Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


02-10-2012

De Pés E Alma Atados às Paredes da Realidade Manuel de Sousa


“De Pés E Alma Atados Às Paredes Da Realidade”

Manuel de Sousa 

Os pés e as mãos de meu coração estão atados

Desejo liberdade de emoção para minha imaginação

Deixem-me fugir daqui do presente para depois

Levem-me a sério mesmo que me vejam a rir

 

Abro o peito ao mau tempo e à bonança porvir

Permito que me entrem nos ouvidos estranhos zumbidos

Lambo dôces memórias que não me saem fácil da cabeça

Ando à roda de um relógio cuco que toca só à meia-noite

 

Penso não estar tão varrido de doido como sentiria estar

Vou bem de saúde mental e com esperanças renovadas

Tenho a fé mesmo a ferver à flôr da pele aquecida ao Sol

Enterro a calma num buraco de fechadura sem chave

 

Amarro a consciência ao lado mais obscuro da Lua nova

Vejo que estou sozinho no meio de tanta gente solitária

Procuro sombra no seio de algumas sombras perdidas

Olho sem crença para a floresta de olhares cegos

 

Persigo um ponto de vista apagado pela ambição

Choro de encontro a uma parede que vibra insegura

Lavo com as lágrimas o corpo vestido às pressas

Molho de remorso a parte virada para o interior

 

...E assim fico à espera que me salvem do juízo final!...

 

Escrito em Luanda, Angola, por manuel de sousa, a 22 de Setembro de 2012, em Memória às Vítimas do 11 de Setembro, em Nova Iorque...e pela Liberdade de Expressão e Pensamento no seio da Humanidade Consciente...