Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


13-04-2014

O Português no ensino da Galiza Narciso Machado


Artigo  'O Português no ensino da Galiza' por Narciso Machado,merece nossa atenção porque nos lembra os 'porquês' das afinidades histórico-culturais entre a comunidade galega e a portuguesa.De que destaco, para reflexão, alguns trechos :
' Portugal, por ter uma história inseparável de Portugal, desde as primeiras formas de cultura humana até ao séc. XII´

'A Gallaecia (Galécia, Galiza), província do ímpério romano, era formada, administrativamente, por três partes: conventus bracarense (Braga), lucense (Lugo) e asturiense (Astorga). Foi o imperador Caracala que, em 212, constituiu Braga como capital da Galécia, que se estendia do Douro ao mar Cantábrico. Por isso, Braga de hoje é considerada para alguns historiadores como “o espírito daquela Gallaecia desmembrada”.'
'Com Afonso VI (avô de D. Afonso Henriques), em 1072, são reunidos os territórios que haviam sido governados por Fernando Magno, ou seja, Castela, Leão, Astúrias, Galiza e Portugal. Na luta contra os mouros, Afonso VI pede auxílio aos barões franceses, Raimundo e seu primo Henrique da Borgonha, que haviam de casar, respectivamente, com as suas filhas Urraca e Teresa, entregando-lhes, respectivamente, a Galiza e o condado Portucalense. Em 1128, a batalha de S. Mamede, em Guimarães, opôs de um lado os partidários de D. Afonso Henriques, apoiados também pelo arcebispo de Braga, D. Paio Mendes, cioso da sua independência, face ao prelado de S. Tiago de Compostela, Gelmirez. '
partir de 1128 ' embora separados politicamente, galegos e portugueses, formando uma unidade histórica galego-portuguesa, tinham ficado com um património cultural comum que se havia de manter ainda por muitos anos'
'O galego e o português são, pois, línguas resultantes da evolução que, na faixa ocidental da Península, teve o latim vulgar falado.'
O historiador Alexandre Herculano retrata a identidade comum dos dois povos, numa carta que em 25 de Julho de 1874 enviou, de Vale de Lobos (Santarém), ao seu amigo Benito Vicetto, autor da História de Galicia: 'A Galiza é um país altamente simpático a Portugal. A Galiza está, a meu ver, em mais íntima conexão de raça, de tradições, de costumes e até de configuração do solo e em produções, com Portugal (sobretudo com as nossas províncias do Norte) do que com Castela. A Galiza deu-nos população e língua. Entre o Minho e Mondego talvez não haja uma antiga aldeia cujo nome não seja a reprodução do nome de um povo de uma povoação galega, um apelido de família nobre que não traga a sua remota origem dessa região. Cantigas galegas passam ainda hoje por obras de antiquíssimos trovadores portugueses, o que, no entanto, não é impossível. O português não é senão o dialecto galego, civilizado e aperfeiçoado.'

Estou certa de que a Galiza é altamente simpática a Portugal e ao Brasil, e vice-versa. Todos os que visitam a Galiza sentem isto. Mas precisamos para compreender os 'elos' de conhecer mais os 'porquês' e de nos reencontrar.
Saudações e uma aperta(1),
Margarida (1) ver Real Academia Galega (1913-1928): Diccionario gallego-castellano

O Português no ensino da GalizaDebate Galiza e PortugalNarciso Machado


O Português no ensino da Galiza