Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


09-01-2016

Vila Barroló ,Blog e a família fundou uma vila para viver de forma auto sustentá


"Vila Barroló" Janeiro 8, 2016 

Blog

Apresento Alabão, o doido falador. Se é que loucos sejam dados a refletir e concluir, o homem coloca o conceito de loucura no bolso do juízo, e cobra troco. Mulheres e homens, em toda parte, estão em busca do mais vendido livro de auto-ajuda: Provérbios de Alabão. Leia mais sobre o assunto: 

PROVÉRBIOS DE ALABÃO

 

Já pensou quando os pecuaristas tiverem que fazer o pré-natal das vacas? Veterinários esperam por essa lei... Enquanto não vem, muitos migraram pra postinhos de saúde. Se é que o povo é gado mesmo, pelo menos, um lado positivo tem: vacas tem direito ao parto em casa e natural, e não sentem medo de morrer quando parem.

A DOR DE NASCER 

 

Você sabia que prazo e prazer são quase a mesma palavra? É curioso que eu nunca tenha associado esses termos. Geralmente prazos me trazem aflição e preocupação, não deleite. 

PRAZO E PRAZER SÃO IRMÃOS

 

Verduro era um cara que tem tronco, galhos e folhas como todo mundo, mas a diferença é que o discurso dele dava fruto. Atualmente anda em baixa esse negócio de produzir fruto. É muito mais fácil comprar pronto na livraria, mesmo sendo transgênico

VERDURO, O HOMEM-ÁRVORE

 

ARTESANATO BARROLÓ

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COLEÇÃO BIOMAS TERRESTRES

Essa coleção de peças não estão mais nas lojas.Encomende direto com a gente a peças especialmente feitas pra seu ambiente.

 

Obrigado por sua parceria. A Vila Barroló Comunidade de Artesãos valoriza sempre sua presença. Beijos fraternos e fortes abraços. C.Bezerra

 

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E mais notícias relacionadas com os autores do  Blogodório, meus velhos conhecidos de Uberaba, desde quando as crianças ainda eram poucas e de colo, depois o casal chegou aos 15 filhos!              A família aumentou  e teve a coragem de iniciar um modo de vida muito próprio e distanciado do mundo consumista ou melhor dizendo, não dependente do mundo capitalista.

Tudo começou quando o jovem casal, Antonio Cleofas e Anita Bezerra, com seus quatro filhos pequenos, foi atrás do sonho de viver de artesanato e levar uma vida mais sustentável, longe das amarras do combo emprego+dinheiro+sucesso. Quinze filhos depois, eles se mudaram para a localidade no Triângulo Mineiro onde construíram a própria casa, usando em sua maior parte materiais encontrados na região. Mudaram-se em 2009, plantaram árvores frutíferas, fizeram hortas. Uma vez por semana vão às compras em Uberaba, mas não há produtos enlatados no cardápio.

A comunidade da Vila Barroló é um grupo familiar rural composto por vinte e três pessoas. Localiza-se no município de Veríssimo, município do estado de Minas Gerais, distante a apenas 43 km de Uberaba no Triângulo Mineiro e a sua fundação ocorreu no início de Julho de 2009 pelo senhor Antônio Cleofas (pai e líder desta comunidade, que no momento não passa de uma família a habitar este espaço). Contudo a mesma é fonte de renda. Os membros acreditam que compõem uma comunidade nos trâmites tradicional e a buscam por meio dela a construção da sua identidade, por processos assimilatórios – culturais Judaicos. Todavia os mesmos entendem-se como comunidade tradicional. Porém percebe-se que a Comunidade Vila Barroló passa por constantes reuniões internas e tentam deste modo reelaborar conceitos acerca da sua vivência como Comunidade Judaica, assim como a elaboração de um processo cultural- identitário também judaico onde as ideia e valores dão a eles uma sobrevivência como território e lugar.

Na vila também está a oficina onde todos da família trabalham no artesanato com argila e cerâmica, orientados por Antônio, que "tem um histórico de sustento pelo artesanato em cerâmica já há 30 anos", revela Anita.

"O artesanato como sustento nem sempre é fácil, mesmo tendo um trabalho já bem conhecido, mas nossa intenção agora é ampliar o trabalho artesanal com outros materiais além da argila, e aqui na área rural isso já está sendo feito com mais facilidade, pode-se usar o que temos, como madeira e bambu. Fazemos também oficinas de dança, modelagem e línguas nas cidades vizinhas, e já temos vários outros projetos em andamento", diz Anita Bezerra.

De curioso também sobre Anita é a sua crença inabalável no poder da mulher para conduzir o nascimento dos próprios filhos. Seu primeiro bebê nasceu em um parto natural hospitalar. Mas os 14 filhos seguintes vieram em casa, sem assistência médica. Apenas a mãe, o pai e os irmãos mais velhos estavam presentes. Anita nunca fez pré-natal, e teve seus filhos nas mais variadas posições e lugares: na cama, de pé, na água. Aos 54 anos, ela é avó de sete crianças, todas nascidas em casa, somente com a presença dos pais dos bebês e da própria Anita. Seis dos seus netos já nasceram na Vila Barroló. Em tempos de 88% de cesáreas na rede particular de saúde e 52% na rede pública, é um alento saber que ainda há mulheres que acreditam nos seus corpos e não foram aterrorizadas pelo sistema.

A nova geração da vila já começa a viver de maneira natural. Andam no sling, a amamentação é em livre demanda, a introdução de sólidos é no tempo deles, usam fraldas de pano tradicionais mesmo, daquelas de dobrar e presas com alfinete, e as crianças estão recebendo ensino caseiro.

"O ensino também acontece de forma natural, o próprio ambiente onde vivem propicia a eles um questionamento constante e sede de aprender tudo o que presenciam dentro do seu próprio universo infantil. Assim aprendem a ler, escrever, contar, sem necessariamente ficar numa sala de aula. São estimuladas a produzir seus próprios brinquedos, não compramos nada."

E a divisão de tarefas? Há um rodízio para cozinhar, arrumar casa, cuidar de crianças. Todos ajudam. Homens e mulheres. Os filhos casados têm a sua própria casinha, e os filhos solteiros moram com os pais - rapazes num quarto, moças em outro. Reúnem-se todos na casa dos pais para planejarem as próximas ações.

Os computadores da Vila não acessam a internet. Servem mais para digitar textos, estudar, ver vídeos. A comunidade de artesãos acessa a internet para alimentar seus cinco sites, como este, quando vai à cidade fazer compras. 

No futuro, a comunidade pretende se tornar mais auto sustentável e deixar de depender de praticamente tudo que é industrializado para diminuir a sua pegada ecológica. Já fabricam as próprias roupas, e já há a intenção de vender roupas também, fazem sabão caseiro... Na Vila Barroló, o contato com a natureza não é apenas uma convivência pacífica. É uma interação para o benefício de todos. 

A Vila Barroló se junta a outras tantas iniciativas atuais que procuram fugir do modelo capitalista visando o lucro. Nos EUA, houve a história recente de quatro amigos que juntaram as famílias e fundaram uma comunidade em moldes semelhantes.

http://www.brasilpost.com.br/andreia-nobre/eles-fundaram-uma-vila_b_7550676.html