30-09-2014Professor da Universidade de Coimbra preside a comissão mundial responsável pela classificação de bactériasDa Redação 29/09/2014 22:30 Milton Costa, professor catedrático da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), é o primeiro português a dirigir a Comissão Internacional Sistemática de Procariotas (bactérias), da União Internacional de Microbiologia. Coimbra - Milton Costa, professor catedrático da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), é o primeiro português a dirigir a importante Comissão Internacional Sistemática de Procariotas (bactérias) - International Committee on Systematics of Prokaryotes (ICSP) - da União Internacional de Microbiologia, que reúne duas centenas de cientistas de todo o mundo e é responsável pela descrição, nomenclatura, classificação e agrupamento dos seres vivos, segundo sua filogenia (evolução). Especialista em microbiologia, Milton Costa preside também à Comissão Científica Internacional do Instituto de Microbiologia Stephan Angeloff, associado ao Instituto Pasteur, em Sófia (Bulgária), e integra regularmente expedições internacionais dirigidas à busca de novos micróbios, informa a Universidade de Coimbra em comunicado divulgado segunda-feira (29). Recentemente participou na missão MAMBA10, onde foi descoberto o primeiro micróbio que habita na zona mais profunda do Mar Mediterrâneo, classificado como Palleronia abyssalis. Trata-se de um microrganismo «muito estranho e fascinante porque não se percebe como consegue viver a cinco mil metros de profundidade, num ambiente oligotrófico (muito pobre em nutrientes), onde praticamente não há atividade orgânica», explica. Outra característica que está a intrigar a comunidade científica é o facto «de se ter adaptado ao ambiente à superfície (no laboratório), em condições muito distintas do seu habitat de origem», sublinha Milton Costa. Embora seja necessário sequenciar o genoma do Palleronia abyssalis e estudar as suas propriedades, o catedrático da UC nota que «os micróbios que vivem em ambientes extremos produzem, com toda a certeza, enzimas com elevado potencial biotecnológico. É muito importante explorar as características destes microrganismos porque, no futuro, poderão apresentar soluções para problemas de áreas tão diversas como a saúde ou agricultura». O estudo deste invulgar micróbio envolveu também Luciana Albuquerque e Luis França, do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC). |