06-05-2004Os Índios na formação do Triangulo MineiroPor Eduarda Fagundes Nunes, Vice Presidente do Elos Clube de Uberaba, Médica e Estudiosa da História O Triângulo Mineiro tem história recente e pouco sabida. Assim, foi com curiosidade que li o trabalho de Luís Bustamante Lourenço, mestre em Geografiada da Universidade Federal de Uberlândia ( e também médico), A OESTE Das MINAS . Conta-nos a pesquisa que a invasão do território brasileiro pelo europeu, a caça e aprisionamento silvícola, para obtenção de mão-de-obra, a miscigenação, as doenças trazidas pelo branco e negro, a política de isolamento e dispersão dos aldeamentos dirigidos pelos padres e autoridades reinóis, as lutas travadas pela ocupação do interior e a aculturação foram os principais motivos do desaparecimento dos índios da região de Minas Gerais. Nos séculos XVIII e XIX, os aldeamentos indígenas já subjugados pelos brancos eram usados para ocupar e proteger os caminhos que levavam ao interior mineiro. Por eles passavam viajantes e caravanas militares. No meio das matas índios não dominados ameaçavam as tentativas de ocupação da região. Mas com a descoberta do ouro muitos faiscadores e aventureiros se lançaram à cata das lavras auríferas, atraíndo tropeiros, negros fugidos, pessoas de má fama e criadores de gado que vinham em busca de fortuna e de uma nova vida. O ouro trouxe enriquecimento que logo despertou a cobiça dos homens e do Reino. As derramas, os desvios de dinheiro e as administrações fraudulentas expunham as pessoas à lei e à ordem política daquela época. A terra desmatada, esburacada, nua e exaurida ficava infértil. A solução era entrar cada vez mais para o interior, para o cerrado. Lá ficava-se longe dos olhos e das mãos da justiça colonial e da Coroa. Grupos de geralistas (homens da região das Gerais) avançaram trazendo para a região que hoje é o Triangulo Mineiro gado e alguns escravos. Ganharam ou tomaram terra. Abriram fazendas, plantaram cana, milho e mandioca. Fizeram escambo com os índios aldeados e viajantes. Mas na tentativa da sobrevivência, ao ocupar os espaços, tensões com os índios surgiram. Possuíndo tecnologia mais evoluída, instrumentos de trabalho e armas mais eficazes, foram pouco a pouco rechaçando os silvícolas. Destes, poucos se integraram e se transformaram em fazendeiros, como o índio Leopoldo que foi plantador de cana e teve usina. A maioria se dispersou , morreu de doenças trazidas pelos brancos e negros, ou foi assimilada pela miscigenação e cultura triangulina. |