25-12-2014Loanda,Fernando Ferreira de , Kuala Lumpur Poesia~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Loanda,Fernando Ferreira de , Kuala Lumpur Poesia
ano da edição: 1991 páginas : 74 capa: Fotografia de Kristina Ekstron Editora Ler e Escrever -Leitores e Encontros Reunidos,ltda ,Luanda
Fernando Ferreira de Loanda(1924-2002) nasceu em 1924 (em Luanda, Angola). Naturalizado brasileiro, foi jornalista e poeta. Faleceu em 2002, no Rio de Janeiro. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Comentário : "...talvez a luminosidade escondida que poeta, nascido em Luanda, Angola, trouxera, menino, do seu país natal, como um pecúlio espiritual que que só os versos podiam guardar- os versos que guardam tudo. Ambos, rumor e claridade, juntavam-sse na voz inconfundível que torna a ser ouvida, agora, neste Kuala Lumpur. O poeta, plenamente amadurecido, multiplica a sua aventura, faz mais ampla e dadivosa a aritmética das viagens somadas e repetidas. Poesia de sal e sol, de iluminação e ostensiva celebração do mundo, ela não omite, na contabilidade de sua geografia, a condição humana de seu autor: a sua existência que as palavras fundadoras convertem em poemas, em Kuala Lumpur, em rumor constelado que volta a reivindicar o seu lugar no grande reino do silêncio e da indiferença. " Lêdo Ivo(1924-2012), jornalista, poeta, romancista, contista, cronista e ensaísta brasileiro. Seu primeiro livro foi: As Imaginações. Fez jornalismo e tradução.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ MADAGASCAR * das aromáticas consoantes douradas.
* LOANDA, Fernando Ferreira de. Kuala Lumpur. São Paulo: Massao Ohno, 1991.
ODE PARA BARTOLOMEU DIAS*
Ah, Bartolomeu Dias, marinheiro sem mulheres, sem cais, tanto suaste para divisar o Índico além da tempestade e da fábula, tanto quiseste ver-te senhor do Oriente, plantar as quinas e a cruz muito além do teu sonho, tantas estrelas seguiste, louco e lúcido, e outros tantos alfarrábios e adivinhos consultaste, fundindo o real ao fantástico - - e os poetas não falaram de ti, o proficiente, nem dos teus sonhos, nem dos fantasmas que evocaste, embora sulcasses a cortina que envolvia as palavras e o abismo. . Pensavas servir a pátria e serviste a muitas, Bartolomeu Dias da minha infância, símbolo da minha raça, fremes e estuas no meu peito, e te apegas às minhas veias para alevantar ao vento as velas e me arrastar ao Índico. . Ah, Bartolomeu Dias, meu Ulisses lusíada, eu te sagrarei na pedra, com a palavra e ante Deus! Do outrora te lançarei ao porvir, e não há tempestade que te abata mais uma vez.
*Bartolomeu Dias, célebre navegador português, que dobrou, numa viagem ocorrida em 1487-1488, o extremo sul da África (Cabo das Tormentas ou da Boa Esperança), na busca lusitana da passagem para a Índia. Nasceu em data incerta e faleceu em 1500, em consequência do naufrágio da nau que capitaneava e que seguia integrada na armada de Pedro Álvares Cabral, descobridor do Brasil.
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