02-09-2015FILIPE DE BRITO, REI DO PEGUJosé Gomes Martins * IGREJA DE FILIPE DE BRITO NICOTE da Coleção de seis fotografias tiradas (1982/1983) pelo Embaixador José de Melo Gouveia, onde estão inluídas imagens da fortaleza, em Sirião, na embocadura do rio Rangun. Filipe de Brito Nicote, um português, aventureiro, anónimo, tão-pouco se conhece sua naturalidade em Portugal, em 1600 proclamou-se Rei do Pegu (Birmânia).Teria embarcado para o oriente cerca de 1560 em procura da aventura e fortuna. Parte sem estatuto da corte portuguesa e mais um emigrante luso que abandona o país onde não há oportunidade de vida. Largos milhares de homens abandonaram a pátria dilacerada pela fome, doenças epidémicas, entre estas: a peste negra cujo ambiente flagelador da morte aterrorizava toda a gente e, mais ainda, o espectro macabro da época, motivado pelo transporte dos mortos, pestosos, na madrugada em padiolas aos ombros dos "menistros dos esquifes" para o cemitério, como forma de encobrir a realidade dessa calamidade que assolava toda a Europa. O homem português optava por seguir para o Oriente, mesmo sem saber à partida aquilo que o esperava. Chegado, passado um ano de viagem, os que tiveram a sorte de sobreviverem no caminho, serviam a corte portuguesa; aventuravam-se também ao sabor do destino, pelo vasto território da Ásia, em procura de nova vida. São assim: soldados mercenários de exércitos pequenos que defendem os interesses de Reis, que constantemente se rivalizavam para o alargamento dos seus territórios. As águas dos mares do Oriente, muitas vezes foram tingidas de sangue de homens portugueses. António Faria um pirata no Golfo do Sião; no rio Mecongue até ao interior do Cambodja e mares do Sul da China. O "galego", soldado mercenário, promovido a General, que comanda um enorme exército peguano apoiado por milhares elefantes. Os birmaneses ainda hoje não perdoaram ao aventureiro, rei português. Em 17 de Abril de 1994 o jornal "Nova Luz de Myanmar" (Birmânia) editado em Rangun, publicou um artigo, que vamos traduzir no decorrer da narração desta história. Na documentação procurada para melhor esclarecimento da investigação, histórica, do rei português, entronizado na Birmânia, não encontramos fonte, que nos desse a conhecer como teria sido que o Brito chegou ao antigo Reino do Pegu. Chegamos com isto à conclusão: foi um português igual a outros milhares que "acamados" como sardinha em caixote, nos convés das naus, largaram do Tejo em procura de vida melhor. Quando nas terras do fim do mundo, a ilusão que os alimentava à partida de Lisboa na busca de riqueza, revertia numa trágica desgraça. Qualquer ocupação lhes servia entre estas a mais comum era a de mercenário. Aliás, essa tragédia de emigrações e o êxodo do homem português foi mantido por séculos e ainda, no novo milénio, a fuga de gente em procura de melhores proventos, no estrangeiro, é um facto, porque não os encontra em Portugal. FILIPE I DO SIRIÃO Os missionários não tiveram vida fácil para a cristianização dos birmaneses, como já tinha acontecido com sucesso, em Cochin (Índia), a partir de 1502. A cristandade na Birmânia instala-se em 1604 por Frei Francisco de Anunciação e assume a função de Vigário-geral. O Rei Brito reinava há quatro anos a monarquia de Sirião, cuja posição geográfica lhe dava o privilégio de possuir um porto natural, cuja totalidade da mercancia produzida no reino era exportada dali. Os missionários aproveitando-se da influência de Brito que desde logo recebem o apoio para construirem casas e igreja e conferem-lhe o nome de São Tomaz. "Nesta caza fizerão os religiosos celas e agazalhos para outros muitos e também hum seminário para criação de mininos, a quem ensinavam a ler e escrever, latin, canto e bons costumes" Em 1613, o Rei de Brama cercou a fortaleza de Sirião por vários dias, que obrigou Filipe de Brito e os portugueses a renderem-se. A divulgação da cristandade no Pegu, tinha irritado o monarca bramanês e depois da rendição pretende que todos os cativos portugueses à sua frente, o reconheçam como o Deus de todos. Felipe de Brito não está pelo ajuste. "..... obrigando aos portuguezes que nella estavão e ao seu capitão que o adorassem e reconhecessem por seu Deos, o que não querendo ele fazer, como invecível soldado de Christo, foi atrocissimamente morto, em prezença do mesmo rei e acabou como mártir glorioso, ilustrando com tão ditozo fim à sua pátria Lisboa e nobrecendo sua geração que foi muito illustre e do real sangue de França, por parte de seu pay...." O rei Bramá aguarda três dias que o rei Brito se decida a reconhecê-lo como seu Deus, assim como Frei Manuel Ferreira, religioso de confissão. O Brito estava decidido a morrer. Por tal renúncia o rei Deus, ganha tal ódio ao Brito, que não espera mais tempo e ordena que o seu corpo seja cravado de azagaias. O frade confessor teve a mesma sorte. Com a morte de Brito e a perda da fortaleza de Sirião, os missionários e os portugueses que escaparam refugiaram-se mais para o sul da Birmãnia, em Mergui, território siamês. Mais tarde entrou a congregação de São Domingos, já muito significativa em Aiutaá no Reino do Sião. No entanto, a cristinianização pelos missionários portugueses na Birmânia nunca vingou. GOA E FILIPE DE BRITO O Vice-Rei da Índia, D. Afonso de Castro, tem conhecimento dos feitos do Brito, em 1605, pelo capitão da armada Aires Saldanha, regressado desses lados e com destino a Portugal, deu-lhe conta dos sucessos do rei Felipe em Sirião. Afonso de Castro, entrega uma carta a Aires Saldanha para que a faça chegar a Filipe II de Espanha onde lhe dá conta das façanhas de Brito. Filipe II, na armada que parte para a Índia, envia um despacho a Afonso de Castro e pretende um quinhão dos rendimentos da alfândega do porto de Sirião, totalmente sob a jurisdição do Brito. Sobrescripto-Por El-Rey - A Dom Martim Affonso de Castro do seu conselho e viso-rei da India - 2ª via. DOCUMENTO 5. 1605 - Março 2 "Dom Martin Afonso de Castro, viso-rey amigo, eu el-rey vos envio muito saudar. Per cartas de Ayres de Saldanha, que recebi com as naus que vieram o anno passado, além de outras que os annos mais atraz me tinha escrito, tive relação dos sucessos que teve Filipe de Brito de Nicote na tomada do porto de Seriam, no Reino do Pegu, e fortaleza que nele tinha feito, e me diz que vindo o dito Filipe pessoalmente a Goa dar-lhe relação de como tinha acabado de fortificar, e provida de gente e algua artilharia e munições, e pedindo-lhe mais socorro e ajuda de navios e artilharia, pera a ter em boa guarda, e a defender em meu nome, e manter debaixo da minha obidiência, e sujeitar os portos circunvisinhos, e assentar alfandega e fazer arribar a ella as naus de mercadores que antigamente iam ao porto de Pegú, de que esperava se seguisse para minha fazenda muito proveito, como tambem por impedir se não apoderassem d´aquelle porto os mouros, turcos, ou holladezes, por lhe ficar muito acommodado pera fazerem nojo à navegação do Sul de minhas armadas e vassalos, fez com elle assento de poer alfandega no dito porto de Seriam; e que eu lhe faria mercê da dita fortaleza em dias de sua vida com a comedia e despeza de sua pessoa á custa do rendimento da dita alfandega; e que por sua morte ficasse a dita comedia a sua mulher Dona Luiza Saldanha, e tendo filho legítimo lhe ficasse a capitania da dita fortaleza; e em quanto não fosse de idade para se lhe entregar a servisse hua pessoa de partes e qualidades, e que casasse com a dita Dona Luiza a prazimento do meu viso-rei ou governador d´esse Estado, e que ella se não casaria sem expressa licença minha; e me pedia que mandasse confirmar este assento; e para socorro e guarda da dita fortaleza lhe dera logo per conta da minha fazenda cinco navios e hua escua-galé, providos de artilheria e munições, alem de outros quatro que o anno antes lhe tinha dado; e lhe dera regimento pera a dita alfandega, que mandou assentar com parecer do arcebispo e de outros letrados, com quem communicara as causas e justificações que havia para se poder assi fazer; e lhe dera religiosos para administração da christandade, e officiaes para a dita alfandega, e mestre para fundir artilheria, e outros officiais mecanicos pera o serviço ordinario da dita fortaleza. E postoque pelas boas informações que tive do procedimento do dito Filipe de Brito, e serviços que me allegou fizera n´esta empreza, tive por bem de lhe fazer mercê do habito de Christo, que lhe mandei lançar n´ essas partes, e depois lha fiz tomar por fidalgo de minha casa, de que vós lhe levastes o despacho; contudo me pareceu que, por a materia ser de tanta substancia e qualidade, e se me não avisar com a particularidade que convinha os individuos d´ella, de que convem ter informação, ordenar-vos por esta, como faço, que vós a tomeis mui particular de tudo o que lhe passado n´ella, e me aviseis das rasões e fundamentos que houve para o dito Filipe de Brito de Nicote tomar o dito porto, e as que se offereceram aos letrados para serem de parecer que eu o devia sustentar e deffender; e o mesmo parecer deveis tomar de pessoas de experiencia d´esse Estado, se convem a meu serviço conservar-se esse porto, e que interesses o dito Estado recebe d´isso, e os que se podem seguir da alfandega que n´elle se ha de poer, e as depezas que serão ellas maiores que o rendimento da dita alfandega; e quando he o que se d´elle ha de dar a Filipe de Brito em sua vida, e depois de seu falecimento a sua mulher, e que proveitos mais haverá elle de tirar da dita fortalleza; e se convem a meu serviço que elle a tenha e depois d´elle sua mulher e seu filho; e se os partidos e assento, que com elle tomou Ayres de Saldanha, são em meu serviço, ou ha n´elles alguns inconvenientes; e se os officias da dita alfandega são postos em meu nome, e o hão de ser, ou se deu n´isso algua autoridade ao dito Filipe de Brito; e assi vos enformareis do proveito que se segue á Christandade d´aquellas partes; e de tudo isto, e do mais que entenderdes convem a meu serviço, me avisareis mui particularmente, sem se fazer alteração algua no que estiver assentado, para com vosso parecer me poder melhor resolver na confirmação do dito assento, e no que mais devo conceder ao dito Filipe de Brito em beneficio da dita empreza e seu. E porque os annos atraz tive tambem informação do que Domingos Carvalho e Manuel Mattos fizeram na tomada da ilha de Sundiva, e pelos bons sucessos que n´aquella empreza tiveram, e conveniências a meu serviço que foram pelo dito Ayres de Saldanha representadas, me movi a fazer aos sobreditos mercê de os tomar no foro de fidalgos de minha casa, e de lhe mandar, e de lhe mandar lançar a cada hum o habito de Christo; e ora não me falla o dito Ayres de Saldanha n´esta materia, postoque recebi carta de Domingos Carvalho, em que diz ter a dita ilha em meu nome e á minha obediência, e me pede lhe mande dar ajuda e socorro de navios e artilheria, e que o mais porá elle á sua custa, e por outra via tive informação d´elle ser fallecido, me pareceu dever-vos avisar d´isto, e encommendar-vos que tambem vos informeis d´esta materia em particular, e procureis saber muito de raiz a occasião e fundamentos com que se tomou a dita ilha pelos sobreditos, e se ha razões para eu sustentar, conservar, e d´isso se segue proveito a esse Estado; e que despezas se haverão de fazer na guarda e presidio que será necessario ter, e donde se poderão tirar sem carregar esse Estado com outras de novo; e em particular vos informareis se a conservação d´estas fortalezas serã causa de se recolherem os muitos portuguezes que entendo andam espalhados pelo reino de Bengala fora do meu serviço, ou se de as conservar se seguirão contrarios elleitos, e o beneficio que a christandade d´isso pode receber, ou não. E assentando que convem conservar-se, tratareis da forma em que deve ser, e assento que será bem tomar-se com conquistadores; e de tudo me avisareis com a pontualidade que confio de vossa prudencia e zelo de meu serviço. Manue Godinho Heredia me escreveu que o conde almirante e Ayres de Saldanha o encarregaram de hua empreza e descobrimento de novas terras do Sul, com titulo de adiantado, das quaes promette muitas riquezas de ouro, especiarias e outras drogas; postoque diz não tinha passado de Malaca, e me pede ajuda para proseguir o dito descobrimento; e porque o dito Ayres de Saldanha me não avisa d´isto, nem tenho por meu serviço que materias d´esta qualidade se encommendem a pessoas que não tenham muita sufficiencia, e de que não ha confiança que.... (não temos mais páginas que nos permita terminar este sobrescrito) O vice-Rei Afonso de Castro envia homens de sua confiança para o Sirião: Feitor, escrivão, corrector da alfândega, condestável da fortaleza, vigário, meirinho, cirurgião e ouvidor. Estipula as percentagens de rendimentos da alfândega destinadas a Goa e os salários dos portugueses expedidos por ele. Fica, assim, o monarca Filipe de Brito sujeito à jurisdição de Goa e obediência absoluta à corte de Espanha. A OPINIÃO DE UM JORNAL BIRMANÊS "NOVA LUZ DE MYANMAR" EM RELAÇÂO AO REI BRITO "Um português aventureiro chamado Felipe de Brito (que a história da Birmânia lhe dá o nome de Nga Zingar), foi rei de Thanlyin de 1600 até 1613. No príncipio do século XVI, aventureiros portugueses, seguidos pelos espanhois, mais tarde os ingleses e holandeses, andaram a pilhar nas águas livres da costa da Birmânia. Os portugueses, no final do século XVI, rondaram o continente africano, entraram no Índico e actuam neste oceano como tubarões. Os imperialistas portugueses desejam tomar conta do poder na Birmânia. Estudam a profundidade dos estuários para penetrarem no reino e depois de o terem conseguido, fizeram promessas falsas ao povo oferecendo-lhe uma vida melhor. Isto aconteceu nos anos de 1590, quando o rei Min Phalong, monarca do estado de Rakhine, nomeou Filipe de Brito como seu servidor (aliás Nga Zingar). Pouca depois de Min Phalong apontou o jovem mercenário como comandante do forte de Thanlyin. Com tamanho poder e armas em mãos o guerreiro experimentado, colocou o pobre monarca num prato como peixe frito. O Brito (aliás Nga Zingar), prontamente proclamou Thanlyin sua colónia e entronizou-se a si próprio rei. Contactou o Governador de Goa, na Índia, dando-lhe conhecimento do seu feito e solicita-lhe que seja reconhecido como rei. Min Phalong ainda tentou retirar o poder e as ambições do Brito, o que não conseguiu.Thanilyin por 13 anos tornou-se uma colónia miserável. Durante este período, o Brito usou o estratagema de colocar em rivalidades, que resultaram em lutas entre etnias Mon e Brama.Para consolidar o seu poder e manter Thanlyin como colónia portuguesa, Brito ofereceu uma sua filha ao líder Mon de Mottama, Binna Dallah. As embocaduras dos grandes rios do Pegu, caminho obrigatório de todas as naus que a este reino vão procurar fazer comércio, estão sob a jurisdição do rei português Brito a quem terão de pagar, pela passagem, taxas em cima dos produtos que carregavam nos porões, sejam estes comprados ou vendidos no reino. De Brito é um colonialista selvagem que aplica a violência para que os Bamarks e os Mons vivam sob as ordens dele. Pratica a demolição de templos budistas sagrados e roubou as riquezas que estão dentro dos mesmos. O imperialista de Brito (aliás Nga Zingar), não pára as suas atrocidades até 1612 e ajudado pelo seu genro Binna Dallah, o líder Mon de Mottana. Atacaram a cidade, real, de Miniayar, o rei Nata Shin Naung foi feito prisioneiro e levado, com eles, para Thalyin. No ano de 1613 Annakpetlum Miniayar, um líder Myanma no período Nyamgynn, organizou uma expedição para reconquistar Thanlyin. O de Brito (aliás Nga Zingar), pediu ao seu superior, o Governador de Goa (Índia) para lhe enviar reforços. O governador de Goa despachou cinco barcos com soldados e artilharia. O Myanna Tatmadaw capturou Thanlyin e afundou quatro dos cincos barcos que o governador de tinha mandado para ajudar o Brito. Unicamente um conseguiu escapar. O ponto importante deste feito é que o líder Myanma Tatmadaw eliminou a presença dos portugueses na Birmânia por 350 anos. Nos anos ainda não muito distantes a Índia eliminou, também, os portugueses no seu territórios em 1962. A campanha de sucesso em 1613 e a reconquista da Birmânia é bastante significativa para a história do país, que jamais poderá ser esquecida dos birmaneses. Muitas lições os ingénios birmaneses aprenderam com essas surtidas imperialistas que usaram a mentira, a corrupção, a bebida, que ajudados pelo traidor Shin Naung tornando-se aliado dos portugueses imperialistas e se preparavam para destruir a religião budista, sagrada no país. Os portugueses usaram uma inteligente estratégia, colocando a etnia Mons em guerra contra os Bramars no princípio do século XVII". O artigo do "Nova Luz de Myanmar" não termina aqui. O articulista alonga-se ainda sobre a história da Birmânia, depois de Filipe de Brito ter sido eliminado e os portugueses afastados do reino. Porém a verdade é que, nunca, a Birmânia (há cerca de 16 anos foi substituído este nome por Myanmar), encontrou uma união duradoira, entre as numerosas etnias que formam o conjunto da população de um país imensamente rico de reservas naturais. Os ingleses colonizaram o país por muitos anos e chegaram anexá-lo à ìndia durante a sua administração. Tem sido a Birmânia governada nestes últimos anos por uma Junta Militar e que tem sido, a sua ação governativa, contestada pela comunidade internacional. José Martins Fontes informativas: baseadas em documentos oficiais da época
AQUI TAILÂNDIA: FILIPE DE BRITO REI DO PEGU
* José Gomes Martins é português e vive há mais de trinta anos na Tailândia.Para além das suas interessantes crónicas sobre os vestígios da presença portuguesa no Oriente, partilha agora suas Memórias de Banguecoque. É representante do ICEP, funcionário da Embaixada de Portugal em Bangkok e correspondente da Agência Lusa. Autor de várias reportagens para diversos órgãos de comunicação social e colaborador na realização de filmes sobre Portugal na Ásia, José Gomes Martins tem uma vastíssima biblioteca sobre a presença de Portugal na Ásia, referência incontornável para quem deseje realizar um trabalho sério na Tailândia e tem dispensado grande parte da sua vida na investigação histórica da presença dos portugueses na Ásia.
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