07-12-2016Cabo Verde- PORTUGUÊS PASSA A SER ENSINADO COMO LÍNGUA NÃO-MATERNA A PARTIR DO PO governo vai introduzir a partir do próximo ano letivo o ensino do português como língua segunda com o objetivo de fortalecer a língua portuguesa no país, disse hoje a ministra da Educação, Maritza Rosabal. O Governo vai contar neste processo com o apoio técnico de Portugal, ao abrigo de um acordo de cooperação assinado hoje, na cidade da Praia, pela ministra e pelo vice-presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, Gonçalo Teles Gomes. Em declarações aos jornalistas no final da cerimónia, Maritza Rosabal apontou a baixa eficiência do sistema de ensino cabo-verdiano e sublinhou a necessidade de atacar este problema. “A língua portuguesa é abordada como língua primeira de Cabo Verde, quando não é. Temos uma eficácia do sistema muito baixa, em que apenas 44% das crianças que começam o primeiro ano finalizam o 12º em tempo. Temos muitas perdas”, disse. Maritza Rosabal adiantou que entre os alunos cabo-verdianos a capacidade de leitura e interpretação e a proficiência linguística são questões que se colocam “com muita acuidade”. “Toda esta duplicidade linguística afeta o processo. Reconhecemos que a nossa língua materna é o crioulo, mas como língua instrumental de trabalho e de comunicação temos que fortalecer a língua portuguesa”, sustentou a ministra. A responsável assinalou também “algumas dificuldades” de Cabo Verde na inserção no espaço lusófono. “O Brasil exige provas de língua portuguesa aos nossos estudantes, o instituto Camões exige provas de língua portuguesa o que quer dizer que, apesar de estarmos no espaço lusófono, começamos a não ser reconhecidos como um espaço com proficiência linguística em português”, disse. Por isso, já no próximo ano letivo, o ensino de português como língua segunda ou língua não materna começará a ser introduzido no ensino pré-escolar (4/5 anos) e no primeiro ano no ensino básico, estendendo-se depois progressivamente aos restantes anos do primeiro ciclo. Neste momento está em curso, segundo a ministra, a elaboração dos materiais com o apoio do instituto Camões, que irá ainda dar assistência técnica na elaboração de metodologias, programas e desenvolvimento e alteração de currículos. O protocolo envolve os ministérios da Educação de Cabo Verde e Portugal e o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua como entidade financiadora do projecto avaliado em 45 mil euros. “O Camões será o financiador do protocolo, o ministério da Educação vai disponibilizar um dos seus quadros para vir para Cabo Verde trabalhar com o ministério da Educação cabo-verdiano na área do desenvolvimento curricular e capacitação técnica”, explicou Gonçalo Teles Gomes. quarta, 07 dezembro 2016 15:13 –
Português passa a ser ensinado como língua não-materna a partir do próximo ano lectivo
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