Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


07-03-2014

Grupo de trabalho criado pelo Senado brasileiro quer mudar ortografia da língua portuguesa


Da Redação, com agência06/03/2014 18:00Apesar de se terem passado quase três décadas entre a assinatura do acordo (1990) e a sua eventual aplicação no espaço da lusofonia, a insatisfação persiste e pode resumir-se na afirmação: " a língua portuguesa é difícil e complexa".




Brasília
 - O prazo para a implantação definitiva do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em 1990 e promulgado em 2008, foi ampliado até 2016, ou seja, vinte e seis anos depois da sua assinatura as novas regras devem valer para Brasil, Portugal,  Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.A Guiné Equatorial, que anunciou a adoção do português como língua oficial, a par do espanhol, deverá entrar em meados deste ano como membro pleno da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), durante a cimeira da organização que terá lugar em Díli, a capital timorense.  A concretizar-se a admissão, será o nono país lusófono.Apesar de se terem passado quase três décadas entre a assinatura do acordo (1990) e a sua eventual aplicação no espaço da lusofonia, a insatisfação persiste e pode resumir-se na afirmação: " a língua portuguesa é difícil e complexa".

A Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) do Senado brasileiro criou, no ano passado, o Grupo de Trabalho Técnico (GTT)  para simplificar e aperfeiçoar a ortografia. A intenção é definir, em conjunto, um idioma claro e acessível a todos, informa nesta quinta-feira (6) a agência de notícias do Senado brasileiro.

O adiamento do uso obrigatório da nova ortografia e a reformulação das normas adotadas são reivindicações de especialistas da área. Para reduzir a quantidade de regras e exceções, o GTT reúne o Centro de Estudos Linguísticos da Língua Portuguesa (CELLP), a Academia de Letras de Brasília (ALB) e o site Simplificando a Ortografia.Até o fim do semestre, professores e estudantes dos países de língua portuguesa poderão discutir as alterações pelo site, fazer sugestões e elaborar relatórios. As melhores propostas serão escolhidas em setembro, no Seminário Internacional Linguístico-Ortográfico da Língua Portuguesa. Em seguida, os governos dos países de expressão portuguesa terão cerca de um ano para decidir o que deve ser simplificado.

"Pretendemos simplificar a língua portuguesa sem gerar prejuízos no processo pedagógico atual, ou seja, em relação àqueles que já conhecem a ortografia. Todos devem passar bem pelo processo de mudança ortográfica. Há outras preocupações, mas essa é a principal", explicou o professor Carlos André Pereira Nunes, vice-presidente do CELLP.Apenas Brasil e Portugal têm datas definidas para a instalação das novas regras ortográficas. Os demais países - Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste - não têm prazo previsto e resistem a tornar as mudanças obrigatórias. Mesmo em Portugal, vários intelectuais assinaram uma petição para desvincular o país do Acordo Ortográfico.

"Não há um só professor de Português, uma única autoridade, um único cidadão capaz de dizer: eu entendo e sei aplicar as novas regras ortográficas", afirmou o presidente do Centro de Estudos Linguísticos, Ernani Pimentel, citado pela agência Senado.
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