26-10-2004Divulgação da Língua e da Cultura Portuguesa na ChinaO Instituto Português do Oriente (IPOR) anunciou ter assinado com o magnata do jogo Stanley Ho um acordo para a constituição de um fundo financeiro de apoio às actividades da instituição na República Popular da China. Denominado "Fundo Dr. Stanley Ho para a Lusofonia na China", o fundo será canalizado para a concepção de materiais didácticos, atribuição de bolsas de estudo, acções de formação pedagógica e a criação de um prémio nacional no âmbito da utilização da Língua Portuguesa na República Popular da China, entre outras iniciativas. De acordo com uma nota do IPOR a que a agência Lusa teve acesso, Stanley Ho associa-se ao instituto porque está "ciente da importância crescente que o ensino e a divulgação da Língua Portuguesa adquire na China e do esforço levado a cabo para que Macau venha a ser cada vez mais um elemento de catalisação desse projecto de âmbito nacional". O IPOR, instituto oficial português sedeado em Macau, é líder do ensino da língua e cultura portuguesas no continente chinês através da sua rede de leitorados e centros culturais em Pequim, Xangai, Xiamen, Hong Kong, Macau e Cantão. Para o Instituto Português do Oriente, a associação de Stanley Ho permite potencializar os seus recursos humanos e técnicos no continente chinês, bem como traduz um "gesto pioneiro e de grande prestígio de mecenato chinês em prol da lusofonia na China". "Esta associação permite valorizar o nosso esforço e os nossos meios de promoção da língua e cultura portuguesas na China através de Macau", sustentou António Vasconcelos Saldanha, presidente do Instituto Português do Oriente, a propósito da assinatura do acordo. O mesmo responsável congratulou-se ainda por ter associado à promoção de Portugal um membro "tão destacado da comunidade chinesa de Macau dando um exemplo de clarividência e de espírito de modernidade ao compreender o alcance e o proveito deste tipo de parcerias". Stanley Ho disse, por sua vez, acreditar que "Macau com as suas relações históricas com Portugal e com as suas características únicas que misturam as culturas chinesa e portuguesa podem servir de plataforma entre a China e os países de língua portuguesa no comércio, trocas culturais e outras formas de cooperação". "Estou bastante satisfeito por ver que Macau está a assumir a liderança da difusão da língua portuguesa na China que ajudará a eliminar a barreira linguística e facilitar uma melhor cooperação e o futuro desenvolvimento", sustentou o magnata, ao referir ainda que acredita que os esforços do IPOR proporcionarão bons resultados. A parceira com Stanley Ho surge na sequência do estreitamento das relações do IPOR com o magnata do jogo, que levou em meados deste ano o senhor do jogo de Macau a assumir os 0,63 por cento do capital do IPOR que pertenciam ao entretanto extinto IPE-Investimentos e Participações Empresariais. O Instituto Português do Oriente, que este ano comemora 15 anos, tem actualmente como accionistas fundadores o Instituto Camões (51 por cento) e a Fundação Oriente (45 por cento), e como associados os bancos Comercial de Macau, Nacional Ultramarino e Espírito Santo, a CESL-Ásia (ligada ao grupo Somague), a Companhia de Electricidade de Macau, Hovione, Portugal Telecom e STDM, que totalizam quatro por cento. Além de cursos de português em Macau com um total de 800 alunos entre os cursos gerais e de objectivos específicos, o IPOR tem ainda Centros Culturais e leitorados de língua portuguesa no continente chinês, Coreia do Sul, Japão, Tailândia, Hong Kong, Malásia, Indonésia e Filipinas.
|