Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


13-05-2018

SALVADOR VILAR BRAAMCAMP SOBRAL (n.1989) - Subsídios Genealógicos


 

 

Salvador Vilar Braamcamp Sobral (n. 1989)
Vencedor do Festival Eurovisão da Canção 2017


 

Maria Luísa Vilar Braamcamp
Sobral (n. 1987)

Parabéns Salvador Sobral!

O teu épico feito no Festival Eurovisão da Canção (2017), contra a corrente e à revelia das receitas convencionais para o triunfo, colocou a Europa a teus pés.

Deste modo tornaste-te património da toda uma comunidade que sente muito orgulho em ti e pretende conhecer a origem do tanto talento inato.

Certamente és – juntamente com a tua irmã Luísa Sobral – o produto de tudo o que te precedeu. A genealogia e a genética, explicarão muito do teu sucesso.
Daí, muitos de nós já se terem interrogado sobre a tua ascendência, da qual aqui vamos dar algumas breves notas.

Tudo isto, na realidade, servindo de pretexto para mais uma incursão na genealogia de uma família bem-sucedida que contribuiu para o progresso deste país, assim como a descoberta de uma pequena parte do seu património edificado que engrandeceu a região de Lisboa.



Canção vencedora:

Amar pelos dois

 

Família Cruz Sobral  &  Cruz Alagoa

Condes de Sobral

A família CRUZ, com as conhecidas ramificações CRUZ SOBRAL e CRUZ ALAGOA, ficou a dever a sua ascensão social inicial à sua lucrativa actividade mercantil com as colónias, assim como à industria e ao monopólio do tabaco.

Deste modo acabou por fazer parte da nova burguesia enriquecida no comércio por grosso sob a protecção do marquês de Pombal, o qual era um estadista muito hábil em tirar proveito das melhores aptidões dos seus servidores. Certamente, a este estadista não escapou a perseverança, honradez e inteligência prática desta família vocacionada para o sucesso.

Porém, a memória dos irmãos CRUZ quase acabou diluída no tempo, à semelhança de muitas outras famílias que então alcançaram alguma proeminência social, não fora o considerável património arquitectónico por si edificado ‒ do qual ainda subsiste algum ‒, espalhado por diversos espaços geográficos de Lisboa e arredores.

Desta nova burguesia pombalina, em ascensão social por via das suas actividades comerciais, e por consórcios matrimoniais com a velha nobreza de sangue, destacaram-se então os CALDAS, os MACHADOS, os BANDEIRAS, e os QUINTELAS; assim como outros de origem estrangeira, como foi o caso dos BRAAMCAMP (Flamengos), dos BURNAY (Belgas), dos GILDEMEESTER (Holandeses) ligados ao comércio de diamantes e edificadores do Palácio de Seteais em Sintra, dos RATTON e dos DAUPIAS (franceses), estes últimos ligados à indústria.

 

O primeiro CRUZ conhecido, cujos filhos alcançaram um grande sucesso social, foi o velho JOÃO FRANCISCO DA CRUZ, mestre-entalhador instruído que tinha loja aberta em Lisboa, cidade onde morava na antiga travessa do Sacramento (actual calçada do Sacramento?)[1], às desaparecidas Portas de Santa Catarina – junto à rua Garrett.

Era natural de Agualva, Belas, no concelho de Sintra, e, por influência de seu filho primogénito, o influente padre António José da Cruz que era muito bem relacionado com o futuro marquês de Pombal, viria a ser deputado da Junta da Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão e escrivão do Terreiro Público, cargo para o qual foi nomeado pelo Senado da Câmara de Lisboa.

De ascendência humilde, era filho de outro João Francisco, natural de Igreja Nova, Sintra, e de sua mulher D. Brízida Francisca, natural de Agualva, Belas, concelho de Sintra.

João Francisco da Cruz casou com D. JOANA MARIA DE SOUSA, natural de Vila Franca de Xira[2].

Este casal teve seis filhos:

1.º –  Cónego ANTÓNIO JOSÉ DA CRUZ, filho primogénito, ao qual coube o papel patriarca da família que
          lhe ficou a dever a sua meteórica ascensão social.

Lisboa, Quinta Grande de Carnide

Iniciou a sua vida religiosa na Congregação de São Filipe de Néri.

A sua aproximação à família real dever-se ao facto de ter sido confessor do rei D. João V (1707-1750), função que certamente lhe deu a conhecer os muitos pecados de alcova do Rei Magnânimo, assíduo frequentador de conventos femininos, o que lhe valeu a alcunha depreciativa de “O Freirático”. Este conhecimento, embora protegido pelo segredo inviolável da confissão, provavelmente ter-lhe-á conferido alguma influência sobre o monarca, e sobre o seu filho o rei D. José I, do qual viria a obter favores para seu pai e irmãos, os quais, além de angariarem apreciáveis fortunas, também foram nobilitados.

Lisboa, Quinta Grande de Carnide
(estado actual)

Após a morte de D. João V, serviu o seu filho o rei D. José (1750-1777), junto do qual diligenciou a ascensão política de Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782), o futuro marquês de Pombal, estabelecendo com o poderoso ministro estreitas relações. Pombal ficou-lhe grato pelos seus bons ofícios junto do rei, tornando-se grande protector da sua família.

D. José I encarregou-o de reedificar a Basílica de Santa Maria (Sé de Lisboa) que ficou muito arruinada pelo Terramoto (1755), da qual veio a ser cónego.

Edificou para seu uso pessoal um palácio na sua Quinta Grande de Carnide (1763), o qual veio a pertencer aos seus sucessores distantes os condes de Carnide.


A QUINTA GRANDE DE CARNIDE desapareceu em grande parte na voragem da construção civil, restando pouco mais que o palácio que foi reerguido pelos condes de Carnide. 

Fica localizada entre o largo do Jogo da Bola, o largo do Malvar e rua Maria Brown, em Lisboa.SALVADOR VILAR BRAAMCAMP SOBRAL (n.1989) - Subsídios Genealógicos

 

   
 

SALVADOR VILAR BRAAMCAMP SOBRAL (n.1989) - Subsídios Genealógicos

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