Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


10-03-2005

Brasil: Doutores de Pernambuco formados em Coimbra


Escrita por : Gisete Aguiar (26-01-2005)

Sites Favoritos :
www.livra.pt ; www.sapo.pt

O que tenho a ver com a Universidade de Coimbra? inicialmente nada ... e nem
poderia. Uma instituição tradicional, secular, majestosa, monumental. Não me
cabe falar sobre a sua magnífica história. Mas, talvez quem sabe, a sua nobre influência que atravessou o oceano e veio alimentar a veia do saber dos descendentes dos primeiros colonizadores da parte do Novo Mundo chamado Brasil. É isso aí. Aconteceu !

 

Em minhas leituras descompromissadas com o trabalho sistematizado, com os horários a cumprir e com os resultados a apresentar, descobri o encanto de procurar coisas desconhecidas. Sempre as encontro em dobro. E assim descobri P ernambuco na Universidade de Coimbra.

O sistema colonial no Brasil retardou o surgimento de escolas superiores.
P orém esse fato não impediu que os jovens procurassem as universidades
europeias, a fim de concluírem seus estudos e de retornarem ao Brasil.
Encontrei referências sobre jovens que, desde o século XVII, recém chegados
da Europa, aqui ocupavam altos cargos. Nessa época P ernambuco (Nordeste do Brasil) foi o pioneiro.

Em 1675, Dr. Bernardino P essoa de Almeida, nascido em Olinda,. foi nomeado
médico da Câmara do Senado de Olinda.

O Dr. Simão P inheiro Morão exerceu a medicina em P ernambuco até 1685 quando aqui faleceu.

Em 1691 morava em Olinda o médico Dr. Domingos P ereira da Gama, depois o Dr. João Ferreira da Rosa, este último realizou importante pesquisa sobre a febre amarela, doença que assolava frequentemente a região.

No final do século XVII o Dr. Domingos Felipe de Gusmão exerceu a medicina em P ernambuco.

 

Outros nomes vão surgindo na história da Medicina em P ernambuco. Dr. Domingos Rodrigues P ereira, Dr. Luis da Serra Cavalcanti ambos em Olinda.

O Dr. Miguel Ferreira Guimarães exerceu a função de visitador das embarcações que chegavam a P ernambuco a fim de evitar o desembarque de passageiros doentes e cargas contaminadas, como já havia acontecido antes.

 

O Dr. José Joaquim de Carvalho nasceu no Rio de Janeiro e depois de receber o diploma de médico em Coimbra, fixou residência em P ernambuco, onde dirigiu o hospital da província ; aposentou-se e foi eleito mais tarde Senador do Império . São seus contemporâneos o Dr. João Lopes Cardoso, Feliciano Neri de Carvalho e o Dr. Francisco Xavier P ereira de Brito.

Abastados senhores de engenho , enviavam seus filhos a Coimbra a exemplo do Dr. Francisco de Brito Bezerra Cavalcanti de Albuquerque, diplomado em Canones pela mesma Universidade .

Francisco de P aula de Almeida e Albuquerque diplomou-se em direito , seguiu a
carreira da Magistratura , em P ernambuco ocupou os cargos de juiz de fora ,
desembargador e posteriormente uma pasta no ministério público .

Antônio José Duarte de Araújo Gondim, diplomou-se em Direito , exerceu o cargo de ouvidor em Vila Rica nas Minas Gerais , fez parte do governo da província em 1822 na Bahia representou P ernambuco na Assembléia Constituinte em 1823 e foi eleito Senador do Império . Manuel Caetano de Almeida nasceu em P ernambuco, diplomou-se em Direito , seguiu a Magistratura , ocupou os cargos de juiz de fora e de corregedor da Ilha da Madeira . Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva, nasceu em São Paulo, em 1773. Diplomou-se em Direto , foi juiz de fora em Santos e em 1815 foi nomeado ouvidor e corregedor na Comarca de Olinda e eleito deputado à Assembléia Constituinte Portuguesa, em 1821.
Manuel Ignácio Cavalcanti de Lacerda,nasceu em P ernambuco, no Engenho Gurjau, em 1796. Foi para Portugal, em 1811 onde conquistou a carta de bacharel em Direito . Elegeu-se deputado a Assembléia Constituinte em 1823, seguiu a Magistratura , foi nomeado juiz de fora no P ará , desembargador no Rio de Janeiro e ministro do Supremo Tribunal de Justiça .

José Joaquim de Carvalho , médico , foi nomeado físico mor da capitania em 1817, e o primeiro médico do Hospital Militar do Recife .

Em Carta Régia datada de 27 de junho de 1806, o Dr. Luís Antônio da Costa Barradas recebeu a tarefa de realizar uma viagem científica ao interior de P ernambuco, sob a indicação da Universidade de Coimbra, com o objetivo de " ver , observar e descrever com exatidão ; colecionar elementos da fauna , flora e minerais e enviar os resultados para o gabinete de história natural e jardim botânico da mesma Universidade ."

Em 1818, visitou a Capitania de P ernambuco o naturalista Dr. Joaquim Veloso de Miranda, professor daquela Universidade .

Com a criação da Faculdade de Direito , em Olinda, os jovens menos favorecidos
puderam realizar seus estudos sem maiores despesas . Os mais ricos , entretanto , continuaram a procura-las em outros centros europeus .

Meus amigos livrianos, nada pude fazer para encurtar essa opinião , afinal são quase 3 séculos de idas e vindas dos estudantes brasileiros para
Coimbra.

Fonte : pt. livra . com /