Iclas - Instituto de Culturas Lusófonas
Antonio Borges Sampaio


15-05-2015

Unificar a ortografia significa mostrar a radical vontade de exibir para o mundo


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Novo Acordo Ortográfico causa mudanças mais significativas no português brasileiro

Publicado em 13/05/2015 

"Unificar a ortografia significa mostrar a radical vontade de exibir para o mundo a unidade que deve existir entre os países lusófonos. Qualquer consideração entre quem ganha e quem perde está fora de contexto”

Acordo-OrtograficoNovo Acordo Ortográfico causa mudanças mais significativas no português brasileiro

“O português de Portugal vai deixar de usar o que chamamos de consoantes mudas. Porém, acho que as duas mudanças mais significativas para o português brasileiro representam perda maior, porque são ligadas à maneira com que os brasileiros pronunciam as palavras. É diferente do caso das consoantes mudas que não são pronunciadas”, afirmou Fiorin à Lusa.

O doutor em linguística referiu-se ao fim do uso do trema, que indicava quando a letra u deveria ser pronunciada após as letras q e g, e a queda do acento da base aberta dos ditongos ei e oi em palavras paroxítonas, como em ideia (que, sem o novo acordo, no Brasil seria grafada como idéia).

Fiorin realçou, no entanto, que as análises sobre o acordo não devem ser centradas em quem ganha mais ou quem perde mais, mas sim nos benefícios da unificação.

“Unificar a ortografia significa mostrar a radical vontade de exibir para o mundo a unidade que deve existir entre os países lusófonos. Qualquer consideração entre quem ganha e quem perde está fora de contexto”, disse.

Segundo o professor, o acordo já “está completamente implantado no Brasil” porque os jornais, revistas e livros já utilizam a nova ortografia e “não havia nenhuma necessidade” de se prorrogar o início da obrigatoriedade de 2013, como antes era previsto, para 2016, quando irá começar oficialmente.

As principais diferenças da antiga ortografia para a do novo acordo destacadas por brasileiros ouvidos pela Lusa são a mudança no uso do hífen e nas acentuações dos ditongos.

O Acordo Ortográfico foi ratificado pela maioria dos países lusófonos, à exceção de Angola e Moçambique. Em Angola ainda nem foi aprovado pelo Governo e em Moçambique aguarda a ratificação pelo parlamento.

Portugal e Brasil estabeleceram moratórias para a aplicação do acordo, estando prevista a entrada em vigor efetiva a 13 de maio e a 1 de janeiro próximos, respetivamente.

Fonte: Revista PORT.COM

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