTA IMPORTANTE
Aqui reside AINDA uma diferença de pontos de vista entre mim e o amigo Jose Manuel é exactamente nesta separação territorial, que unificadoramente chama de Galiza ainda que reconhecendo por razões geográficas que existe uma Composteleana, outra Bracarense ou Portucalense
Se por razões meramente sentimentais, afirmo-o convictamente, ainda hoje gostaría de poder falar num reino unido galaico-português, em nome, da honestidade intelectual, não consigo reler AINDA este trecho histórico doutro modo, deixando de considerar aqui o corte umbilical com a "irmã" Galiza.
Infelizmente nem o José Manuel poderá deixar de o vir a fazer em 1121
CONTUDO A DÚVIDA JÁ SE ME INSTALOU
(LM)-P-Bastará a questão da doação hereditária por dote de casamento, para concretizar a separação da unidade com a Galiza ? Concessões de feudos na Idade Média não significava separação política da coroa.
(LM)-P-A vassalagem a prestar pelo conde D.Henrique a Afonso VI, pode significar só por si separação da unidade com a Galiza ? Impediria o facto de D.Henrique ter uma linhagem superior a de Raimundo, outro tipo de solução ?
Neste contexto
> surge Gelmires vigário e administrador da diocese de Compostela em 1093.
> Tanto do ponto de vista económico, social como cultural e político a
> chamada Era Compostelana será umha etapa de explendor, aliás a aristocracia
> galega vai ter o protagonismo no conjunto galego-leonês até bem ultrapassado
> o primeiro terço do XIII no que o Centro de gravidade se vai ir deslocando
> para Castela e Andaluzia ao ritmo da conquista dos reinos mussulmanos.
> O florescimento compostelano vem dado por um crescimento demográfico
> forte e a desintegraçom a fins do XI do Califato cordovês, portanto é a
> menor pressom mussulmana ao sul junto com o controlo político e económico
> por meio das párias do norte sobre o sul o que favorece esta época de
> explendor.
> O caminho de Santiago e o crescimento dos burgos vai trazer também um
> despertar cultural importante que vai originar junto com o progresso
> material o surgimento dumha burguesia urbana que vai ter influência na
> política do momento
> .A época de Gelmires.
>
> A época do explendor vai durar mais de cem anos e vai contar com a
> figura do Bispo Gelmires, home de confiança do Reimundo de Borgonha que
> passa de administrador da diocese a bispo no 1101.
(LM)-D-Neste contexto há que referir que a nomeação de Gelmires em 1101, ocorreu após mais um vacatura de 5 anos desde a morte do seu antecessor e neste intervalo de tempo ocorreram factos que viriam a prejudicar os designíos de Compostela. Obviamente que nos situamos de novo no problema religioso, pela sua importância no processo de independência de Portugal.
Por volta de 1099, Geraldo foi nomeado bispo de Braga, pelo primaz de Toledo Bernardo de Sédirac, que era o legado permanente da Santa Sé em toda a Hispânia, enquanto Compostela se mantinha sem bispo, pareceria que Toledo pretendia deslocar para Braga o centro promotor da já referida reforma.
Mesmo já com Gelmides bispo, Geraldo consegue junto do Papa Pascoal II, que sejam nomeadas dioceses dependentes de Braga, além de Porto, Coimbra, Lamego e Viseu, que não seria ilógico dado se encontrarem no espaço político do Condado Portucalense ; mas igualmente Astorga, Mondoñedo, Tui e Orense.
Está factualmente comprovado que desde então a guerra Compostela-Braga, muitas vezes assumindo aspectos bem pouco eticos, se iria agudizar como aconteceu.
> Morto o Conde Raimundo há umha luita polo poder. Por um lado o Conde de
> Trava, Pedro Froilaz que apoia ao filho do Reimundo e Urraca, Afonso
> Reimundez; por outra parte os seguidores da Dona Urraca que som os
> aragoneses do seu novo marido Afonso o Batalhador; e em terceiro lugar Diogo
> Gelmires que vai ser o ganhador. O entendimento entre o Trava e o Gelmires
> acaba com a coroaçom do Afonso Reimundez como Rei da Galiza Compostela na
> Catedral de Santiago no 1110 o qual leva a umha guerra entre todos eles na
> que vam participar também burgueses e senhores.
> No 1121 proclama-se o reino independente de Portugal separando-se da
> Galiza Compostelana. Isto vem determinado polo interesse da nobreza
> portuguesa em criar o seu próprio espaço contra as tentativas absorventes de
> Compostela e pola teima do Gelmires de centralizar o poder da igreja galega
> em Compostela, cousa que nom beneficiava à histórica capital religiosa da
> Galiza: Braga.
(LM)-P-Difícil entender, na prespectiva dos meus conhecimentos esta afirmação "No 1121 proclama-se o reino independente de Portugal, separando-se da Galiza Compostelana"
Independentemente da concepção de que essa separação teria acontecido quando da atribuição do Condado Portucalense ao Conde D.Henrique, não consigo encontrar factos que justifiquem essa afirmação.
Recordo que 1120 é a data da invasão do Condado Portucalense, pelas tropas de D.Urraca, instigada por Gelmirez, e a submissão de D.Teresa á irmã mas que acabou (não interessa agora desenvolver), por vir a resultar em declínio de influencia de Gelmirez, face aos Travas.
Como consequência, disso mesmo, 1121, representa o início do predomínio de Bermudo Trava por força da sua ligação com D.Teresa (polémica ligação) e consequentemente do fortalecimento do poderío da nobreza galega no condado em prejuízo da nobreza local e que sem dúvida viria a estar na origem, da posterior ascenção política do nosso rei fundador e da subsequente independência do Reino de Portugal.
Daí a "marcar" o ano de 1121, como ano da proclamação de independência, quando a meu ver a tendência seria em reunificar de novo com a Galiza, onde desde 1117 Afonso Raimundes já tinha sido considerado pela mãe, Rei da Galiza e de Toledo.
Vai uma explicaçãozinha amigo Jose Manuel ?
> Ao acabar o conflito, morre Urraca e Afonso VII Reimundes extende o seu
> poder por Castela e por Leom fazendo-se chamar imperador. A nobreza galega
> via assim satisfeitas as suas esperanças de ascenso e o alto clero tinha o
> controlo do poder. Com a subida ao trono do Afonso VII na Galiza, Leom e
> Castela ficava consolidada a tradicional política unitária da Galiza
> recolhendo os interesses do clero e dos nobres, mas embora a secessom de
> Portugal, que punha ponto final a expansom para Sul, a alternativa era a
> integraçom com outros reinos onde a aristocracia galega vai ter o poder e um
> papel preponderante.
> Assim foi, à morte do Afonso VII a hegemonia galega vai-se ver reforçada
> ao ficar o reino dividido entre Sancho, o seu filho, com Toledo-Castela e
> Fernando II, o seu outro filho, com Galiza-Leom. Galiza estava sem Portugal
> mas tinha, Astúrias, Leom e Estremadura; a própria sé compostelana estendia
> a sua jurisdiçom polas antigas dioceses da Lusitânica oriental, as actuais
> regions espanholas de Salamanca, e Estremadura, cujo centro era Mérida
> (enquanto as dióceses de Mondonhedo, Lugo, Ourense e Tui dependiam de
> Braga).
> No 1188, Afonso VIII, sucessor do Fernando II, e computado falsamente
> como Afonso IX, reinou até 1230.
> Estes dous monarcas, Fernando II e Afonso VIII marcárom o período
> culminante da influência política da nobreza galega e o maior equilíbrio
> interno do Reino, já chamado galego-leonês. Os dous reis estám enterrados na
> catedral de Compostela.
> No 1230 unificam-se Galiza-Leom com Toledo-Castela na figura do Fernando
> III (segundo o cômputo galego-leonês) no que começa a ofensiva castelhana
> que vai levar ao predomínio da Castela toledana acrescentado posteriormente
> com o Afonso o Sábio que deixará em segundo plano à nobreza galega em favor
> da castelhana, assim como o dinamismo dos Concelhos.
> Fecha-se o século XIII com perspectivas obscuras.
epitetus@hotmail.com : Estudiosos da língua e cultura galegas