Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


10-01-2015

JOSÉ PEDRO MACHADO Filólogo, arabista: 1914 – 2005


Carlos Loures



Com as vestes de académico
(quadro a óleo da Academia Portuguesa de História)

 

Um grande obreiro do edifício da Língua portuguesa...

QUANDO TUDO ACONTECEU...

1914: Em 8 de Novembro, nasce na freguesia de São Pedro do concelho de Faro, José Pedro Machado, filho de João Santana Machado e de Adelina dos Santos Machado. 1916: Passa a viver com a família em Lisboa, por transferência de seu pai, militar da Marinha de Guerra. 1921/1925: Frequenta o ensino primário na Escola da Tapada, na Calçada do mesmo nome, na zona ocidental de Lisboa. 1926/1933: Frequenta o curso liceal nos liceus Pedro Nunes, D. João de Castro e Passos Manuel, em Lisboa. 1933: Em Outubro, inicia o curso de Filologia Românica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Conhece Raul Machado. 1936: David Lopes apresenta-o a José Leite de Vasconcelos. 1938: Conclui a licenciatura em Filologia Românica. Neste ano e até 1940, fará parte da comissão de redacção do Dicionário da Academia das Ciências. 1939: Apresenta a sua dissertação de licenciatura - Comentários a Alguns Arabismos do Dicionário de Nascentes. Publica Alguns Vocábulos de Origem Arábica. 1940: Casa com Elza Fernandes Paxeco. Editam-se as obras Curiosidades Filológicas e Comentários a Alguns Arabismos do Dicionário de Nascentes. Saem os opúsculos Sintra Muçulmana e Évora Muçulmana. 1941: Exerce docência, como assistente, na Faculdade de Letras de Lisboa. Em 5 de Maio é inaugurada, na rua do Carmo, em Lisboa, a Livraria Portugal, do seu grande amigo Henrique Pinto, empresa de que José Pedro Machado será colaborador até ao seu falecimento e que considera como a sua «segunda casa».. No Rio de Janeiro publica-se o seu trabalho Porque foi escrita a Origem da Língua Portuguesa de Duarte Nunes de Leão. 1942: Publica o Português do Brasil e Breve História da Linguística. 1943: Sai a edição de Elementos Hispânicos do Vocabulário Latino. 1944: Colabora na edição monumental de Descobrimentos Portugueses, dirigida pelo Professor João Martins da Silva Marques. Sai a obra A Língua Arábica do Andaluz, segundo os «Prolegómenos» de Ibne Caldune. 1945: Edita-se Origem da Língua Portuguesa. Sai uma das suas principais obras, o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, em três volumes. Publica ainda Os Estudos Arábicos em Portugal. Colabora com a Comissão Científica da Academia das Ciências de Lisboa na redacção do Acordo Ortográfico Luso-Brasileiro assinado neste ano. 1946: Publica Bases da Nova Ortografia.1948: Forma-se em Ciências Pedagógicas pela Universidade de Coimbra e atinge a categoria de professor efectivo. Exerce funções docentes em Évora e depois na Escola Afonso Domingues, de Lisboa. 1949: Conta-se entre os fundadores da Sociedade da Língua Portuguesa. Neste ano, de colaboração com sua mulher, a professora universitária Elsa Paxeco, inicia a publicação de Cancioneiro da Biblioteca Nacional, que terminará em 1964. 1951: Publica um comentário ao Cancioneiro de Évora. 1952: Saem a público mais duas obras suas: o Dicionário do Estudante e o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa. 1954: É editada a obra Os Estudos Arábicos em Portugal. 1957: Publica comentário a Gramática da Língua Portuguesa de João de Barros. 1958: Colabora com Raul Machado na preparação das Charlas Linguísticas, programa de grande êxito transmitido semanalmente pela Radiotelevisão Portuguesa. A Sociedade da Língua Portuguesa começa a editar o Dicionário da Língua Portuguesa, que virá a ter oito volumes. José Pedro coordena o Boletim Mensal da sociedade, redigindo grande parte do seu conteúdo. 1958/61: Publica Influência Arábica no Vocabulário Português. 1959: Colabora, com Augusto Moreno e Cardoso Júnior, na 10ª edição do Grande Dicionário da Língua Portuguesa., de António de Morais Silva. Orienta a Revista de Portugal. Faz parte da delegação oficial ao IV Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros, que, em Agosto, se realiza em Salvador da Baía. É eleito sócio correspondente da Academia Brasileira de Filologia, do Rio de Janeiro, passando a colaborar no Boletim de Filologia, editado por esta instituição. 1960: Sai nova edição do Dicionário do Estudante. 1961: Publica Os Mais Antigos Arabismos da Língua Portuguesa. 1962: É a vez de Notas de Toponímia Portuguesa 1963: Publica Notas Etimológicas e Elementos Arábicos no Vocabulário Técnico dos «Colóquios» de Garcia de Orta. 1963/1971: Colabora no Dicionário da História de Portugal, dirigido por Joel Serrão. 1965: Nótulas de Sintaxe Portuguesa. 1967: Edição de Cartas Dirigidas a David Lopes (coordenação e notas) e de Topónimos Estrangeiros em Fernão Lopes. 1968: Em colaboração com Elza Paxeco, publica Acerca do Nome Árabe de Lisboa. De parceria com Viriato Campos, publica A Viagem de Vaso da Gama. 1969/72: Sai o volume Dispersos de D. Carolina Michaëlis de Vasconcelos. 1971: Publica-se Dicionário de Dúvidas e Dificuldades da Língua Portuguesa e o ensaio Faro no Tempo dos Mouros. 1978: Sai a sua tradução, directamente feita do árabe, de Alcorão. 1979: Em 12 de Novembro, a Livraria Portugal e a Sociedade da Língua Portuguesa, organizam uma sessão comemorativa dos 40 anos de actividade de José Pedro Machado. Aposenta-se das funções docentes. 1981: Publica-se o Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa. 1982: Em 18 de Junho, é votado como Académico Correspondente da Academia Portuguesa da História. Publica Notas Camonianas. 1986: Edita-se o seu Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa. 1989: Falece sua esposa, Elza Paxeco. 1991: É editada uma nova edição, muito actualizada e revista, do seu Grande Dicionário da Língua Portuguesa, agora em seis volumes.1994: Edição de Estrangeirismos na Língua Portuguesa. 1995: Saem a público os seus Ensaios Literários e Linguísticos. 1996: Primeira edição de O Grande Livro dos Provérbios. Em 14 de Junho é agraciado com o grau de Grande Oficial da Ordem da Instrução Pública. 1997: Publicam-se os Ensaios Arábico-Portugueses. 1999: Em 10 de Novembro, correspondendo a proposta da Academia Portuguesa da História, é-lhe atribuída pelo Ministério da Cultura a Medalha de Mérito Cultural. 2000: Publicação do seu Grande Vocabulário da Língua Portuguesa. 2004: Em 17 de Novembro, comemorando o seu 90º aniversário, é solenemente homenageado pela Academia Portuguesa da História que o eleva à categoria de Académico de Mérito. A Academia publica na mesma ocasião uma colectânea de Estudos «em Homenagem ao Professor Dr. José Pedro Machado» - Summus Philologus Necnon Verborum Imperator. 2005: Em 27 de Julho, com 90 anos, morre na sua casa de Lisboa, acometido por doença súbita. No dia 29, o seu corpo é cremado no Cemitério do Alto de São João. 2007: Em 10 de Junho, é agraciado a título póstumo com a comenda de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

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UMA TRISTE NOTÍCIA de 18 de julho de 2014

 

FERNANDO CORREIA DA SILVA

ESCRITOR E RESISTENTE ANTIFASCISTA 1931 – 2014

 

 

Sexta-feira, 18 de Julho de 2014 13:19

 

Queridos amigos,
É com tristeza que comunico o falecimento de meu pai, hoje de manhã.
Ele vai estar, a partir das 15h00, na casa mortuária da Igreja do Campo Grande, junto à Av. Brasil. O funeral será amanhã às 14h30.
Ethel Feldman

Desta forma a filha de Fernando Correia da Silva dava a conhecer a morte de seu pai.
Poucos dias depois Ethel Feldman vem reafirmar a determinação da família de manter a obra de Fernando Correia da Silva:

 

Queridos amigos,
Peço-vos desculpa por só agora ter encontrado espaço e coragem para vos escrever.
No próximo dia 28 de Julho seria o seu aniversário - 83 anos.
Meu pai defendeu e lutou como poucos pela sobrevivência do site das Vidas Lusófonas.
Vocês eram o seu porto de abrigo. Cabe-me a agora a mim agradecer-vos.
O site Vidas Lusófonas continuará com a V/ajuda.  (...)
- Não deixes morrer o site.
Não o deixaremos, herdamos a teimosia do meu pai.
Até já.
Ethel Feldman

 

Desde 1998, Fernando Correia da Silva coordena Vidas Lusófonas, um site na Internet que já quase atingiu os 30 milhões de visitas. Nele constam 169 biografias de vários autores nacionais e estrangeiros.

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