Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


25-02-2005

História da Literatura angolana - escrita por angolanos,brasileiros,portugueses


 História da Literatura angolana Escrita por angolanos, brasileiros e portugueses 22.02.05 Ministro da Cultura, Boaventura Cardoso, enaltece redacção da História da Literatura angolana   Luanda, 23/02 - A importância da existência da História da Literatura Angolana, destinada principalmente a comunidade de professores, estudantes e público interessado no conhecimento das letras do país, foi enaltecida terça-feira, em Luanda, pelo ministro da Cultura, Boaventura Cardoso.   Segundo o ministro, que falava no acto de apresentação da equipa de especialistas criada para o efeito, a literatura angolana é merecedora desse esforço, pois ao longo de vários anos foi se afirmando e enriquecendo, apesar dos inúmeros conflitos que abalaram o processo de construção da nação angolana.   "O acto de criação é influenciado pelos mais diversos factores sociais internos e externos, nomeadamente os formatos das literaturas internacionais que permanentemente inspiram umas às outras correntes técnico-estilísticas e fundamentam a emergência de novas convenções estético-literárias" - observou Boaventura Cardoso.   P ara o governante, a bivalência deste importante sector do património cultural de Angola assenta em dois polos nucleares, a saber: a literatura oral e escrita.   "A literatura oral angolana é quase milenar e omnipresente uma vez que o nosso povo ontem e hoje rege-se por uma cultura maioritariamente ágrafa (que não está escrita), numa altura em que mais de metade da nossa população não sabe ler nem escrever" - realçou o ministro.   Adiantou que a outra valorização que merece a literatura oral, para lá de pertencer a maiorias populacionais, reside na sua função de fonte de inspiração de muitos escritores, citando como exemplo Joaquim Cordeiro da Matta, Óscar Ribas, António Jacinto e outros criadores literários.   P or esta e outras razões, disse o ministro, trabalhos de pesquisa, reflexão e sistematização deverão investir com muita acuidade na importância da literatura oral em seu impacto cultural intrínseco e extrínseco.   "Faço votos que os especialistas constribuam para que a História da Literatura Angolana venha a reflectir os mais diversos percursos, convergências e divergências interpretativas e sobretudo as perspectivas culturais que os angolanos gostariam de ver aflorados no discurso científico da obra" - concluiu Boaventura Cardoso.   A comissão criada, que terá três anos para apresentar o resultado do seu trabalho é constituído por 14 especialistas, entre angolanos, brasileiros e portugueses.   Coordenado pelo secretário-geral da União dos Escritores Angolanos (UEA), Adriano Botelho de Vasconcelos, a comissão é integrada por Irene Guerra Marques, Jorge Macedo, Conceição Cristóvão, Victorino Reis, Luís Kandjimbo, António Fonseca e Cornélio Caley.   P or P ortugal estão presentes Inocência Mata, Ana Mafalda Leite e P ires Laranjeira, ao passo que do Brasil foram convidados Cármen Lúcia Ribeiro Secco, Laura P adilha e Tânia Macedo.   Durante os dois dias, os especialistas vão discutir as condições básicas para que esta comissão possa iniciar a compilação dos dados, bem como irá abordar os princípios gerais para a redacção da História da Literatura Angolana, periodização e movimentos geracionais.