15-05-2015Unificar a ortografia significa mostrar a radical vontade de exibir para o mundoNo espaço virtual do IPOL – Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Linguística (e-ipol.org/sobre-o-ipol/) – uma instituição sem fins lucrativos, de caráter cultural e educacional, fundada em 1999, com sede em Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, lemos com muito interesse e compartilhamos: Novo Acordo Ortográfico causa mudanças mais significativas no português brasileiroPublicado em 13/05/2015 "Unificar a ortografia significa mostrar a radical vontade de exibir para o mundo a unidade que deve existir entre os países lusófonos. Qualquer consideração entre quem ganha e quem perde está fora de contexto” Novo Acordo Ortográfico causa mudanças mais significativas no português brasileiro “O português de Portugal vai deixar de usar o que chamamos de consoantes mudas. Porém, acho que as duas mudanças mais significativas para o português brasileiro representam perda maior, porque são ligadas à maneira com que os brasileiros pronunciam as palavras. É diferente do caso das consoantes mudas que não são pronunciadas”, afirmou Fiorin à Lusa. O doutor em linguística referiu-se ao fim do uso do trema, que indicava quando a letra u deveria ser pronunciada após as letras q e g, e a queda do acento da base aberta dos ditongos ei e oi em palavras paroxítonas, como em ideia (que, sem o novo acordo, no Brasil seria grafada como idéia). Fiorin realçou, no entanto, que as análises sobre o acordo não devem ser centradas em quem ganha mais ou quem perde mais, mas sim nos benefícios da unificação. “Unificar a ortografia significa mostrar a radical vontade de exibir para o mundo a unidade que deve existir entre os países lusófonos. Qualquer consideração entre quem ganha e quem perde está fora de contexto”, disse. Segundo o professor, o acordo já “está completamente implantado no Brasil” porque os jornais, revistas e livros já utilizam a nova ortografia e “não havia nenhuma necessidade” de se prorrogar o início da obrigatoriedade de 2013, como antes era previsto, para 2016, quando irá começar oficialmente. As principais diferenças da antiga ortografia para a do novo acordo destacadas por brasileiros ouvidos pela Lusa são a mudança no uso do hífen e nas acentuações dos ditongos. O Acordo Ortográfico foi ratificado pela maioria dos países lusófonos, à exceção de Angola e Moçambique. Em Angola ainda nem foi aprovado pelo Governo e em Moçambique aguarda a ratificação pelo parlamento. Portugal e Brasil estabeleceram moratórias para a aplicação do acordo, estando prevista a entrada em vigor efetiva a 13 de maio e a 1 de janeiro próximos, respetivamente. Fonte: Revista PORT.COM |