Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


02-10-2018

Manuel Fran Paxeco (Manuel Francisco Pacheco), jornalista, escritor, diplomata e


Manuel Fran Paxeco (nascido Manuel Francisco Pacheco), mais conhecido como Fran Paxeco (Setúbal9 de Março de 1874 — Lisboa17 de Setembro de 1952) foi um jornalistaescritordiplomata e professor português.

 

Natural de Setúbal, escreveu em 1930 uma colectânea de biografias de setubalenses que, de alguma forma, se notabilizaram.

Tio do jornalista e escritor Óscar Paxeco.

Fran Paxeco foi cônsul de Portugal no Maranhão, no Pará, em Cardiff e em Liverpool.

Chegou a São Luís do Maranhão em 2 de Maio de 1900, sendo autor de diversas obras sobre temas de interesse para a região. O seu amor pelo Maranhão levou-o a recusar transferências para postos da carreira diplomática muito mais prestigiosos que o consulado de São Luís do Maranhão.

Por morte de Teixeira Bastos (em 1902), crítico português, Teófilo Braga nomeia-o seu testamenteiro literário.

Em Setembro de 1902 é convidado para sub-secretário da Associação Comercial do Maranhão.

Fica mais de 20 anos no Brasil, período durante o qual empenhou muitos esforços para desenvolver as relações literárias entre os dois países. Organizou, por exemplo, um congresso luso-brasileiro em 1903.

Autor da letra do hino do Cruzeiro do Sul (Acre).

Foi fundador da Academia Maranhense de Letras, da Faculdade de Direito, do Centro Republicano Português, do Instituto de Assistência à Infância, do Casino Maranhense, da Associação Cívica Maranhense, da Câmara Portuguesa do Comércio, entre outros organismos.

Casou com Isabel Eugénia de Almeida Fernandes, natural de São Luís do Maranhão, de quem teve uma filha, Elza Fernandes Paxeco, primeira senhora doutorada pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

A 21 de Agosto de 1911 é nomeado cônsul de Portugal no Maranhão por Teófilo Braga (Chefe do Governo Provisório da República Portuguesa).

De Novembro de 1913 a Fevereiro de 1914 está no Rio de Janeiro, chamado pelo embaixador de Portugal no Brasil, Bernardino Machado para o secretariar.

Em 1916 publica Angola e os Alemães e segue para Lisboa onde chega a 27 de Maio.

Ocupa, entre outros cargos, o de secretário particular do Presidente da República, Bernardino Machado, mas continuando como cônsul de Portugal no Maranhão (tinha sido promovido a cônsul de 2.ª classe, em 4 de Julho de 1914).

Pela portaria de 20 de Fevereiro de 1917, é nomeado para exercer as funções de secretário das Comissões Portuguesa de Acção Económica contra o inimigo e de Fomento de Exportação Portuguesa.

A 18 de Agosto de 1919, em reunião de professores da Faculdade de Direito do Maranhão, propõe a realização do Primeiro Congresso Pedagógico do Maranhão, o que veio a realizar-se no ano seguinte. Em 8, 28 e 31 de Janeiro de 1920, houve sessões preparatórias. A sessão inaugural teve lugar a 22 de Fevereiro[7].

A 4 de Março de 1920 assume a gerência interina do Consulado do Pará, para resolver a «Questão dos Poveiros» o que conseguiu com êxito.

Em 1922 é eleito para a Directoria do Casino Maranhense.

Em Agosto de 1922 recebe, em São Luís do Maranhão, onde era cônsul, Sacadura Cabral, festejando a travessia aérea do Atlântico Sul.

Em Junho de 1923 é-lhe concedido o título de cidadão honorário de S. Luís do Maranhão.

Transferido para o Consulado do Pará em 9 de Novembro de 1923.

Organiza uma convenção literária e artística de Portugal com o Brasil, a começar em Agosto de 1924, até Abril de 1925[8].

A 12 de Fevereiro de 1927 é enviado para Cardiff, desempenhar idênticas funções diplomáticas.

Escreve Portugal não é Ibérico. Faz parte da "South Wales Branch" da Ibero American Society, contribuindo para que o nome fosse mudado para "Hispanic and Portuguese Society". Com o cônsul do Brasil consegue abrir e manter no Technical College uma cadeira de língua portuguesa.

Rua Fran Paxeco, em Setúbal

Em 1933 vem para Lisboa para a Direção-Geral dos Serviços Centrais do Ministério dos Estrangeiros.

A 24 de Novembro de 1933 já está em Liverpool a cumprir mais uma missão diplomática onde se mantém até 1935. Nesse mesmo ano regressou a Portugal, de onde nunca mais saiu.

Presidente da Secção de Estudos do Ateneu Casapiano.

É perseguido pelo Estado Novo, e o Ministério dos Negócios Estrangeiros nunca mais lhe atribuiu nenhuma missão diplomática (graças ao Secretário-Geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Teixeira de Sampaio, monárquico convicto), o que muito o fez sofrer, tendo como resultado em 1939 um AVC com graves sequelas: fica sem fala, sem poder escrever e paralítico, as suas grandes formas de comunicação como grande orador e escritor que era: vive, lúcido mas muito limitado até 1952.

A Biblioteca do Grémio Literário Português em Belém do Pará e a Praça do Comércio em São Luís do Maranhão têm o seu nome.

O seu nome encontra-se presente nas toponímias do Cruzeiro do Sul - Acre, Setúbal, São Luís do Maranhão e São Paulo.

 

ler mais aqui:

Manuel Fran Paxeco – Wikipédia, a enciclopédia livre

 

   
 

Manuel Fran Paxeco – Wikipédia, a enciclopédia livre